Loja Momö salva vítimas do tédio dos "presentes descolados" em São Paulo

Ora em franca expansão, o setor "presentes descolados" ainda é vítima da síndrome da repetição. Ou seja: com frequência as supostas descobertas de um lojista são as mesmas de todos os outros. E dá-lhe Pantone, latas chinesas decoradas e variações sobre o tema "Fique calmo", que já me dão um nervoso.

	Rogério Canella/Folhapress
	Entre os achados da loja Momö, copinhos de aço inox pintados à mão da Ethnix, que custam R$ 14 cada um

A Momö, que fica escondidinha entre as pirambeiras das Perdizes e não tem cinco metros de frente, foge gloriosamente à regra. Aberta há menos de dois anos, fez fama no bairro salvando vítimas do tédio do almoço corporativo e/ou gente em busca de um presentinho original, mas não necessariamente milionário.

O achado e a edição particular são especialidade da casa. Sobre móveis que eles mesmos reformam, também à venda, há produtos incomuns por aqui, como os suvenires do Museu Van Gogh, na Holanda, incluindo bandejas de colo (R$ 78) e xícaras de café (R$ 56) estampados com detalhe de amendoeiras em flor.

Eu tampouco conhecia os cadernos com tecidos africanos na capa (de R$ 25 a R$ 39); os quadrados de madeira com padrões inspirados em azulejos antigos, para compor mosaicos (R$ 23); a estamparia gráfica da Veredas, que faz "foulards" dupla face (a partir de R$ 80); e as bolsas "college" da argentina Corrion.

Possuidora do raro dom de ser simpática sem se impor - além de uma providencial máquina de expresso -, a dona da loja ajuda a clientela a enxergar ainda outras coisas legais no minúsculo espaço. Como a louça ilustrada com bicho-preguiça de Marcelo Rosenbaum; o kit para brincar de carteiro da marca infantil Ó Design, com envelopes, postais e selos; e as fofíssimas
tatuagens temporárias para crianças da marca Le Petit Pirate (R$ 14).

CONCLUSÃO: a alma não é pequena

Momö. R. Iperoig, 419, Perdizes, região oeste, tel. 2506-8376.