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vaivém

Por Mauro Zafalon  

24/07/2012 - 03h00

Alta dos grãos complica a produção de carnes

A alta nos preços do milho e do farelo de soja está reduzindo as margens de ganho de produtores de aves, de suínos e de bovinos confinados. Alguns já estão no vermelho.

A situação é mais grave na suinocultura --os preços do animal vivo e da carne testam patamares mínimos.

Em Chapecó (SC), a relação de troca entre os preços dos insumos e do suíno é a pior da série histórica do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Neste ano, o poder de compra do suinocultor caiu 61% em relação ao farelo de soja e 34% diante do milho. Em São Paulo, as quedas chegam a 64% para o farelo e a 34% para o milho.

Os números são reflexo das altas de 69% da soja e de 15% do milho no mercado interno em 2012, além da queda de 28% no preço do animal vivo, segundo pesquisa da Folha.

Esta não é a primeira vez que os produtores enfrentam explosão nos preços das matérias-primas. O que torna a situação mais preocupante neste ano é a fraqueza da demanda, que impede o repasse do aumento de custos.

Milho e farelo de soja respondem por 85% do custo da ração. "Essa situação já levou muitos produtores independentes a desistir da atividade", afirma Camila Ortelan, pesquisadora do Cepea.

Na criação de aves, o poder de compra do produtor do oeste do Paraná também é o menor já registrado pelo Cepea. Em 2012, caiu 59% para a soja e 20% para o milho.

A alta dos grãos também pode reduzir os confinamentos. Segundo a Scot Consultoria, o pecuarista paga hoje 105% mais pelo farelo de soja do que há um ano.

Neste mês, são necessárias 14 arrobas de boi gordo para comprar 1 tonelada de farelo de soja, calcula a Scot. Em julho de 2011, 6 arrobas compravam 1 tonelada de farelo.

"Já ouvimos pecuaristas desistindo do confinamento ou decidindo reduzir o número de bois confinados neste ano por causa da alta no preço dos insumos", diz Alex Lopes da Silva, analista da Scot.

Contribuem para a decisão a perspectiva de preços baixos para o boi gordo e o atraso no período de chuvas, que deu sobrevida às pastagens.

*

Sem esperanças As lavouras nos Estados Unidos continuam piorando. Apenas 26% das plantações de milho estão em bom ou excelente estado, segundo o Departamento de Agricultura do país.

Piora Na semana passada, 31% das plantações de milho estavam boas. No caso da soja, agora 31% das lavouras norte-americanas estão em boas condições, ante 34% há sete dias.

Reação Após queda de 40% em junho, as exportações de petróleo crescem 23% neste mês (ante o mês passado), pela média diária. Em comparação com o mesmo período do ano passado, os embarques ainda caem 14%.

*

Crise na Europa derruba commodities

O aumento das preocupações com a crise econômica na Europa derrubou o preço das principais commodities, ontem.

O petróleo liderou as perdas, com queda de 4% em Nova York. O barril fechou abaixo de US$ 90, a US$ 88,14.

Notícias negativas vindo de Espanha e Grécia e o temor de desaceleração econômica maior do que a esperada na China também afetaram os metais em Londres.

O cobre caiu 3%, assim como o alumínio, enquanto o níquel perdeu 1%. Só o ouro, considerado ativo seguro em época de aversão ao risco, teve queda mais moderada, de 0,34% em Nova York.

Até os grãos, que na semana passada bateram recordes de alta por causa da seca nos Estados Unidos, registraram queda. A soja perdeu 3,3% e o milho recuou 1,3% na Bolsa de Chicago.

TATIANA FREITAS (interina)

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Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma mais de 38 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária.

 

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