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valdo cruz

 

22/05/2012 - 07h04

Saudades da Dilma

Num momento de economia fraca, tudo o que o governo deveria estar fazendo é apertar os parafusos e fazer o investimento público crescer. Uma forma de combater a letargia econômica que reina hoje no país e no mundo. Só que os dados mostram que o governo federal reduziu, em vez de aumentar, os gastos com investimentos, como mostrou a Folha em sua edição de segunda-feira.

Diante desse quadro, dois empresários, que pediram que seus nomes não fossem divulgados, fizeram um desabafo semelhante, que pode ser traduzido da seguinte forma: "Saudades da Dilma, a Dilma da Casa Civil". Essas, por sinal, são palavras de um deles.

Eles lembram que, na época em que comandava a Casa Civil do ex-presidente Lula, Dilma colocava a equipe ministerial para funcionar. Bastava que eles reclamassem de algo e tudo fosse muito bem fudamentado --não enganem a Dilma, ela fica uma fera, recorda um deles-- para que a obra voltasse a andar. Ela não sossegava enquanto não encontrasse a solução para desatar os nós.

Agora, contudo, os empresários dizem que, ironia do destino, o governo Dilma não funciona como a Casa Civil da Dilma. O principal motivo apresentado por eles é que a coordenação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) saiu da órbita da Casa Civil e foi transferida para o Ministério do Planejamento. O ritmo, desde então, não é mais o mesmo.

Os empresários nem culpam a titular do Planejamento, Mirian Belchior. "Ela tem toda boa vontade do mundo. Mas é muito diferente. O ministro do Planejamento não tem o mesmo poder do ministro da Casa Civil. Quando a Casa Civil dá uma ordem, vem de uma pasta responsável pela coordenação de todos os ministérios. Quando vem do Planejamento, o sentimento na equipe ministerial é que estão falando com alguém do mesmo nível", diz um deles.

Em outras palavras, os ministros respeitam mais a Casa Civil do que o Planejamento. Ou seja, por mais que tenha se falado no início do governo Dilma, ainda não há, literalmente, uma Dilma da Dilma quando o assunto é o PAC, exatamente o programa crucial para tocar as obras de infraestrutura do país.

valdo cruz

Valdo Cruz é repórter especial da Folha. Cobre os bastidores do mundo da política e da economia em Brasília. Escreve às segundas-feiras.

 

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