Haddad e Serra: erro fatal

Agora pode ser muito tarde. O fato é que o tucano José Serra e o petista Fernando Haddad cometeram um erro de estratégia que deve ser fatal para um dos dois. Demoraram e muito para tentar minar o candidato do PRB, Celso Russomanno. Deixaram para iniciar o trabalho de desconstrução de imagem do adversário só na reta final do primeiro turno.

Essa avaliação é feita, reservadamente, tanto no comando da campanha de Serra como na de Haddad. Tucanos e petistas descobriram que acabaram dormindo no ponto. Deixaram Russomanno solto demais. Quando acordaram para falha na tática de campanha, o candidato do PRB já havia se firmado na dianteira.

Agora, resultado da onda tardia de ataques ao adversário, Russomanno caiu cinco pontos na última pesquisa Datafolha. É preciso aguardar os próximos levantamentos de intenção de voto. Se o candidato do PRB continuar caindo, é grande a chance de chegarmos à eleição no próximo domingo com os três principais candidatos embolados.

A dúvida, neste momento, é saber se ainda há tempo para tirar Russomanno do segundo turno. Dúvida que fará desta última semana de eleição um período de elevada temperatura para petistas e tucanos. Eles terão de fazer das tripas coração para ganharem a chance de disputar o segundo turno.

Etapa final da eleição que, no início da campanha, PSDB e PT davam como certo que seria disputada entre os dois partidos.

O problema é que, nesta fase crucial da campanha, Serra e Haddad têm de calibrar os ataques. Terão de disparar torpedos não só na direção do líder das pesquisas, mas também mirar um no outro. Precisam recuperar votos conquistados entre seus eleitores por Russomanno e, ao mesmo tempo, tirar votos um do outro.

Enfim, a campanha entrou pesado na fase de desconstrução de imagem. Tática usada em todas as campanhas para derrotar inimigos. Alguns são mais ferozes do que outros nesta tática, mas todos a utilizam. As próximas pesquisas vão revelar quem está usando a melhor estratégia. A conferir.