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JOGOS NA TV > OPINIÃO

Além de piscina verde, imagens mais marcantes vieram do judô

Os mais jovens sabem: Olimpíada é um evento que se divide em duas partes.

A primeira, que acabou, chama-se Phelps. A segunda, que está começando, é conhecida como Bolt. A TV, assim como Phelps e Bolt, também proporcionou recordes... de transmissão. Graças ao SporTV, que foi imbatível com 16 canais mostrando todo tipo de evento.

A "arte da gambiarra", apresentada na cerimônia de abertura, parecia um prenúncio. Somos ouro na gambiarra. Da piscina verde, que ninguém resolve (mesmo com a Globo mostrando dicas do piscineiro do clube) ao corte no Hino Nacional.

E deu para entender porque os canais de esporte não transmitem por aqui todo tipo de evento. Muitos deles requerem paciência asiática até chegar ao nirvana da compreensão e da empatia.

Foi o caso do hóquei sobre a grama, do tiro esportivo, da vela (ah, a vela), do tiro com arco, da esgrima... Aliás, a esgrima é tão divertida com Zorro ou os três mosqueteiros, mas mal consegui entender a diferença do florete, da espada e do sabre, que poderia ser de luz, talvez assim lotasse a arena (arquibancadas vazias foram outra marca dos primeiros dias da Olimpíada ).

Muitas das imagens marcantes da primeira semana, além da piscina verde, vieram do judô. Além das minguadas medalhas brasileiras (a TV fez a gente acreditar que teria pódio todo dia), teve libanês brasileiro dando piti, cubana dando piti e egípcio se recusando a cumprimentar israelense (que perigo). Levou vaia -mas quase todo mundo no Brasil foi aplaudido, menos argentinos (todos eles) e Hope Solo.

A natação então foi um desastre para os brasileiros. Sorte da torcida ter "adotado o Phelps", que saiu da aposentadoria para ganhar mais medalha que o Brasil.

Esse desânimo com o espetáculo do "não crescimento" brasileiro no quadro de medalhas causou um certo desânimo nos ufanistas de plantão, ou seja, na Globo.

Até Galvão Bueno, o homem que não cala, parecia meio borocoxô, como diria minha avó. Chegou a ficar de mal de Neymar (porque ele não deu entrevista depois de uma partida) e levou um "shut up" da cabine da BBC na natação (é a campanha "cala boca" alcançando níveis olímpicos).

Teve uma coisa, porém, que senti falta na primeira semana. A pira olímpica.

É comum em todos os Jogos cortarem a transmissão para a chama olímpica, sempre reluzente uma hora ou outra. Mas o Rio resolveu ser diferente e colocar a pira longe do Parque Olímpico da Barra, onde acontecem as competições de natação, basquete, tênis, judô etc.

Acho que só voltaremos a falar dela quando o fogo olímpico for extinto, já na cerimônia de encerramento.

Thiago Bernardes/FramePhoto/Folhapress
Vanderlei Cordeiro de Lima acende a pira olímpica na cerimônia de abertura da Rio-2016
Vanderlei Cordeiro de Lima acende a pira olímpica na cerimônia de abertura da Rio-2016
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