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Jacarta quer compensação dos mais ricos para conter desmatamento
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da Efe, em Jacarta (Indonésia)
A Indonésia, o país do mundo com maiores taxas de desmatamento, vai pedir na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC), em Bali, que os países desenvolvidos se comprometam a pagar para conter a destruição das florestas.
Durante a conferência, que começa na segunda-feira (3), a Indonésia vai defender a adoção do mecanismo de Emissões Reduzidas de Desmatamento e Degradação (REDD). Para isso, já conta com o apoio de outros 11 países em vias de desenvolvimento com amplas extensões de florestas.
O mecanismo propõe transformar a economia de emissões de carbono conseguido através de programas de proteção das florestas em um bem intercambiável por dinheiro.
A aprovação do instrumento ajudaria os países com menos recursos a lutar contra o desmatamento e reduzir as emissões de CO2 à atmosfera, causadas pela destruição e degradação das florestas.
"O mundo deve estar consciente de que a maioria dos países com florestas está em vias de desenvolvimento. Se tivéssemos ampla capacidade financeira não precisaríamos do apoio de outros países, mas nossas limitações nos obrigam a cooperar", disse esta semana o presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono.
Poluídores
A Indonésia, com cerca de 120 milhões de hectares, é o terceiro maior país do mundo em extensão de florestas, atrás do Brasil e da República do Congo. Mas também é, segundo as organizações de defesa do meio ambiente, o que sofre um desmatamento mais rápido. Por isso é o terceiro maior emissor de carbono do planeta, atrás dos Estados Unidos e da China.
Até agora, o país não conseguiu se beneficiar do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM, sigla em inglês), fixado no Protocolo de Kyoto para premiar economicamente a conversão de terras em florestas.
Os programas CDM aprovados pela ONU permitem a obtenção de Certificados de Redução de Emisões (CER), negociáveis no mercado internacional com os países industrializados, que devem reduzir as suas emissões de CO2.
A Indonésia e outros países se queixam da dificuldade de cumprir as condições para a aprovação dos programas. Eles exigem, por exemplo, demonstrar que os espaços reflorestados não tiveram cobertura florestal durante os últimos 50 anos.
Assim, outro objetivo de Jacarta será a flexibilização dos requisitos dos CDM, que poderia se tornar outra fonte de financiamento para avançar na luta contra a mudança climática.
A Indonésia, da mesma forma que outros países em vias de desenvolvimento com grandes áreas verdes, insiste que os países industrializados são os principais culpados pelo aquecimento global e devem pagar para se beneficiar do efeito das florestas tropicais sobre o planeta.
Preço
Segundo Elfian Effendy, diretor da ONG ambientalista Greenomics Indonesia, o país conta com 36,5 milhões de hectares de florestas protegidas. O seu valor econômico estaria entre US$ 105 e 113 bilhões. Já os 36,7 milhões de hectares de florestas de produção chegam a valer de US$ 111 a 121 bilhões.
"Se os países desenvolvidos querem que a Indonésia mantenha uma posição de desmatamento zero, terão que pagar cerca de US$ 278 bilhões de dólares como compensação" declarou recentemente Effendi à agência estatal "Antara".
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