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Maior lago da China pode secar devido à mudança climática
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da Efe, em Pequim
O lago Poyang, que fica no centro da China e é o maior de água doce no país, pode secar no inverno devido à escassez de chuvas na bacia do rio Yang Tsé, o que os cientistas atribuem à mudança climática, informou hoje a imprensa estatal chinesa.
É normal que a superfície do lago diminua no inverno em relação ao verão, já que esta última é a estação de chuvas na região, mas os moradores das margens do Poyang estão assustados com o baixo volume atual.
Há um ano, a superfície do lago no inverno era 10 vezes maior que a atual, o que levou os cientistas a emitir o alerta.
Jiang Tong, especialista do Instituto de Geografia e Limnologia de Nanquim, adverte que a seca invernal do Poyang poderia durar por mais dez anos, "devido à mudança climática e à exploração dos recursos hídricos".
Mais de 100 mil habitantes da região da província de Jiangxi, com grande densidade populacional, já começaram a sofrer restrições no abastecimento de água, algo incomum em um lugar que freqüentemente sofre com inundações e chuvas torrenciais.
"Minha casa está localizada às margens do lago, e agora tenho que percorrer 12 quilômetros para conseguir água. Estamos acostumados às mudanças entre estações, mas nunca tivemos tantos problemas de abastecimento", reclamou o camponês Yu Wenchang.
Prejuízo
Na localidade de Xiayangzui, 52 dos 56 poços usados pelos moradores já secaram, e os mais idosos reconhecem que nunca antes tinham visto o lago tão pequeno.
A situação no Poyang coincide também com a seca no rio Yang Tsé, que sofre com os piores níveis em meio século, devido à escassez de chuvas em seu curso alto.
O lago corre o risco de no futuro deixar de ser o maior de água doce da China, já que o segundo maior --o lago Dongting, na província vizinha de Hubei e com uma extensão de 2.300 quilômetros quadrados no verão --parece menos afetado pelas secas.
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