Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
20/08/2002 - 08h49

FHC viaja ao Uruguai em meio a crise na região

MARCIA CARMO
da BBC, em Buenos Aires

O presidente Fernando Henrique Cardoso desembarca na tarde desta terça-feira, em Montevidéu, no Uruguai.

Fernando Henrique chega ao país vizinho em um momento de crise financeira, que provocou o fechamento de quatro bancos e o agravamento da situação social uruguaia.

A crise no Uruguai e na região deverá ser um dos principais assuntos da viagem de dois dias do presidente.

Durante a visita oficial, Fernando Henrique deve assinar com o colega uruguaio Jorge Batlle um acordo bilateral, que vai liberar trabalhadores dos dois países da atual exigência do visto de trabalho e deve beneficiar 400 mil pessoas.

Ciência e tecnologia
Segundo o embaixador do Brasil no Uruguai, Francisco Thompson Flores, outro acordo a ser assinado pelos dois presidentes prevê uma cooperação na área de ciência e tecnologia.

A visita de Fernando Henrique ao país vizinho, que está mergulhado na mais grave crise financeira da sua história, começa às 14h desta terça-feira e deve terminar às 18h do dia seguinte.

A agenda do presidente inclui três pronunciamentos: um no Congresso, outro durante almoço com empresários e o terceiro na Associação Latino-Americana de Integração (Aladi).

Existe a possibilidade de que a criação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) seja um dos assuntos do encontro.

Há duas semanas, logo após reunião com o secretário do Tesouro americano, Paul O'Neill, Batlle reiterou a sua pressa na formação da aliança comercial.

Vizinho
O Uruguai é um país de 3,3 milhões de habitantes, desemprego de 16,3% (de acordo com os últimos dados divulgados, referentes ao mês passado) e um presidente que decidiu criticar, nas últimas horas, aqueles que estão aplicando seu dinheiro no exterior.

Um dos quatro sócios do Mercosul, o país foi o primeiro da região a receber, no governo do presidente americano George W. Bush, ajuda direta do Tesouro do país.

O chamado empréstimo-ponte foi uma antecipação de US$ 1,5 bilhão dos organismos internacionais FMI, BID e Banco Mundial que permitiram a reabertura dos bancos uruguaios depois de quatro dias de feriado.

O Uruguai já repassou o que recebeu destes organismos ao Tesouro. E, agora, o grande desafio, como reconheceu o próprio presidente do Uruguai, é reconquistar a confiança do correntista e do investidor.

Nos últimos sete meses, o país foi alvo de uma corrida bancária, influenciada pela crise na Argentina. No entanto, o Uruguai já vinha sofrendo com os reflexos da desaceleração da economia no Brasil.

Os resultados da crise econômica são o nascimento de favelas na própria capital e de pedintes o que antes era impossível de ser imaginado no lugar que já foi apontado como a Suíça da América do Sul.

Para assessores do presidente uruguaio, a crise está servindo de 'argumento' para que Batlle avance ainda mais nas reformas que planejava - como as privatizações.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página