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20/08/2002
-
19h06
da BBC, em Londres
O economista José Alexandre Scheinkman acredita ser mais importante é reduzir a taxa de juros sobre a dívida pública do que alongá-la.
"Todos nós queremos uma dívida mais longa. Mas isso depende das condições nas quais você consegue alongar", disse Scheinkman nesta terça-feira, em entrevista ao programa De Olho No Mundo, co-produção da BBC Brasil e da Rádio Eldorado.
"Eu acho que, no momento atual, com essas taxas de juros bastante altas e voláteis, o custo é alto."
A entrevista com Scheinkam - professor da Universidade de Princeton e mais novo integrante da equipe de assessoria de Ciro Gomes (PPS) - foi a primeira de uma série do De Olho no Mundo com assessores econômicos dos quatro principais candidatos à Presidência da República.
Confisco
Nesta semana, o De Olho No Mundo entrevistará os assessores dos candidatos Anthony Garotinho (PSB), José Serra (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Declarações passadas de Ciro Gomes de que desejava alongar o perfil da dívida foram usadas por seus adversários para difundir a idéia de que o candidato desejava suspender os pagamentos da dívida unilateralmente e assustaram o mercado.
Scheinkman voltou a afirmar que não acredita nessa medida e citou as declarações do candidato do PPS depois do encontro de segunda-feira com o presidente Fernando Henrique Cardoso, nas quais Ciro Gomes reafirmou estar comprometido com o respeito aos contratos.
"As declarações dele foram bastante claras, e ele tem falado constantemente desse comprometimento", disse Scheinkman.
Scheinkman defendeu que o próximo governo adote políticas que levem ao aumento da poupança interna como saída para a dependência brasileiro de capitais externos - que está na raiz da presente crise financeira -, embora reconheça que essa é uma solução que leva tempo surtir efeito.
Desemprego
"À medida que o governo mantiver um superávit e também transformar gastos correntes em investimento, eu acho que isso aí vai ajudar o país a ter menor dependência de investimentos externos e portanto ter menor volatilidade da taxa de câmbio", disse.
Sobre a proposta de campanha de Ciro Gomes de adotar uma política monetária que leve em conta o desemprego e não apenas a meta de inflação, Scheinkman disse que a atual política de metas de inflação do Banco Central é influenciada pela taxa de desemprego.
"Na previsão de inflação, entra o nível de emprego. Portanto, quando há desemprego, esta previsão naturalmente tende a ser mais baixa e portanto leva a uma política monetária menos apertada. Então, eu acho que já existe um mecanismo pelo qual a taxa de desemprego influência a política monetária", disse Scheinkman.
Para o economista, porém, a influência da política monetária no nível de emprego não deve ser exagerada.
"Embora a política monetária tenha um papel nisso, outras políticas de longo prazo, como o aumento da poupança, diminuição da informalidade, o aumento das exportações vão trazer um impacto no emprego maior do que a política monetária."
Entrevistas
Nesta quarta-feira, o De Olho no Mundo ouve Tito Ryff, assessor ecônomico do candidato Anthony Garotinho (PSB).
Na quinta-feira, será a vez de Guido Mantega, da equipe de Lula (PT), e, na sexta, o entrevistado será Luiz Paulo Velloso Lucas, assessor de José Serra (PSDB).
O programa De Olho no Mundo pode ser ouvido também pela internat, na Primeira Página da BBC Brasil ou pelo link abaixo.
Juro alto desestimula alongar dívida, diz Scheinkman
ASDRÚBAL FIGUEIRÓda BBC, em Londres
O economista José Alexandre Scheinkman acredita ser mais importante é reduzir a taxa de juros sobre a dívida pública do que alongá-la.
"Todos nós queremos uma dívida mais longa. Mas isso depende das condições nas quais você consegue alongar", disse Scheinkman nesta terça-feira, em entrevista ao programa De Olho No Mundo, co-produção da BBC Brasil e da Rádio Eldorado.
"Eu acho que, no momento atual, com essas taxas de juros bastante altas e voláteis, o custo é alto."
A entrevista com Scheinkam - professor da Universidade de Princeton e mais novo integrante da equipe de assessoria de Ciro Gomes (PPS) - foi a primeira de uma série do De Olho no Mundo com assessores econômicos dos quatro principais candidatos à Presidência da República.
Confisco
Nesta semana, o De Olho No Mundo entrevistará os assessores dos candidatos Anthony Garotinho (PSB), José Serra (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Declarações passadas de Ciro Gomes de que desejava alongar o perfil da dívida foram usadas por seus adversários para difundir a idéia de que o candidato desejava suspender os pagamentos da dívida unilateralmente e assustaram o mercado.
Scheinkman voltou a afirmar que não acredita nessa medida e citou as declarações do candidato do PPS depois do encontro de segunda-feira com o presidente Fernando Henrique Cardoso, nas quais Ciro Gomes reafirmou estar comprometido com o respeito aos contratos.
"As declarações dele foram bastante claras, e ele tem falado constantemente desse comprometimento", disse Scheinkman.
Scheinkman defendeu que o próximo governo adote políticas que levem ao aumento da poupança interna como saída para a dependência brasileiro de capitais externos - que está na raiz da presente crise financeira -, embora reconheça que essa é uma solução que leva tempo surtir efeito.
Desemprego
"À medida que o governo mantiver um superávit e também transformar gastos correntes em investimento, eu acho que isso aí vai ajudar o país a ter menor dependência de investimentos externos e portanto ter menor volatilidade da taxa de câmbio", disse.
Sobre a proposta de campanha de Ciro Gomes de adotar uma política monetária que leve em conta o desemprego e não apenas a meta de inflação, Scheinkman disse que a atual política de metas de inflação do Banco Central é influenciada pela taxa de desemprego.
"Na previsão de inflação, entra o nível de emprego. Portanto, quando há desemprego, esta previsão naturalmente tende a ser mais baixa e portanto leva a uma política monetária menos apertada. Então, eu acho que já existe um mecanismo pelo qual a taxa de desemprego influência a política monetária", disse Scheinkman.
Para o economista, porém, a influência da política monetária no nível de emprego não deve ser exagerada.
"Embora a política monetária tenha um papel nisso, outras políticas de longo prazo, como o aumento da poupança, diminuição da informalidade, o aumento das exportações vão trazer um impacto no emprego maior do que a política monetária."
Entrevistas
Nesta quarta-feira, o De Olho no Mundo ouve Tito Ryff, assessor ecônomico do candidato Anthony Garotinho (PSB).
Na quinta-feira, será a vez de Guido Mantega, da equipe de Lula (PT), e, na sexta, o entrevistado será Luiz Paulo Velloso Lucas, assessor de José Serra (PSDB).
O programa De Olho no Mundo pode ser ouvido também pela internat, na Primeira Página da BBC Brasil ou pelo link abaixo.
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