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02/09/2002
-
12h07
Enviada especial a Johannesburgo
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta segunda-feira durante a Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, em Johanesburgo, na África do Sul, que o mundo precisa criar um novo parâmetro de desenvolvimento, baseado no princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas.
Uma das maiores lutas dos brasileiros durante a cúpula mundial tem sido convencer as delegações presentes de que os países devem trabalhar juntos pelo desenvolvimento, mas que cada país deve ceder de acordo com as suas riquezas e possibilidades - principalmente no que diz respeito às questões comerciais e energéticas, as mais polêmicas da cúpula.
Falando para um plenário cheio durante a Rio+10, Fernando Henrique defendeu um balanço equilibrado entre "economia, prosperidade, proteção ambiental e justiça social".
O presidente citou a criação do Fundo de Biodiversidade Biológica - uma proposta que será formalizada pelo Brasil e pelo México nesta terça-feira - como uma das alternativas de desenvolvimento criadas pelo Brasil.
Simbólico
Pelos termos da proposta, participariam do fundo os países detentores das maiores variedades de espécies do mundo, grupo do qual o país faz parte.
"O fundo vai começar de forma modesta, quase simbólica. Mas esperamos a contribuição de outros países e de empresas para que a biodiversidade de espécies seja preservada", disse Fernando Henrique.
O presidente disse ainda que o Brasil pretende manter sua proposta de ter 10% de sua matriz energética formada por energias renováveis até 2010 e explicou que o Brasil pretende "entrar com força nas propostas estabelecidas pelo protocolo de Kyoto".
Fernando Henrique afirmou que é muito importante que os países se desenvolvam de forma sustentável. "Caso contrário, o desenvolvimento será injusto", declarou.
Segundo o presidente, para que isso seja possível, o mundo precisa desenvolver um senso de cidadania global, que combata a pobreza e as injustiças sociais.
Estavam no plenário os principais chefes de governo presentes à cúpula.
Discurso inflamado
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fez um discurso inflamado, no qual afirmou que a América Latina é "o epicentro da luta contra a exploração mundial".
"O caminho em direção à liberdade é longo, vivemos 300 anos de horror. Precisamos entender que a pobreza é resultado do modelo de desenvolvimento hoje imposto no mundo pelo neoliberalismo. Precisamos lutar contra a causa desse problema. Não podemos acabar com o incêndio respeitando os incendiários", disse Chávez.
A Venezuela lidera as discussões do Grupo 77, organização de países em desenvolvimento do qual o Brasil faz parte, na Rio+10.
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse em seu discurso que os líderes mundiais conhecem a pobreza e os meios de combatê-la, apenas precisam mostrar vontade política para colocar esses meios em prática.
Assim como o chanceler (primeiro-ministro) alemão, Gerard Schröder, e o presidente da França, Jacques Chirac, Tony Blair pediu que todos os países ratifiquem o Protocolo de Kyoto. O documento estabelece metas para os países reduzirem suas emissões de gás carbônico.
FHC defende mudança no modelo de crescimento
MARIANA TIMÓTEO DA COSTAEnviada especial a Johannesburgo
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta segunda-feira durante a Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, em Johanesburgo, na África do Sul, que o mundo precisa criar um novo parâmetro de desenvolvimento, baseado no princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas.
Uma das maiores lutas dos brasileiros durante a cúpula mundial tem sido convencer as delegações presentes de que os países devem trabalhar juntos pelo desenvolvimento, mas que cada país deve ceder de acordo com as suas riquezas e possibilidades - principalmente no que diz respeito às questões comerciais e energéticas, as mais polêmicas da cúpula.
Falando para um plenário cheio durante a Rio+10, Fernando Henrique defendeu um balanço equilibrado entre "economia, prosperidade, proteção ambiental e justiça social".
O presidente citou a criação do Fundo de Biodiversidade Biológica - uma proposta que será formalizada pelo Brasil e pelo México nesta terça-feira - como uma das alternativas de desenvolvimento criadas pelo Brasil.
Simbólico
Pelos termos da proposta, participariam do fundo os países detentores das maiores variedades de espécies do mundo, grupo do qual o país faz parte.
"O fundo vai começar de forma modesta, quase simbólica. Mas esperamos a contribuição de outros países e de empresas para que a biodiversidade de espécies seja preservada", disse Fernando Henrique.
O presidente disse ainda que o Brasil pretende manter sua proposta de ter 10% de sua matriz energética formada por energias renováveis até 2010 e explicou que o Brasil pretende "entrar com força nas propostas estabelecidas pelo protocolo de Kyoto".
Fernando Henrique afirmou que é muito importante que os países se desenvolvam de forma sustentável. "Caso contrário, o desenvolvimento será injusto", declarou.
Segundo o presidente, para que isso seja possível, o mundo precisa desenvolver um senso de cidadania global, que combata a pobreza e as injustiças sociais.
Estavam no plenário os principais chefes de governo presentes à cúpula.
Discurso inflamado
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fez um discurso inflamado, no qual afirmou que a América Latina é "o epicentro da luta contra a exploração mundial".
"O caminho em direção à liberdade é longo, vivemos 300 anos de horror. Precisamos entender que a pobreza é resultado do modelo de desenvolvimento hoje imposto no mundo pelo neoliberalismo. Precisamos lutar contra a causa desse problema. Não podemos acabar com o incêndio respeitando os incendiários", disse Chávez.
A Venezuela lidera as discussões do Grupo 77, organização de países em desenvolvimento do qual o Brasil faz parte, na Rio+10.
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse em seu discurso que os líderes mundiais conhecem a pobreza e os meios de combatê-la, apenas precisam mostrar vontade política para colocar esses meios em prática.
Assim como o chanceler (primeiro-ministro) alemão, Gerard Schröder, e o presidente da França, Jacques Chirac, Tony Blair pediu que todos os países ratifiquem o Protocolo de Kyoto. O documento estabelece metas para os países reduzirem suas emissões de gás carbônico.
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