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24/10/2002 - 16h08

Discurso de Lula vai decepcionar mercado, apostam analistas

DENISE BACOCCINA
ASDRÚBAL FIGUEIRÓ

da BBC

Analistas acham que o mercado pode se decepcionar com o esperado discurso de Luiz Inácio Lula da Silva - se o petista for eleito neste domingo, como indicam todas as pesquisas de intenção de voto.

A melhora dos indicadores do mercado financeiro nesta semana é vista por alguns analistas como um sinal de que a situação pode voltar a piorar na semana que vem.

"O mercado está com uma expectativa muito alta, que não acredito que vai se realizar", afirmou o estrategista de América Latina do banco Merrill Lynch em Nova York, Robert Berges.

O diretor de pesquisa para América Latina da consultoria Ideaglobal, Ricardo Amorim, aposta num movimento de "realização de lucros" na semana que vem.

"Não espero um movimento de pânico, mas uma reversão da expectativa desta semana, um pouco exagerada", afirmou.

Para Berges, a alta da Bovespa, a cotação do dólar num nível menor do que nas semanas anteriores e a queda no risco-Brasil nos últimos dias indicam que o mercado está apostando em boas notícias na semana que vem.

Justamente por isso, ele acha que os investidores, otimistas com as declarações favoráveis de Luiz Inácio Lula da Silva a respeito da economia, vão se decepcionar quando perceberem que o novo presidente eleito não deve anunciar nenhuma medida de impacto imediatamente após a eleição.

"O mercado vai querer testar o Lula na semana que vem", afirma Berges.

Amorim também acha que o mercado tem expectativas muito altas para o anúncio da nova equipe econômica. "Deve sair uma equipe de transição, mas até concluir a composição política para montar o governo leva tempo", afirma Amorim.

Integrantes do Partido dos Trabalhadores já afirmaram, na semana passada, que se realmente vencerem as eleições no domingo não pretendem anunciar a nova equipe econômica já na segunda-feira, como se comentou.

Depois do ajuste de expectativas, o diretor da Ideaglobal acredita numa melhora do cenário financeiro, com a melhora dos indicadores econômicos no próximo ano, a partir dos esforços do novo governo para garantir o pagamento da dívida.

Ele acha que as declarações do PT até agora indicam que o partido vai se esforçar para aprovar projetos que garantam o aumento da arrecadação, como a manutenção da alíquota do Imposto de Renda para Pessoa Física em 27,5% e da Contribuição sobre o Lucro Líquido das empresas em 9%.

"Do ponto de vista da vulnerabilidade externa, a situação está melhorando, com o aumento do superávit comercial e a queda do déficit de transações correntes", afirma.

A Ideaglobal estima um déficit de transações correntes em 2003 entre US$ 5 bilhões e US$ 7 bilhões.
 

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