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11/03/2003
-
00h38
da BBC, em Bogotá
Um comunicado das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) nega que o grupo esteja por trás do atentado contra o clube El Nogal, em Bogotá, que deixou 36 mortos e 170 feridos no dia 7 de fevereiro.
No comunicado, publicado nesta segunda-feira no site da guerrilha, os rebeldes afirmam ter realizado uma "paciente, rigorosa e séria investigação em toda a organização guerrilheira" e descartado a participação de seus integrantes no ataque.
As Farc afirmam que as forças de segurança do governo colombiano são responsáveis pelo atentado e dizem, nesse comunicado, que condenam o terrorismo como forma de luta.
Os rebeldes destacam que a rapidez dos representantes do governo em culpar os guerrilheiros pelo ataque foi uma atitude suspeita que, segundo os rebeldes, teria sido uma exigência do departamento de Estado americano.
Histeria
Segundo o documento das Farc, assinado pelo secretariado nacional da guerrilha, "o atentado buscava apenas iniciar no país na histeria contra a guerrilha para facilitar a aprovação no Congresso do estatuto antiterrorista".
O informe diz ainda que, no campo internacional, o objetivo era "limpar a imagem do governo paramilitar de Álvaro Uribe e conseguir solidariedade de alguns países numa cruzada contra as Farc, sob o pretexto de que elas são uma organização terrorista".
O vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, disse que o governo tem provas contundentes, que comprovariam o envolvimento das Farc no atentado contra o clube El Nogal.
"Eu não daria relevância a essa declaração. Não há a menor dúvida da culpa dessa organização", afirmou Santos.
Já o procurador-geral da Colômbia, Luis Camilo Osório, disse ter ficado surpreso com a declaração da guerrilha.
"Temos provas que apontam esse grupo como o responsável", disse.
"A participação internacional nesse tipo de atentado terrorista, em que as características são as mesmas utilizadas em outras partes do mundo, é uma hipótese que não podemos descartar nem negar", acrescentou Osório.
Pressão internacional
O diretor da Federação de Municípios, Gilberto Toro, disse que as Farc estão sentindo a pressão da condenação nacional e internacional.
"Agora, eles estão percebendo que, com o terrorismo e a violação dos direitos humanos, não vão encontrar uma saída", assinalou.
"Acredito que eles estejam tentando corrigir com comunicados o que estão fazendo com bombas", disse Gilberto Toro.
A explosão de um carro-bomba, carregado com cerca de 200 quilos de explosivos, no El Nogal motivou uma ofensiva diplomática do governo do presidente Álvaro Uribe para que as Farc fossem declaradas terroristas.
Essa pressão motivou a OEA, Organização dos Estados Americanos, a aprovar, em 12 de fevereiro, uma resolução que proíbe a concessão de qualquer tipo de apoio às Farc e permite o bloqueio de seus bens.
No entanto, alguns países que têm fronteira com a Colômbia, como o Brasil, a Venezuela e o Equador, negaram-se a assinar declarações individuais classificando a guerrilha como organização terrorista.
Essa atitude foi elogiada pelas Farc no comunicado publicado hoje. "Felizmente, alguns governos não caíram na trama", disse o documento.
Nesse comunicado, os rebeldes lembram que as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) e da OEA não identificam diretamente as Farc como parte de uma organização terrorista.
Eles afirmam ainda que as Farc condenam o terrorismo, como foi definido em uma conferência guerrilheira, realizada em 1993.
Farc negam participação em explosão em boate de Bogotá
VALQUÍRIA REYda BBC, em Bogotá
Um comunicado das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) nega que o grupo esteja por trás do atentado contra o clube El Nogal, em Bogotá, que deixou 36 mortos e 170 feridos no dia 7 de fevereiro.
No comunicado, publicado nesta segunda-feira no site da guerrilha, os rebeldes afirmam ter realizado uma "paciente, rigorosa e séria investigação em toda a organização guerrilheira" e descartado a participação de seus integrantes no ataque.
As Farc afirmam que as forças de segurança do governo colombiano são responsáveis pelo atentado e dizem, nesse comunicado, que condenam o terrorismo como forma de luta.
Os rebeldes destacam que a rapidez dos representantes do governo em culpar os guerrilheiros pelo ataque foi uma atitude suspeita que, segundo os rebeldes, teria sido uma exigência do departamento de Estado americano.
Histeria
Segundo o documento das Farc, assinado pelo secretariado nacional da guerrilha, "o atentado buscava apenas iniciar no país na histeria contra a guerrilha para facilitar a aprovação no Congresso do estatuto antiterrorista".
O informe diz ainda que, no campo internacional, o objetivo era "limpar a imagem do governo paramilitar de Álvaro Uribe e conseguir solidariedade de alguns países numa cruzada contra as Farc, sob o pretexto de que elas são uma organização terrorista".
O vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, disse que o governo tem provas contundentes, que comprovariam o envolvimento das Farc no atentado contra o clube El Nogal.
"Eu não daria relevância a essa declaração. Não há a menor dúvida da culpa dessa organização", afirmou Santos.
Já o procurador-geral da Colômbia, Luis Camilo Osório, disse ter ficado surpreso com a declaração da guerrilha.
"Temos provas que apontam esse grupo como o responsável", disse.
"A participação internacional nesse tipo de atentado terrorista, em que as características são as mesmas utilizadas em outras partes do mundo, é uma hipótese que não podemos descartar nem negar", acrescentou Osório.
Pressão internacional
O diretor da Federação de Municípios, Gilberto Toro, disse que as Farc estão sentindo a pressão da condenação nacional e internacional.
"Agora, eles estão percebendo que, com o terrorismo e a violação dos direitos humanos, não vão encontrar uma saída", assinalou.
"Acredito que eles estejam tentando corrigir com comunicados o que estão fazendo com bombas", disse Gilberto Toro.
A explosão de um carro-bomba, carregado com cerca de 200 quilos de explosivos, no El Nogal motivou uma ofensiva diplomática do governo do presidente Álvaro Uribe para que as Farc fossem declaradas terroristas.
Essa pressão motivou a OEA, Organização dos Estados Americanos, a aprovar, em 12 de fevereiro, uma resolução que proíbe a concessão de qualquer tipo de apoio às Farc e permite o bloqueio de seus bens.
No entanto, alguns países que têm fronteira com a Colômbia, como o Brasil, a Venezuela e o Equador, negaram-se a assinar declarações individuais classificando a guerrilha como organização terrorista.
Essa atitude foi elogiada pelas Farc no comunicado publicado hoje. "Felizmente, alguns governos não caíram na trama", disse o documento.
Nesse comunicado, os rebeldes lembram que as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) e da OEA não identificam diretamente as Farc como parte de uma organização terrorista.
Eles afirmam ainda que as Farc condenam o terrorismo, como foi definido em uma conferência guerrilheira, realizada em 1993.
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