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15/04/2003 - 12h10

"Templo" da arte moderna britânica muda de endereço

MARIA LUÍSA CAVALCANTI
da BBC, em Londres

A Saatchi Gallery, um dos mais respeitados espaços dedicados à arte contemporânea na Europa, está de casa nova.

Cerca de cem obras da sua coleção deixam um antigo galpão no bairro de St. John's Wood, noroeste de Londres, e aterrissam no County Hall, prédio onde funcionou o extinto Conselho de Londres e que fica na margem sul do rio Tâmisa.

A localização privilegiada -em frente ao Big Ben e a poucos metros da roda-gigante London Eye- promete aproximar do grande público uma arte de vanguarda assinada por nomes como Damien Hirst, Sarah Lucas, Tracey Emin, David Salle e muitos outros que foram lançados nos 18 anos de existência da galeria.

A Saatchi Gallery é criação do milionário Charles Saatchi, que fez fama e dinheiro como publicitário -foi ele o idealizador da campanha que levou Margareth Thatcher ao poder.

"Edifício-fantasma"

Mesmo com vários fatores a seu favor, ainda há um temor entre críticos de arte britânicos de que as obras da galeria vão perder seu impacto em um prédio de estilo eduardiano do início do século passado.

"As salas com mobília e paredes de carvalho do County Hall não poderiam estar mais distantes da visão original de Saatchi para a coleção", disse Rebecca Thomas, da BBC.

Mas, para William Miller, porta-voz da Saatchi Gallery, esse contraste será uma atração a mais.

"Esse é um prédio com muita história, onde trabalhavam as autoridades de Londres, e que foi praticamente um edifício-fantasma por 15 anos. Muita gente tem curiosidade em conhecê-lo", disse Miller à BBC Brasil.

"O efeito dessas obras em uma sala de linhas tão tradicionais é único e novo", afirmou o porta-voz.

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Entre as peças de maior destaque na coleção da Saatchi Gallery estão as pinturas a óleo da portuguesa Paula Rego, as fotos e esculturas de Sarah Lucas, as instalações de Tracey Emin e os animais colocados em aquários de Damien Hirst.

Hirst, que foi lançado pela galeria, é o primeiro artista a ganhar uma retrospectiva no novo endereço.

As demais obras da coleção, que totalizam 2.000, são fruto da extravagância de Charles Saatchi. Ele adora visitar estúdios de artistas desconhecidos, comprar tudo o que está dentro, mostrar as obras em sua galeria e depois doar tudo para museus menores.

William Miller, porta-voz da galeria, acredita que a nova localização vai ajudar a popularizar a arte de vanguarda.

"Cerca de 12 milhões de pessoas passam em frente ao County Hall por ano. Nem nos meus sonhos mais malucos eu teria esse tanto de gente aqui na galeria, mas, se conseguirmos uma pequena porcentagem dessas pessoas, podemos nos considerar um sucesso", afirmou Miller.
 

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