Publicidade
Publicidade
20/05/2003
-
08h05
da BBC, em Bogotá
O Exército colombiano anunciou a prisão de três oficiais, 16 suboficiais e 21 soldados acusados de roubar uma grande quantidade de dinheiro pertencente às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em um escândalo revelado na noite de ontem em Bogotá.
As autoridades colombianas afirmam que o grupo de militares teria encontrado o dinheiro após a explosão de uma mina terrestre na selva de San Vicente de Caguán, na antiga zona desmilitarizada controlada pela guerrilha no sul do país até fevereiro de 2002.
Bolsas repletas de dólares e pesos colombianos haviam sido enterradas no local pelo secretariado-geral da guerrilha após a ruptura das negociações de paz com o governo do então presidente Andrés Pastrana.
A explosão desenterrou o dinheiro, que foi encontrado pelos militares no dia 18 de abril e repartido entre eles, sem que seus superiores fossem informados do caso, de acordo com o comandante nacional do Exército, general Carlos Alberto Ospina.
Dinheiro vivo
Os serviços de inteligência do governo colombiano dizem que o comando das Farc decidiu esconder as bolsas prevendo que necessitaria utilizar o dinheiro para financiar o conflito contra o governo após a ruptura das negociações de paz.
De acordo com o comando do Exército, outros 107 militares são procurados pela Justiça colombiana pelo roubo do dinheiro da guerrilha e serão julgados por peculato.
De acordo com o Exército, parte do dinheiro era produto de sequestros, extorsões e transações de drogas. Ospina disse que as autoridades ainda não sabem o valor exato encontrado pelo grupo.
No entanto, de acordo com o general, a quantia deve ser bastante alta, devido às atitudes suspeitas dos 147 militares depois da operação.
Pertencentes a um batalhão de combate à guerrilha, o grupo foi transferido ao Estado de Cauca depois que o dinheiro foi encontrado.
Na cidade de Popayán, o comandante da Terceira Divisão do Exército estranhou que os soldados, suboficiais e oficiais recém-chegados, estivessem pedindo demissão ou abandonando o serviço sem dar explicação.
Uma rápida investigação do Exército detectou que os militares se apropriaram do dinheiro indevidamente.
Corrupção
Assim que tomou conhecimento do escândalo de corrupção, o presidente Álvaro Uribe pediu às autoridades militares que informassem a população sobre o caso.
O combate à corrupção foi uma de suas principais bandeiras na campanha à Presidência. Esse, no entanto, não é o primeiro caso de corrupção envolvendo militares colombianos.
Desde 1991, vários integrantes do Exército e da polícia têm sido afastados e julgados por roubar dinheiro e ouro de narcotraficantes, contrabandear armas para grupos paramilitares e se apropriar de fundos estrangeiros destinados à erradicação de cultivos ilícitos no país.
Um dos casos mais conhecidos foi o desvio de US$ 2 milhões doados pelo governo dos Estados Unidos para a luta contra as drogas na Colômbia.
Desde o ano passado, 80 membros da Polícia Nacional estão sendo investigados nesse processo. Entre eles, Gustavo Socha Salamanca, ex-diretor da Polícia Antinarcóticos.
Exército colombiano prende militares acusados de roubo
VALQUÍRIA REYda BBC, em Bogotá
O Exército colombiano anunciou a prisão de três oficiais, 16 suboficiais e 21 soldados acusados de roubar uma grande quantidade de dinheiro pertencente às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em um escândalo revelado na noite de ontem em Bogotá.
As autoridades colombianas afirmam que o grupo de militares teria encontrado o dinheiro após a explosão de uma mina terrestre na selva de San Vicente de Caguán, na antiga zona desmilitarizada controlada pela guerrilha no sul do país até fevereiro de 2002.
Bolsas repletas de dólares e pesos colombianos haviam sido enterradas no local pelo secretariado-geral da guerrilha após a ruptura das negociações de paz com o governo do então presidente Andrés Pastrana.
A explosão desenterrou o dinheiro, que foi encontrado pelos militares no dia 18 de abril e repartido entre eles, sem que seus superiores fossem informados do caso, de acordo com o comandante nacional do Exército, general Carlos Alberto Ospina.
Dinheiro vivo
Os serviços de inteligência do governo colombiano dizem que o comando das Farc decidiu esconder as bolsas prevendo que necessitaria utilizar o dinheiro para financiar o conflito contra o governo após a ruptura das negociações de paz.
De acordo com o comando do Exército, outros 107 militares são procurados pela Justiça colombiana pelo roubo do dinheiro da guerrilha e serão julgados por peculato.
De acordo com o Exército, parte do dinheiro era produto de sequestros, extorsões e transações de drogas. Ospina disse que as autoridades ainda não sabem o valor exato encontrado pelo grupo.
No entanto, de acordo com o general, a quantia deve ser bastante alta, devido às atitudes suspeitas dos 147 militares depois da operação.
Pertencentes a um batalhão de combate à guerrilha, o grupo foi transferido ao Estado de Cauca depois que o dinheiro foi encontrado.
Na cidade de Popayán, o comandante da Terceira Divisão do Exército estranhou que os soldados, suboficiais e oficiais recém-chegados, estivessem pedindo demissão ou abandonando o serviço sem dar explicação.
Uma rápida investigação do Exército detectou que os militares se apropriaram do dinheiro indevidamente.
Corrupção
Assim que tomou conhecimento do escândalo de corrupção, o presidente Álvaro Uribe pediu às autoridades militares que informassem a população sobre o caso.
O combate à corrupção foi uma de suas principais bandeiras na campanha à Presidência. Esse, no entanto, não é o primeiro caso de corrupção envolvendo militares colombianos.
Desde 1991, vários integrantes do Exército e da polícia têm sido afastados e julgados por roubar dinheiro e ouro de narcotraficantes, contrabandear armas para grupos paramilitares e se apropriar de fundos estrangeiros destinados à erradicação de cultivos ilícitos no país.
Um dos casos mais conhecidos foi o desvio de US$ 2 milhões doados pelo governo dos Estados Unidos para a luta contra as drogas na Colômbia.
Desde o ano passado, 80 membros da Polícia Nacional estão sendo investigados nesse processo. Entre eles, Gustavo Socha Salamanca, ex-diretor da Polícia Antinarcóticos.
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice