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02/06/2003
-
09h06
da BBC, em Washington
Depois de dois anos de confrontos brutais, israelenses e palestinos vão para o encontro de cúpula de quarta-feira (4) na Jordânia com um extraordinário grau de entendimento --pelo menos a curto prazo.
Espera-se que os dois lados comecem a pôr em prática diversos passos para implementar o plano de paz traçado por Estados Unidos, Rússia, ONU (Organização das Nações Unidas) e União Européia.
É um processo altamente detalhado e complexo, o que significa que a palavra atalho deve ter pouco uso.
"Apenas começar já vai ser um sucesso", disse um conselheiro que tem trabalhado duro nas negociações.
Direito a um Estado
Nos últimos dias, duas altas autoridades americanas --William Burns, do Departamento de Estado, e Elliot Abrams, da Casa Branca-- têm trabalhado com os dois lados para preparar o esboço de declarações que serão divulgadas, reconhecendo formalmente o direito mútuo a um Estado.
As declarações podem ser lidas pelos primeiros-ministros israelense, Ariel Sharon, e palestino, Mahmoud Abbas, mais conhecido como Abu Mazen, no começo do encontro em Aqaba, na Jordânia.
Mesmo se isso for tudo o que eles vão conseguir, será provavelmente o começo pelo qual todos estão esperando.
As declarações de ambas as partes são os primeiros passos pedidos pelo plano de paz.
Ao mesmo tempo, os Estados Unidos devem anunciar um coordenador, que vai estar à frente de uma equipe pequena, para ajudar a começar a implementar a parte mais detalhada do plano.
"Não pense nesse coordenador como um enviado, com negociações constantes", afirmou o secretário de Estado americano, Colin Powell.
"Não estamos em negociações ainda. Estamos nos estágios internacionais, nos quais temos que fazê-los conversar em diferentes níveis", completou.
Retirada
Em vez disso, sob orientação americana, os dois lados vão tentar combinar um plano de ação, pelo qual tropas israelenses serão retiradas lentamente da Cisjordânia e da faixa de Gaza, enquanto os palestinos assumem a responsabilidade pela segurança na região.
Estranhamente, é o lado palestino que está pedindo cautela.
Abu Mazen admite abertamente que ainda não tem capacidade de garantir a segurança necessária.
Assim, a primeira retirada israelense vai provavelmente cobrir apenas algumas partes de Gaza, ao mesmo tempo em que autoridades da área de segurança dos dois lados concordam em retomar contatos regulares.
Os palestinos também vão procurar meios de permitir que a vida econômica seja retomada na região.
Então, vem a questão sempre espinhosa dos assentamentos.
Na fase 1 do plano de paz, Israel tem que desmanchar postos construídos desde março de 2001.
Congelamento
O plano também pede um congelamento de assentamentos durante a primeira fase.
Decidir o significado destas cláusulas, porém, poderia ocupar muito mais do que as poucas horas que os líderes têm juntos em Aqaba.
Um ex-funcionário do Departamento de Estado afirmou que eles têm tentado definir e implementar um congelamento de assentamentos por 20 anos.
Então, no momento, o objetivo aqui, e em boa parte do processo, é evitar diferenças abertas.
Em vez disso, observar uma decisão unilateral de Israel de retirar parte dos postos ilegais.
Confiança
A estratégia será concordar com passos menores, que aumentarão a confiança e melhorarão a qualidade da vida tanto no lado palestino quanto israelense.
O outro objetivo claro é aumentar o apoio ao novo primeiro-ministro palestino.
Por isso foi convocado o encontro, amanhã, em Sharm El-Sheik, no Egito, no qual Abu Mazen vai receber, pela primeira vez, o apoio de líderes árabes moderados.
Iasser Arafat, claro, permanece isolado em casa, em Ramallah.
Tudo isso é uma tentativa de acelerar o processo e construir uma reserva de credibilidade para tratar da violência e das questões realmente difíceis que vêm por aí.
Análise: Israelenses e palestinos devem dar passos pequenos
JON LEYNELda BBC, em Washington
Depois de dois anos de confrontos brutais, israelenses e palestinos vão para o encontro de cúpula de quarta-feira (4) na Jordânia com um extraordinário grau de entendimento --pelo menos a curto prazo.
Espera-se que os dois lados comecem a pôr em prática diversos passos para implementar o plano de paz traçado por Estados Unidos, Rússia, ONU (Organização das Nações Unidas) e União Européia.
É um processo altamente detalhado e complexo, o que significa que a palavra atalho deve ter pouco uso.
"Apenas começar já vai ser um sucesso", disse um conselheiro que tem trabalhado duro nas negociações.
Direito a um Estado
Nos últimos dias, duas altas autoridades americanas --William Burns, do Departamento de Estado, e Elliot Abrams, da Casa Branca-- têm trabalhado com os dois lados para preparar o esboço de declarações que serão divulgadas, reconhecendo formalmente o direito mútuo a um Estado.
As declarações podem ser lidas pelos primeiros-ministros israelense, Ariel Sharon, e palestino, Mahmoud Abbas, mais conhecido como Abu Mazen, no começo do encontro em Aqaba, na Jordânia.
Mesmo se isso for tudo o que eles vão conseguir, será provavelmente o começo pelo qual todos estão esperando.
As declarações de ambas as partes são os primeiros passos pedidos pelo plano de paz.
Ao mesmo tempo, os Estados Unidos devem anunciar um coordenador, que vai estar à frente de uma equipe pequena, para ajudar a começar a implementar a parte mais detalhada do plano.
"Não pense nesse coordenador como um enviado, com negociações constantes", afirmou o secretário de Estado americano, Colin Powell.
"Não estamos em negociações ainda. Estamos nos estágios internacionais, nos quais temos que fazê-los conversar em diferentes níveis", completou.
Retirada
Em vez disso, sob orientação americana, os dois lados vão tentar combinar um plano de ação, pelo qual tropas israelenses serão retiradas lentamente da Cisjordânia e da faixa de Gaza, enquanto os palestinos assumem a responsabilidade pela segurança na região.
Estranhamente, é o lado palestino que está pedindo cautela.
Abu Mazen admite abertamente que ainda não tem capacidade de garantir a segurança necessária.
Assim, a primeira retirada israelense vai provavelmente cobrir apenas algumas partes de Gaza, ao mesmo tempo em que autoridades da área de segurança dos dois lados concordam em retomar contatos regulares.
Os palestinos também vão procurar meios de permitir que a vida econômica seja retomada na região.
Então, vem a questão sempre espinhosa dos assentamentos.
Na fase 1 do plano de paz, Israel tem que desmanchar postos construídos desde março de 2001.
Congelamento
O plano também pede um congelamento de assentamentos durante a primeira fase.
Decidir o significado destas cláusulas, porém, poderia ocupar muito mais do que as poucas horas que os líderes têm juntos em Aqaba.
Um ex-funcionário do Departamento de Estado afirmou que eles têm tentado definir e implementar um congelamento de assentamentos por 20 anos.
Então, no momento, o objetivo aqui, e em boa parte do processo, é evitar diferenças abertas.
Em vez disso, observar uma decisão unilateral de Israel de retirar parte dos postos ilegais.
Confiança
A estratégia será concordar com passos menores, que aumentarão a confiança e melhorarão a qualidade da vida tanto no lado palestino quanto israelense.
O outro objetivo claro é aumentar o apoio ao novo primeiro-ministro palestino.
Por isso foi convocado o encontro, amanhã, em Sharm El-Sheik, no Egito, no qual Abu Mazen vai receber, pela primeira vez, o apoio de líderes árabes moderados.
Iasser Arafat, claro, permanece isolado em casa, em Ramallah.
Tudo isso é uma tentativa de acelerar o processo e construir uma reserva de credibilidade para tratar da violência e das questões realmente difíceis que vêm por aí.
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