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13/06/2003 - 07h37

Havaianas são vendidas por até R$ 500 em Londres

SILVIA SALEK
da BBC, em Londres

As sandálias havaianas viraram moda na Europa e chegam a ser vendidas por cerca de 100 libras (R$ 478) por estilistas na capital britânica, que decoram as tiras dos chinelos de borracha com pedras, cristais e miçangas.

Apesar do alto preço cobrado pelos estilistas, é possível encontrar Havaianas mais baratas em Londres; ainda assim, o valor médio de 20 libras (R$ 96) cobrado pelas sandálias em lojas como a Urban Outfitters e a Whistles é, no mínimo, dez vezes superior ao encontrado no Brasil.

"Elas são caras, mas não páram de vender. É o ítem de maior sucesso deste verão", disse Ali Inett, gerente da Whistles de Covent Garden, centro de Londres.

O sucesso das legítimas é tanto que fábricas na Argentina e na África já começaram a copiar as sandálias, de olho num mercado que não pára de crescer.

Classe média

Desde 2001, as exportações da sandália têm dobrado a cada ano.

Em 2003, a meta é exportar 5 milhões de pares; no ano que vem, as vendas no exterior devem chegar perto de 10 milhões.

"Poderíamos estar exportando muito mais. Mas queremos manter as sandálias como um produto de elite no momento para, posteriormente, começar a vender para a classe média", disse Carlos Roza, gerente de exportações da São Paulo Alpargatas, que fabrica as havaianas há 41 anos.

"Como ainda não estamos explorando esse segmento, acaba sobrando espaço para ação dos piratas. Nosso departamento jurídico está tendo trabalho com isso. É o preço da nossa fama", declarou Roza.

Deu no "New York Times"

O sucesso das "legítimas" já virou tema de reportagens nas principais revistas e jornais do mundo.

Para o "New York Times", as havaianas são a última palavra da moda para os pés.

O "Le Monde", da França, estampou na manchete que o calçado das favelas conquistou as vítimas da moda.

Até o principal jornal de economia do Reino Unido, o "Financial Times", se rendeu ao sucesso dos chinelos de borracha: "A sandália de quem tem muito dinheiro e nada para provar", disse o jornal.

Modelos

Segundo o diretor de comunicação da São Paulo Alpargatas, Rui Porto, a moda no exterior foi impulsionada por modelos brasileiras e estrangeiras que carregavam as sandálias na mala quando deixavam o Brasil.

"No passado, ter Havaianas era quase como exibir um atestado de pobreza. Mas conseguimos transformar as sandálias no calçado mais democrático do Brasil, usado tanto pela faxineira que limpa a piscina, quanto pela grã-fina que toma sol na mesma piscina", disse Porto.

"Depois disso, modelos brasileiras e também estrangeiras que visitavam o Brasil, como Naomi Campbell, acabaram divulgando as havaianas no exterior. A Naomi, por exemplo, já disse várias vezes ser fã das havaianas", afirmou Porto.

Ele lembrou que a fama dos chinelos que, segundo o slogan "não deformam, não tem cheiro e não soltam as tiras", chegou ao ápice quando 61 pares das sandálias foram dados de presente para todos os indicados ao Oscar deste ano.

Segundo Porto, o acordo entre a empresa e os organizadores da festa do Oscar não teve nenhum custo para a São Paulo Alpargatas, além, é claro, do custo das sandálias, da embalagem e do transporte.

Moda passageira

Para Rui Porto, a empresa está atenta para o risco de virar um artigo de moda passageiro e perder o espaço conquistado até então quando a moda passar.

"Tínhamos esse receio no Brasil, quando as havaianas passaram a ser um artigo fashion há alguns anos. Mas isso não aconteceu. Lançamos sempre novas cores e modelos, acompanhando a evolução do mercado", disse Porto.

"Tenho quatro Havaianas e não me canso delas", disse a escritora inglesa Kate Pemberton, que combinava um vestido marrom com um sandália da mesma cor.

"Fui ao Brasil recentemente e comprei sandálias para todos os meus amigos. Eles adoraram e não querem mais usar nenhum outro sapato, andam de havaianas o tempo todo", acrescentou a inglesa, que poderá testar em breve a promessa do slogan: "não tem cheiro".
 

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