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13/08/2003
-
14h31
da BBC, de Nova York
Sim, é circo e dos mais divertidos.
A eleição na Calilfórnia é o maior espetáculo da Terra, com a participação do gigante Arnold Schwarzenegger, do ator-anão Gary Coleman, do rei da pornografia Larry Flynt e de tantos outros palhaços. Mas cuidado para não levar o espetáculo eleitoral apenas na brincadeira.
Há muita coisa séria em jogo.
Antes de tudo, o óbvio.
Esta é a Califórnia, o Estado mais populoso dos EUA e a quinta economia mundial. E as implicações para a política americana são profundas.
Nada como uma semana atrás da outra. Na semana passada, Howard Dean (um dos nove pré-candidatos democratas nas eleições presidenciais do ano que vem) foi capa das revistas ''Time'' e ''Newsweek''.
Esta semana, o mesmo espaço, e com muito mais graça, é devotado a Arnold Schwarzenegger. ''Newsweek'' está saborosa quando define a Califórnia como um Estado de anarquia.
As eleições estaduais na Califórnia, portanto, agora são um caso federal.
Howard Dean e seus companheiros de maratona presidencial estão desolados.
Aos olhos da opinião pública e também da imprensa (especialmente televisão), a corrida deles está em segundo plano. A rigor está congelada até a decisão na Califórnia em 7 de outubro.
O próprio comando do Partido Democrata agora devota suas energias e preocupações para a eleição na Califórnia.
O musculoso Arnold Schwarzenegger é ainda mais forte do que se imaginava.
Ele rapidamente conquista o espaço político e pontos nas pesquisas de opinião. Não importa que, por ora, este rei de Hollywood basicamente se limita a apelar para seu poder estelar, tiradas e alusões a seus filmes e aparições orquestradas em shows de televisão.
O republicano Schwarzenneger ainda não explicou exatamente a que veio e basicamente como irá tirar a Califórnia do seu buraco fiscal, o estopim para remover o governador democrata Gray Davis do cargo, quando ele está há apenas nove meses em seu segundo mandato.
O fato político é que os democratas (da Califórnia e de Washington) estão assustados com o avanço de Arnold, o bárbaro. A contra-ofensiva democrata tenta nacionalizar o circo estadual insistindo que se trata de mais uma tramóia eleitoral, nos moldes daquela que levou George W. Bush à Presidência no ano 2000.
Por essa linha de ataque, os democratas denunciam que os republicanos da Califórnia recorreram a uma jogada legal (leis que permitem remover um governador por referendo antes do final do mandato) para conseguir o que não foi possível pelo calendário eleitoral normal.
Há também referências à campanha de impeachment do ex-presidente Bill Clinton durante o escândalo sexual da Casa Branca, outro circo memorável da política americana.
Até agora, os eleitores californianos não se comoveram com essa argumentação. As pesquisas mostram que cerca de 60% deles querem aposentar o governador
Davis antes do prazo, enquanto Schwarzenegger é o favorito para substituí-lo, com mais de 40% de preferência.
E existe uma ironia no argumento ''legalista'' dos democratas. Em 1968, eles apelaram para a mesma tática em um esforço fracassado para derrubar o então governador republicano da Califórnia. O nome dele era Ronald Reagan.
O acuado Gray Davis também nacionalizou a campanha. Seu novo consiglieri é Bill Clinton, um político que sabe muito bem o que é ser alvo de uma ofensiva furiosa dos adversários.
Um dos conselhos do ex-presidente democrata: Gray Davis não deve saltar no picadeiro da mídia para enfrentar diretamente Schwarzenegger.
No circo eleitoral, a esta altura do espetáculo, talvez apenas alguém como Clinton teria condições de tirar o estrelado do Exterminador da Califórnia.
Leia mais
Filmes de Schwarzenegger podem ficar fora da TV na Califórnia
Artigo: Eleições estaduais da Califórnia são caso federal
CAIO BLINDERda BBC, de Nova York
Sim, é circo e dos mais divertidos.
A eleição na Calilfórnia é o maior espetáculo da Terra, com a participação do gigante Arnold Schwarzenegger, do ator-anão Gary Coleman, do rei da pornografia Larry Flynt e de tantos outros palhaços. Mas cuidado para não levar o espetáculo eleitoral apenas na brincadeira.
Há muita coisa séria em jogo.
Antes de tudo, o óbvio.
Esta é a Califórnia, o Estado mais populoso dos EUA e a quinta economia mundial. E as implicações para a política americana são profundas.
Nada como uma semana atrás da outra. Na semana passada, Howard Dean (um dos nove pré-candidatos democratas nas eleições presidenciais do ano que vem) foi capa das revistas ''Time'' e ''Newsweek''.
Esta semana, o mesmo espaço, e com muito mais graça, é devotado a Arnold Schwarzenegger. ''Newsweek'' está saborosa quando define a Califórnia como um Estado de anarquia.
As eleições estaduais na Califórnia, portanto, agora são um caso federal.
Howard Dean e seus companheiros de maratona presidencial estão desolados.
Aos olhos da opinião pública e também da imprensa (especialmente televisão), a corrida deles está em segundo plano. A rigor está congelada até a decisão na Califórnia em 7 de outubro.
O próprio comando do Partido Democrata agora devota suas energias e preocupações para a eleição na Califórnia.
O musculoso Arnold Schwarzenegger é ainda mais forte do que se imaginava.
Ele rapidamente conquista o espaço político e pontos nas pesquisas de opinião. Não importa que, por ora, este rei de Hollywood basicamente se limita a apelar para seu poder estelar, tiradas e alusões a seus filmes e aparições orquestradas em shows de televisão.
O republicano Schwarzenneger ainda não explicou exatamente a que veio e basicamente como irá tirar a Califórnia do seu buraco fiscal, o estopim para remover o governador democrata Gray Davis do cargo, quando ele está há apenas nove meses em seu segundo mandato.
O fato político é que os democratas (da Califórnia e de Washington) estão assustados com o avanço de Arnold, o bárbaro. A contra-ofensiva democrata tenta nacionalizar o circo estadual insistindo que se trata de mais uma tramóia eleitoral, nos moldes daquela que levou George W. Bush à Presidência no ano 2000.
Por essa linha de ataque, os democratas denunciam que os republicanos da Califórnia recorreram a uma jogada legal (leis que permitem remover um governador por referendo antes do final do mandato) para conseguir o que não foi possível pelo calendário eleitoral normal.
Há também referências à campanha de impeachment do ex-presidente Bill Clinton durante o escândalo sexual da Casa Branca, outro circo memorável da política americana.
Até agora, os eleitores californianos não se comoveram com essa argumentação. As pesquisas mostram que cerca de 60% deles querem aposentar o governador
Davis antes do prazo, enquanto Schwarzenegger é o favorito para substituí-lo, com mais de 40% de preferência.
E existe uma ironia no argumento ''legalista'' dos democratas. Em 1968, eles apelaram para a mesma tática em um esforço fracassado para derrubar o então governador republicano da Califórnia. O nome dele era Ronald Reagan.
O acuado Gray Davis também nacionalizou a campanha. Seu novo consiglieri é Bill Clinton, um político que sabe muito bem o que é ser alvo de uma ofensiva furiosa dos adversários.
Um dos conselhos do ex-presidente democrata: Gray Davis não deve saltar no picadeiro da mídia para enfrentar diretamente Schwarzenegger.
No circo eleitoral, a esta altura do espetáculo, talvez apenas alguém como Clinton teria condições de tirar o estrelado do Exterminador da Califórnia.
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