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20/08/2003
-
11h23
da BBC, em Nova York
O megablecaute da semana passada na América da Norte deve, por anos a fio, gerar uma pergunta para milhões de nova-iorquinos: onde você estava quando as luzes se apagaram?
O prefeito Michael Bloomberg estava no comando desta cidade de 8 milhões de habitantes que teve uma sobrecarga de sacrifícios desde 11 de setembro de 2001.
Atentados terroristas e acidentes naturais ou mecânicos colocam à prova
a capacidade de liderança do administrador de uma metrópole.
Em Nova York, Rudolf Giuliani teve uma gestão tempestuosa, mas será basicamente lembrado pela firmeza e sensibilidade naquele 11 de setembro.
Primeiro teste
O megablecaute foi o primeiro grande teste para Bloomberg, que está no cargo desde janeiro de 2002.
Ele administra a cidade em uma época de vacas magras, rombo fiscal e corte de serviços públicos.
Mesmo assim, tudo funcionou em Nova York. A cidade mobilizou todos os recursos à sua disposição para realmente não entrar nas trevas durante o apagão.
Momentos depois do blecaute, Bloomberg era uma presença calma e até bem humorada falando na televisão.
Claro que milhões de nova-iorquinos não puderam ouvi-lo devido à falta de energia, mas nessas horas o bom radinho de pilha foi a salvação.
Presos no metrô
A resposta de emergência da cidade foi eficiente. Mais de 800 pessoas presas nos elevadores foram resgatadas, assim como aqueles que estavam no metrô.
A presença policial ostensiva impediu que se repetissem as cenas do lendário blecaute de 1977.
Os saques, incêndios, violência e milhares de prisões levaram o então prefeito Abe Beame a dizer que Nova York vivera uma "noite de terror".
Já em agosto de 2003, foi uma noite marcada por momentos estóicos e de
solidariedade.
Houve obviamente aquela imensa sensação de alívio. Ufa! Não foi terror. Apenas o maior blecaute da história da América do Norte.
Humildade
Quem diria, mas na noite do apagão, foram registradas em Nova York menos prisões (850) do que o número habitual (950) nesta época do ano.
O prefeito Bloomberg talvez tenha cometido uma pequena falha. Logo após o início do blecaute ele se precipitou a garantir que a energia voltaria rapidamente na cidade.
Nas outras aparições, ele foi mais cuidadoso. O apagão começou às quatro da tarde de uma quinta-feira e a cidade estava de novo totalmente iluminada às nove da noite de sexta-feira (15).
Mas esse deslize não chegou a baixar as notas altas que os residentes e os editoriais dos jornais de Nova York deram a seu comandante-em-chefe em um momento de crise.
Michael Bloomberg saiu diretamente da bilionária vida empresarial para a
política. Mas agora deu mostras de que já é do ramo. Ele sabe que superou a crise e que fez um bom trabalho.
Com aquela típica humildade dos políticos, Bloomberg disse que o maior crédito pela tranquilidade em Nova York durante o apagão cabe aos seus 8 milhões de habitantes e não ao seu servidor público número um.
Análise: A energia de Bloomberg
CAIO BLINDERda BBC, em Nova York
O megablecaute da semana passada na América da Norte deve, por anos a fio, gerar uma pergunta para milhões de nova-iorquinos: onde você estava quando as luzes se apagaram?
O prefeito Michael Bloomberg estava no comando desta cidade de 8 milhões de habitantes que teve uma sobrecarga de sacrifícios desde 11 de setembro de 2001.
Atentados terroristas e acidentes naturais ou mecânicos colocam à prova
a capacidade de liderança do administrador de uma metrópole.
Em Nova York, Rudolf Giuliani teve uma gestão tempestuosa, mas será basicamente lembrado pela firmeza e sensibilidade naquele 11 de setembro.
Primeiro teste
O megablecaute foi o primeiro grande teste para Bloomberg, que está no cargo desde janeiro de 2002.
Ele administra a cidade em uma época de vacas magras, rombo fiscal e corte de serviços públicos.
Mesmo assim, tudo funcionou em Nova York. A cidade mobilizou todos os recursos à sua disposição para realmente não entrar nas trevas durante o apagão.
Momentos depois do blecaute, Bloomberg era uma presença calma e até bem humorada falando na televisão.
Claro que milhões de nova-iorquinos não puderam ouvi-lo devido à falta de energia, mas nessas horas o bom radinho de pilha foi a salvação.
Presos no metrô
A resposta de emergência da cidade foi eficiente. Mais de 800 pessoas presas nos elevadores foram resgatadas, assim como aqueles que estavam no metrô.
A presença policial ostensiva impediu que se repetissem as cenas do lendário blecaute de 1977.
Os saques, incêndios, violência e milhares de prisões levaram o então prefeito Abe Beame a dizer que Nova York vivera uma "noite de terror".
Já em agosto de 2003, foi uma noite marcada por momentos estóicos e de
solidariedade.
Houve obviamente aquela imensa sensação de alívio. Ufa! Não foi terror. Apenas o maior blecaute da história da América do Norte.
Humildade
Quem diria, mas na noite do apagão, foram registradas em Nova York menos prisões (850) do que o número habitual (950) nesta época do ano.
O prefeito Bloomberg talvez tenha cometido uma pequena falha. Logo após o início do blecaute ele se precipitou a garantir que a energia voltaria rapidamente na cidade.
Nas outras aparições, ele foi mais cuidadoso. O apagão começou às quatro da tarde de uma quinta-feira e a cidade estava de novo totalmente iluminada às nove da noite de sexta-feira (15).
Mas esse deslize não chegou a baixar as notas altas que os residentes e os editoriais dos jornais de Nova York deram a seu comandante-em-chefe em um momento de crise.
Michael Bloomberg saiu diretamente da bilionária vida empresarial para a
política. Mas agora deu mostras de que já é do ramo. Ele sabe que superou a crise e que fez um bom trabalho.
Com aquela típica humildade dos políticos, Bloomberg disse que o maior crédito pela tranquilidade em Nova York durante o apagão cabe aos seus 8 milhões de habitantes e não ao seu servidor público número um.
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