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28/08/2003
-
11h43
da BBC, em Genebra
No último serviço religioso antes de seu enterro, em Genebra (Suíça), a vida e a morte de Sérgio Vieira de Mello foram comparadas às de Jesus Cristo e Martin Luther King.
A igreja de São Paulo, com capacidade para cerca de 500 pessoas, ficou lotada para missa em homenagem ao representante especial da ONU no Iraque, morto num atentado com caminhão-bomba em Bagdá na semana passada.
"Como Jesus, Sérgio teve uma vida ordinária e um destino extraordinário", disse o padre católico Jean-Daniel Balet, no serviço realizado em francês.
"Minha vida ninguém toma, mas sou eu quem a dou, disse Jesus. Com Sérgio Vieira de Mello foi a mesma coisa"
Segurança
Dezenas de seguranças da ONU, alguns portando fuzis e metralhadoras, estavam de prontidão guardando o local e bloqueando alguns acessos.
Ao fim da missa, um carro levando o corpo de Vieira de Mello e outro com seus familiares seguiram para o Cemitério dos Reis, também em Genebra, para um enterro restrito aos parentes e amigos mais próximos. Cerca de 30 pessoas compareceram ao funeral.
Ainda na igreja, o padre Balet também citou Martin Luther King, cujo famoso discurso pelos direitos civis faz 40 anos nesta semana.
E o nome do ativista negro americano foi lembrado logo depois pelo funcionário da missão brasileira José Castro, amigo de longa data de Vieira de Mello.
"A mesma mão que matou Luther King, matou Sérgio", disse Castro, chorando enquanto discursava.
"Foi a mão do desespero e da arrogância. Desespero que Sérgio entendia e arrogância que ele condenava."
Castro também leu um texto escrito pela ex-esposa de Sérgio, Annie, que não quis falar durante a cerimônia.
Os dois filhos de Vieira de Mello falaram rapidamente em homenagem ao pai. "Meu pai morreu para fazer viver o seu ideal de ser um cidadão do mundo", disse Laurent.
Paulo Coelho e Coldplay
O outro filho, Adrian, citou uma frase do escritor Paulo Coelho: "Quando o caminho de volta parece fechado, só o que podemos fazer é olhar para frente".
Os filhos de Vieira de Mello pediram que fosse tocada na igreja uma música do grupo britânico Coldplay, cujo refrão diz: "Nobody said it was easy" (Ninguém disse que era fácil). Eles contaram que haviam dado a ele este CD e seu pai havia gostado.
Os principais funcionários da ONU presentes eram o alto comissário para os Refugiados, Ruud Lubbers, o alto comissário para o Direitos Humanos interino, Bertrand Rancharan, e o diretor do Programa de Alimentação, James Morris.
Também esteve na missa o ministro das Relações Exteriores do Timor Leste, José Ramos-Horta, que disse que a morte de Vieira de Mello foi uma grande perda para o seu país.
Ramos-Horta, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, disse que apoiaria a idéia de se conceder a mesma honraria para o brasileiro, mas ressalva que as regras do prêmio não prevêem homenagens póstumas.
"Se necessário, posso ir a Oslo intervir em favor de Sérgio, mas mesmo Mahatma Ghandi não pode receber porque morreu no ano em que foi indicado."
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Vieira de Mello é comparado a Jesus e Luther King
PAULO CABRALda BBC, em Genebra
No último serviço religioso antes de seu enterro, em Genebra (Suíça), a vida e a morte de Sérgio Vieira de Mello foram comparadas às de Jesus Cristo e Martin Luther King.
A igreja de São Paulo, com capacidade para cerca de 500 pessoas, ficou lotada para missa em homenagem ao representante especial da ONU no Iraque, morto num atentado com caminhão-bomba em Bagdá na semana passada.
"Como Jesus, Sérgio teve uma vida ordinária e um destino extraordinário", disse o padre católico Jean-Daniel Balet, no serviço realizado em francês.
"Minha vida ninguém toma, mas sou eu quem a dou, disse Jesus. Com Sérgio Vieira de Mello foi a mesma coisa"
Segurança
Dezenas de seguranças da ONU, alguns portando fuzis e metralhadoras, estavam de prontidão guardando o local e bloqueando alguns acessos.
Ao fim da missa, um carro levando o corpo de Vieira de Mello e outro com seus familiares seguiram para o Cemitério dos Reis, também em Genebra, para um enterro restrito aos parentes e amigos mais próximos. Cerca de 30 pessoas compareceram ao funeral.
Ainda na igreja, o padre Balet também citou Martin Luther King, cujo famoso discurso pelos direitos civis faz 40 anos nesta semana.
E o nome do ativista negro americano foi lembrado logo depois pelo funcionário da missão brasileira José Castro, amigo de longa data de Vieira de Mello.
"A mesma mão que matou Luther King, matou Sérgio", disse Castro, chorando enquanto discursava.
"Foi a mão do desespero e da arrogância. Desespero que Sérgio entendia e arrogância que ele condenava."
Castro também leu um texto escrito pela ex-esposa de Sérgio, Annie, que não quis falar durante a cerimônia.
Os dois filhos de Vieira de Mello falaram rapidamente em homenagem ao pai. "Meu pai morreu para fazer viver o seu ideal de ser um cidadão do mundo", disse Laurent.
Paulo Coelho e Coldplay
O outro filho, Adrian, citou uma frase do escritor Paulo Coelho: "Quando o caminho de volta parece fechado, só o que podemos fazer é olhar para frente".
Os filhos de Vieira de Mello pediram que fosse tocada na igreja uma música do grupo britânico Coldplay, cujo refrão diz: "Nobody said it was easy" (Ninguém disse que era fácil). Eles contaram que haviam dado a ele este CD e seu pai havia gostado.
Os principais funcionários da ONU presentes eram o alto comissário para os Refugiados, Ruud Lubbers, o alto comissário para o Direitos Humanos interino, Bertrand Rancharan, e o diretor do Programa de Alimentação, James Morris.
Também esteve na missa o ministro das Relações Exteriores do Timor Leste, José Ramos-Horta, que disse que a morte de Vieira de Mello foi uma grande perda para o seu país.
Ramos-Horta, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, disse que apoiaria a idéia de se conceder a mesma honraria para o brasileiro, mas ressalva que as regras do prêmio não prevêem homenagens póstumas.
"Se necessário, posso ir a Oslo intervir em favor de Sérgio, mas mesmo Mahatma Ghandi não pode receber porque morreu no ano em que foi indicado."
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