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09/09/2003 - 09h06

Furacão ameaça reunião da OMC em Cancún

CASSUÇA BENEVIDES
da BBC, em Cancún

A Defesa Civil de Cancún, no México, está monitorando de perto o comportamento de uma tempestade tropical no meio do Oceano Atlântico.

A tormenta pode chegar à cidade em forma de um furacão entre sábado (13) e domingo (14) --no fim da reunião ministerial da OMC (Organização Mundial do Comércio) quando, segundo a previsão de vários dos próprios negociadores, a conferência deverá estar em seu momento mais tenso.

No momento, o furacão Isabel parece estar mudando de direção e indo para o norte, "mas furacões são imprevisíveis", explica Rubén García, diretor da Defesa Civil da cidade.

"Estou muito mais preocupado com o furacão Isabel do que com os manifestantes antiglobalização", afirma.

Categoria três

O Isabel foi classificado com um furacão de categoria três em uma escala de um a cinco e pode provocar ventos de cerca de 200 quilômetros por hora.

"Temos planos de emergência que incluem abrigos e, em casos extremos, evacuação, porque somos uma área afetada por furacões e estamos em plena temporada", explica García.

A temporada dos furacões no Atlântico Norte vai de junho a novembro.

Aviso

Enquanto mostra no monitor em sua sala as imagens captadas por satélite do Isabel, García conta que, caso ele mude de direção e rume para Cancún, a ordem de evacuação será dada quatro horas antes da sua chegada.

Apesar dos riscos de evacuação da cidade em plena conferência, os organizadores da reunião da OMC escolheram o local em que os delegados podem dormir tranquilos no que se refere a indesejados confrontos com manifestantes antiglobalização.

A ilha de Cancún só tem duas pontes de acesso: uma no caminho que leva ao aeroporto, e outra que liga o balneário de hotéis de luxo ao centro da cidade.

Cancún é também uma cidade com infraestrutura para grandes eventos. Recentemente, ela sediou uma conferência internacional de alcoólicos anônimos com 45 mil participantes.

Entre 20 mil e 25 mil manifestantes são esperados durante a conferência. O primeiro de dois grandes protestos está marcado para amanhã.

Ansiedade

A passeata está sendo convocada pela Via Campesina, uma organização internacional de camponeses, e vários grupos devem se reunir no centro, perto da ponte, às 13h (15h de Brasília).

Há rumores de que alguns manifestantes vão tentar atravessar o cerco montado pela polícia e tentar chegar à ilha.

Há também um clima de ansiedade com as perspectivas de confrontos entre manifestantes e polícia, em uma cidade que vive e depende do turismo, e ainda uma certa irritação entre a população com a mudança de ritmo provocada pelo fechamento de ruas e pela suspensão das aulas durante toda a semana.

"Ninguém nos perguntou se queríamos a OMC aqui", reclama um morador.
A polícia local vai estar enquartelada e não vai tratar da segurança da manifestação. Isso ficará a cargo da polícia federal e de equipes trazidas de outros Estados mexicanos.

Os responsáveis pela segurança não estão divulgando o número de policiais mobilizados, mas ontem as ruas de Cancún já tinham mais de 1,5 mil homens em patrulha.

Luciana Orozco, que não pretende participar da passeata de amanhã, mora no centro da cidade e confirma que "as pessoas estão um pouco preocupadas com o que possa acontecer em termos de violência".

Ela, no entanto, garante ser bem informada e estar razoavelmente tranquila.

"Sei que a conferência tem que acontecer, que é importante, e os protestos ajudam as pessoas a se informar sobre o que acontece lá dentro", explica Orozco.

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