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24/09/2003
-
12h45
da BBC, em Londres
Quanto mais informações os britânicos têm sobre os alimentos transgênicos, mais eles são contra.
Essa é uma das conclusões do levantamento "GM Nation?" ("Nação Trangênica?", em tradução livre) realizado durante seis semanas e que envolveu 37 mil pessoas em todo o país.
De acordo com os organizadores do debate, outros resultados extraídos das discussões são os de que "os britânicos, em geral, se incomodam com esse assunto", "há pouco apoio para a comercialização dos transgênicos" e que as pessoas "querem que mais pesquisas sobre o assunto sejam feitas".
"Esse foi um exercício inovador sobre uma questão complicada e provocou um incrível nível de resposta", disse o professor Malcolm Grant, responsável pelo GM Debate Board, o comitê independente que coordenou a pesquisa.
Profundidade
O comitê recebeu 500 mil libras do governo (quase R$ 2,5 milhões) e começou a planejar a pesquisa em novembro do ano passado.
Várias entidades que colaboraram com o comitê independente organizaram encontros com pessoas comuns, que não tinham conhecimento sobre transgênicos.
Antes dos debates e das conclusões, os participantes tinham acesso a informações básicas sobre o assunto.
Muitos desses encontros foram realizados até mesmo em pubs, os tradicionais bares ingleses.
Com um grupo selecionado de 77 pessoas, que formam uma base científica da população britânica, o estudo foi feito de forma mais aprofundada.
As pessoas responderam a um amplo questionário sobre o tema antes de terem qualquer conhecimento sobre o assunto.
Em seguida, depois de assistirem a palestras e participarem dos debates, elas voltaram a responder as mesmas perguntas.
O que se notou, geralmente, foi que o maior grau de conhecimento levou a uma maior resistência em relações aos alimentos geneticamente modificados.
Contaminação
No primeira pesquisa, por exemplo, 64% das pessoas acreditavam que há um risco de que plantações transgênicas contaminem de alguma maneira plantações vizinhas.
Depois do debate, no mesmo grupo, 79% passaram a acreditar nisso.
O percentual das pessoas que concordam que os transgênicos são uma "interferência inaceitável na natureza" cresceu de 37% para 66% entre a primeira e a segunda pesquisa.
Por outro lado, também aumentou a percepção de que a técnica poderia oferecer comida mais barata.
Antes de receber as informações, 43% dos entrevistados acreditavam nisso. Depois de participarem dos debates, 60% passaram a acreditar.
Também cresceu o número dos que concordam que é possível obter mais lucros com a comercialização (de 69% para 88%) e que isso ajudaria países em desenvolvimento (50% para 63%).
Na primeira pesquisa, 80% das pessoas disseram que ainda não havia informações sobre os efeitos dos transgênicos para a saúde.
Depois dos debates, quase todos os participantes (96%) ficaram convencidos de que há pouca pesquisa sobre isso.
Quanto mais sabem dos transgênicos, mais britânicos são contra
MARCELO TORRESda BBC, em Londres
Quanto mais informações os britânicos têm sobre os alimentos transgênicos, mais eles são contra.
Essa é uma das conclusões do levantamento "GM Nation?" ("Nação Trangênica?", em tradução livre) realizado durante seis semanas e que envolveu 37 mil pessoas em todo o país.
De acordo com os organizadores do debate, outros resultados extraídos das discussões são os de que "os britânicos, em geral, se incomodam com esse assunto", "há pouco apoio para a comercialização dos transgênicos" e que as pessoas "querem que mais pesquisas sobre o assunto sejam feitas".
"Esse foi um exercício inovador sobre uma questão complicada e provocou um incrível nível de resposta", disse o professor Malcolm Grant, responsável pelo GM Debate Board, o comitê independente que coordenou a pesquisa.
Profundidade
O comitê recebeu 500 mil libras do governo (quase R$ 2,5 milhões) e começou a planejar a pesquisa em novembro do ano passado.
Várias entidades que colaboraram com o comitê independente organizaram encontros com pessoas comuns, que não tinham conhecimento sobre transgênicos.
Antes dos debates e das conclusões, os participantes tinham acesso a informações básicas sobre o assunto.
Muitos desses encontros foram realizados até mesmo em pubs, os tradicionais bares ingleses.
Com um grupo selecionado de 77 pessoas, que formam uma base científica da população britânica, o estudo foi feito de forma mais aprofundada.
As pessoas responderam a um amplo questionário sobre o tema antes de terem qualquer conhecimento sobre o assunto.
Em seguida, depois de assistirem a palestras e participarem dos debates, elas voltaram a responder as mesmas perguntas.
O que se notou, geralmente, foi que o maior grau de conhecimento levou a uma maior resistência em relações aos alimentos geneticamente modificados.
Contaminação
No primeira pesquisa, por exemplo, 64% das pessoas acreditavam que há um risco de que plantações transgênicas contaminem de alguma maneira plantações vizinhas.
Depois do debate, no mesmo grupo, 79% passaram a acreditar nisso.
O percentual das pessoas que concordam que os transgênicos são uma "interferência inaceitável na natureza" cresceu de 37% para 66% entre a primeira e a segunda pesquisa.
Por outro lado, também aumentou a percepção de que a técnica poderia oferecer comida mais barata.
Antes de receber as informações, 43% dos entrevistados acreditavam nisso. Depois de participarem dos debates, 60% passaram a acreditar.
Também cresceu o número dos que concordam que é possível obter mais lucros com a comercialização (de 69% para 88%) e que isso ajudaria países em desenvolvimento (50% para 63%).
Na primeira pesquisa, 80% das pessoas disseram que ainda não havia informações sobre os efeitos dos transgênicos para a saúde.
Depois dos debates, quase todos os participantes (96%) ficaram convencidos de que há pouca pesquisa sobre isso.
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