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24/10/2003 - 17h16

Para analistas, planos do Google apontam nova bolha "pontocom"

da BBC

Os planos do Google de lançar suas ações, possivelmente em um leilão on-line, indicam a formação de uma nova bolha no mercado de tecnologia, segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil.

Bancos estimam que o lançamento público do site de busca mais usado no mundo --que vem sendo aguardado há anos-- renda US$ 15 bilhões.

O economista da Independent Strategy Bob McKee afirma que não há base real para tamanha valorização do Google, cujos lucros anuais são estimados em US$ 150 milhões. "As ações de tecnologia estão ridiculamente altas. Estamos de volta à bolha das 'pontocom' e é inevitável que ela estoure."

McKee não arrisca previsões sobre esse estouro e diz que é preciso "esperar até 2004" para ver como a economia americana vai se comportar.

Leilão on-line

Para o especialista em tecnologia Bill Thompson, os assessores do Google estão inflando os valores do site, mas a situação atual ainda é diferente da de 1999, quando ações das empresas de internet começaram a despencar nas Bolsas. "Seria uma tragédia ter uma outra bolha", afirma ele.

Na verdade, o que o Google quer fazer é exatamente se distanciar das más memórias realizando um leilão on-line, que dispensaria o intermédio de Wall Street. Seria uma iniciativa inédita --leilões desse tipo já foram realizados, mas nunca com uma empresa de grande porte--, e o próprio Google não teria se decidido se essa é a melhor opção.

A principal vantagem é que o site não dependeria de Wall Street para fixar os preços das ações. Por outro lado, as ações poderiam se pulverizar nas mãos de pequenos acionistas, e a alta popularidade do site tenderia a alavancar o preço das ações às alturas.

Para Bob McKee, da Independent Strategy, a melhor opção seria tentar envolver dois ou três bancos de investimentos no processo.

Seja como for, outras empresas de internet apostam no sucesso do Google para achar uma alternativa de pôr suas ações no mercado.

Alguns analistas, no entanto, acreditam que o Google é um fenômeno único e seu eventual sucesso no mercado financeiro não se repetiria para outros sites.

Só um programa

Anthony Capstick, da consultoria britânica Instant Search, acredita que o mecanismo de busca pode ser facilmente substituído. "É apenas um programa de computador", afirma Anthony Capstick, da consultoria britânica Instant Search.

Já o especialista em mecanismo de busca Danny Sullivan acha que não é tão fácil desbancar o Google. "Eles têm uma ótima tecnologia, uma grande audiência e especialistas que não fazem nada além de pensar em busca."

Segundo Sullivan, embora o Google tenha hoje rivais muito mais fortes do que tinha na época em que foi lançado, em 1998, os internautas tendem a ser fiéis aos mecanismos de buscas.

Além de ter se tornado mais competitivo, o mercado também se reduziu, segundo o especialista. "No início deste ano, havia sete grandes sites de busca; hoje há quatro ou cinco."
 

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