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07/11/2003
-
13h41
da BBC, na Namíbia
Uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje, durante o discurso de despedida da viagem à Namíbia, provocou constrangimento na comitiva brasileira.
"Quem chega em Windhoek não parece que está em um país africano. Poucas cidades do mundo são tão limpas, tão bonitas arquitetonicamente e tem um povo tão extraordinário como tem essa cidade", disse Lula.
O discurso do presidente, que abriu mão de ler um texto mais formal para falar de improviso, foi traduzido do português para o inglês pelo tradutor da comitiva brasileira, que omitiu a palavra limpa e pulou para o comentário de Lula sobre a beleza da capital da Namíbia.
Diante do silêncio dos ministros e jornalistas que acompanham a visita oficial de Lula à África, o presidente tentou explicar o que quis dizer.
"A visão que se tem da América do Sul, e especialmente do Brasil, é que é um continente de índios pobres. E a visão que se tem da África é de um continente só de pobres, quando, na verdade, se não fosse o grande tempo de colonização e se não fossem as guerras internas, certamente os países africanos já teriam crescido de forma extraordinária", afirmou o presidente.
"Exemplo"
O discurso de Lula foi acompanhado por um comunicado conjunto com o presidente da Namíbia, Sam Nujoma, para marcar o fim da visita da delegação brasileira ao país.
Lula aproveitou a oportunidade para elogiar o governo namibiano e destacar a importância das negociações entre Brasil e Namíbia.
"Acho que a Namíbia é um exemplo extraordinário pela sua infra-estrutura, pelo combate à corrupção, pela democratização da política e pela dedicação do governo à parte mais pobre da população", disse o presidente.
De acordo com Lula, a África não precisa de favores, e sim de mais oportunidades, parcerias e que o "resto do mundo dê uma chance" à região - em uma referência aos apelos dos países em desenvolvimento por regras mais justas no comércio internacional.
"Vamos provar que não nascemos para ser pobres e podemos competir em igualdade de condições", afirmou.
Namíbia é limpa e não parece África, diz Lula
DENIZE BACOCCINAda BBC, na Namíbia
Uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje, durante o discurso de despedida da viagem à Namíbia, provocou constrangimento na comitiva brasileira.
"Quem chega em Windhoek não parece que está em um país africano. Poucas cidades do mundo são tão limpas, tão bonitas arquitetonicamente e tem um povo tão extraordinário como tem essa cidade", disse Lula.
O discurso do presidente, que abriu mão de ler um texto mais formal para falar de improviso, foi traduzido do português para o inglês pelo tradutor da comitiva brasileira, que omitiu a palavra limpa e pulou para o comentário de Lula sobre a beleza da capital da Namíbia.
Diante do silêncio dos ministros e jornalistas que acompanham a visita oficial de Lula à África, o presidente tentou explicar o que quis dizer.
"A visão que se tem da América do Sul, e especialmente do Brasil, é que é um continente de índios pobres. E a visão que se tem da África é de um continente só de pobres, quando, na verdade, se não fosse o grande tempo de colonização e se não fossem as guerras internas, certamente os países africanos já teriam crescido de forma extraordinária", afirmou o presidente.
"Exemplo"
O discurso de Lula foi acompanhado por um comunicado conjunto com o presidente da Namíbia, Sam Nujoma, para marcar o fim da visita da delegação brasileira ao país.
Lula aproveitou a oportunidade para elogiar o governo namibiano e destacar a importância das negociações entre Brasil e Namíbia.
"Acho que a Namíbia é um exemplo extraordinário pela sua infra-estrutura, pelo combate à corrupção, pela democratização da política e pela dedicação do governo à parte mais pobre da população", disse o presidente.
De acordo com Lula, a África não precisa de favores, e sim de mais oportunidades, parcerias e que o "resto do mundo dê uma chance" à região - em uma referência aos apelos dos países em desenvolvimento por regras mais justas no comércio internacional.
"Vamos provar que não nascemos para ser pobres e podemos competir em igualdade de condições", afirmou.
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