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18/11/2003 - 11h17

Brasil é 4º no ranking de animais em extinção, diz estudo

O Brasil é o quarto país no ranking de animais que estão em perigo de extinção, segundo uma lista feita pela ONG ambientalista IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, sigla em inglês).

O Brasil tem 282 animais em risco de extinção, contra 859 dos Estados Unidos, 527 da Austrália e 411 da Indonésia, segundo dados divulgados pela ONG.

Entre as plantas ameaçadas de extinção, o Brasil está também está em quarto lugar, com 381 espécies em perigo, depois de Equador (975), Malásia (683) e Indonésia (383).

Mais cerca de 2 mil espécies expandiram a Lista Vermelha anual dos animais e plantas analisados pela ONG. O catálogo "oficial" produzido pela IUCN agora tem 12.259 entradas de animais em risco de extinção.

Boto

A IUCN diz estar preocupada com a sobrevivência de dois cetáceos, entre eles o boto toninha ou franciscana, um tipo comum na costa do Rio Grande do Sul e do Uruguai.

Esse ano, a IUCN destacou os problemas que rodeiam os habitats de muitas ilhas que têm um futuro duvidoso.
O relatório afirma que muitos animais nativos e plantas das ilhas Seicheles e Galápagos, por exemplo, estão sendo extintos por causa da chegada de espécies invasoras.

Segundo a IUCN, desde o ano 1500, 762 tipos de plantas e animais desapareceram, com outros 58 que só sobrevivem em cultivo planejado ou em cativeiro.

O diretor-geral da IUCN, Achim Steiner, disse: "Apesar de estarmos apenas na superfície no que se refere à avaliação das espécies conhecidas, estamos seguros que a lista, com 12.259 espécies, é um indicador do que está acontecendo na diversidade biológica global".

"A atividade humana pode ser a principal ameaça às espécies mundiais, mas o homem também pode ajudar a recuperá-las, como é o caso do rinoceronte albino", acrescenta Steiner.

Categorias

A Lista Vermelha classifica os animais e plantas ameaçados de extinção em categorias: as com extremo risco de extinção, alto risco e vulneráveis são incluídas no número total de "ameaçados de extinção". Há também outras categorias, como "quase ameaçado" ou "de pouca preocupação".

A IUCN disse que animais e plantas estão desaparecendo por causa dos efeitos da chegada de espécies estranhas ao ambiente, que eliminaram, por exemplo, quatro plantas da Ilha da Ascensão e que não são encontradas em nenhum outro lugar.

Outras ilhas do Atlântico, incluindo Tristão da Cunha, Sta. Helena e Ilhas Malvinas, também estão sob "incessante" pressão de invasores, animais que pastam e perda de habitat.

A Lista Vermelha diz que o futuro da fauna havaiana é dos mais "incertos" por causa da perda dos geradores de pólen que evoluíram com as plantas nativas, e a pressão da presença do homem.

Das 125 plantas endêmicas (não encontradas em outro lugar) do Havaí que entraram na Lista Vermelha deste ano, 85 estão ameaçadas de extinção.

No Havaí e nas ilhas Galápagos, os caramujos estão sob ameaça, não só de outros caramujos como de espécies "estrangeiras" como cabras, porcos e formigas.

"Lugares como Galápagos, Havaí e Seicheles são famosos por sua beleza, que se deve à diversidade de plantas, animais e ecossistemas. A Lista Vermelha mostra que as atividades humanas estão levando a uma onda de extinção que vai tornar essas ilhas ecológica e esteticamente ocas", diz Achim Steiner.

Espécies continentais também estão em apuros, entre elas, o macaco-aranha, que entrou para a categoria dos animais em alto risco de extinção.

Na Ásia, o peixe-gato gigante da bacia chinesa de Mekong, que pode crescer até três metros de comprimento, está agora considerado criticamente em perigo, por causa do excesso de pesca, perda de habitat e obstrução das rotas de migração por construção de represas.

Uma das plantas mais antigas na Terra, a cicadales, que parece com uma palmeira, também está entre as espécies ameaçadas de desaparecer.
 

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