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18/11/2003
-
21h48
da BBC, em Londres
Um estudo divulgado hoje pelo Bird (Banco Mundial) mostra que o uso indevido de verbas, a coordenação inadequada de recursos e estatísticas que não refletem a realidade prejudicaram as iniciativas de combate à Aids em alguns países da América Latina.
A situação mais preocupante no continente é entre os países da América Central, onde a pesquisa detectou uma maior necessidade de se alocar com eficiência os recursos existentes.
Para Anabela Abreu, a principal autora do relatório e atual gerente do Setor de Saúde do Banco Mundial, cada país precisa consolidar um tipo de abordagem à doença, ligada às suas necessidades.
"Os governos precisam ter boas informações e fazer com que as ONGs e a sociedade civil participem das decisões. Além disso, os países, de modo geral, precisam fortalecer seus compromissos com o combate à epidemia, destinando maiores recursos e usando de forma mais eficiente os já existentes."
"As campanhas na América Latina também precisam de mais atenção por parte dos governos e de órgãos internacionais", acrescentou.
Modelo
A gerente do Banco Mundial afirmou ainda que as necessidades na América Latina variam de país para país e que o Brasil vem apresentado um trabalho de sucesso.
"Agora eu estou tentando fazer com que o modelo brasileiro seja base do trabalho que será realizado na Índia", disse Abreu.
Um problema, segundo a pesquisa, é encontrar informação disponível de qualidade, já que muitas vezes os dados encontrados são insuficientes.
De acordo com o relatório, um dos grandes empecilhos para o bom funcionamento dos programas de combate a Aids é a falta de decisão por parte dos governos sobre a forma de atuação, além da falta de recursos.
Outro problema apontado é a falta de apoio por parte dos governos latino-americanos aos trabalhos realizados pelas ONGs. De acordo com a pesquisa, a maioria das ONGs se mantém com recursos obtidos por meio de entidades internacionais (43,7% dos recursos) e também de suas próprias verbas (42,2%). Menos de 10% dos recursos são adquiridos juntos aos governos dos países.
Sociedade civil
O relatório intitulado "HIV/Aids nos países da América Latina: desafios futuros", foi desenvolvido a partir de dados coletados em 17 países.
Uma das principais conclusões do relatório é que a sociedade civil deve ser mobilizada para participar de modo mais incisivo, inclusive com o apoio das organizações não-governamentais, que também estão fortemente vinculadas aos grupos com comportamento de alto risco.
Um dos problemas detectados pela pesquisa é a baixa integração entre os trabalhos realizados pelas ONGs e pelo governo.
A pesquisa mostrou que as organizações não-governamentais possuem mais facilidade em trabalhar com a parte da população com comportamento de alto risco, enquanto os órgãos governamentais estão mais focados no trabalho com grupos "de riscos variáveis" como a população em geral, jovens e mulheres.
Pesquisa
O estudo está baseado em informações de órgãos governamentais e de entidades civis especializadas no combate e na prevenção ao vírus HIV (causador da Aids).
Em cada país o diretor do programa nacional de Aids recebeu um questionário, no qual foram pedidas informações, incluindo a descrição do programa de combate à Aids, a legislação, como funciona o trabalho junto a grupos considerados de risco, o financiamento e a relação com organizações não-governamentais e com agências internacionais. Ao todo foram dez perguntas.
Um outro questionário também foi enviado a ONGs, em que as organizações tiveram que responder questões como o tempo de experiência que possuem no assunto e o trabalho que realizam junto a grupos de riscos ou com portadores do vírus.
Em 2001, cerca de 130 mil adultos e crianças foram infectados pelo HIV e 80 mil morreram. No entanto, os índices subestimados são tão comuns que os pesquisadores calculam que existem provavelmente 30% a mais de casos de Aids e 40% a mais de pessoas infectadas pelo vírus HIV do que mostram as estatísticas existentes na América Latina.
Ajuda
Em setembro de 2003, o Banco Mundial aprovou empréstimos acima de US$ 550 milhões para financiar a implementação dos programas de controle e prevenção do HIV/Aids em vários países da América Latina.
No Brasil, o Banco Mundial já financiou três grandes projetos, sendo o maior parceiro do banco na região.
Segundo o mais recente relatório da Unaids, o Programa das Nações Unidas para o Combate ao HIV/Aids, estima-se que 42 milhões pessoas no mundo vivem com HIV/AIDS.
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CLAUDIA SILVA JACOBSda BBC, em Londres
Um estudo divulgado hoje pelo Bird (Banco Mundial) mostra que o uso indevido de verbas, a coordenação inadequada de recursos e estatísticas que não refletem a realidade prejudicaram as iniciativas de combate à Aids em alguns países da América Latina.
A situação mais preocupante no continente é entre os países da América Central, onde a pesquisa detectou uma maior necessidade de se alocar com eficiência os recursos existentes.
Para Anabela Abreu, a principal autora do relatório e atual gerente do Setor de Saúde do Banco Mundial, cada país precisa consolidar um tipo de abordagem à doença, ligada às suas necessidades.
"Os governos precisam ter boas informações e fazer com que as ONGs e a sociedade civil participem das decisões. Além disso, os países, de modo geral, precisam fortalecer seus compromissos com o combate à epidemia, destinando maiores recursos e usando de forma mais eficiente os já existentes."
"As campanhas na América Latina também precisam de mais atenção por parte dos governos e de órgãos internacionais", acrescentou.
Modelo
A gerente do Banco Mundial afirmou ainda que as necessidades na América Latina variam de país para país e que o Brasil vem apresentado um trabalho de sucesso.
"Agora eu estou tentando fazer com que o modelo brasileiro seja base do trabalho que será realizado na Índia", disse Abreu.
Um problema, segundo a pesquisa, é encontrar informação disponível de qualidade, já que muitas vezes os dados encontrados são insuficientes.
De acordo com o relatório, um dos grandes empecilhos para o bom funcionamento dos programas de combate a Aids é a falta de decisão por parte dos governos sobre a forma de atuação, além da falta de recursos.
Outro problema apontado é a falta de apoio por parte dos governos latino-americanos aos trabalhos realizados pelas ONGs. De acordo com a pesquisa, a maioria das ONGs se mantém com recursos obtidos por meio de entidades internacionais (43,7% dos recursos) e também de suas próprias verbas (42,2%). Menos de 10% dos recursos são adquiridos juntos aos governos dos países.
Sociedade civil
O relatório intitulado "HIV/Aids nos países da América Latina: desafios futuros", foi desenvolvido a partir de dados coletados em 17 países.
Uma das principais conclusões do relatório é que a sociedade civil deve ser mobilizada para participar de modo mais incisivo, inclusive com o apoio das organizações não-governamentais, que também estão fortemente vinculadas aos grupos com comportamento de alto risco.
Um dos problemas detectados pela pesquisa é a baixa integração entre os trabalhos realizados pelas ONGs e pelo governo.
A pesquisa mostrou que as organizações não-governamentais possuem mais facilidade em trabalhar com a parte da população com comportamento de alto risco, enquanto os órgãos governamentais estão mais focados no trabalho com grupos "de riscos variáveis" como a população em geral, jovens e mulheres.
Pesquisa
O estudo está baseado em informações de órgãos governamentais e de entidades civis especializadas no combate e na prevenção ao vírus HIV (causador da Aids).
Em cada país o diretor do programa nacional de Aids recebeu um questionário, no qual foram pedidas informações, incluindo a descrição do programa de combate à Aids, a legislação, como funciona o trabalho junto a grupos considerados de risco, o financiamento e a relação com organizações não-governamentais e com agências internacionais. Ao todo foram dez perguntas.
Um outro questionário também foi enviado a ONGs, em que as organizações tiveram que responder questões como o tempo de experiência que possuem no assunto e o trabalho que realizam junto a grupos de riscos ou com portadores do vírus.
Em 2001, cerca de 130 mil adultos e crianças foram infectados pelo HIV e 80 mil morreram. No entanto, os índices subestimados são tão comuns que os pesquisadores calculam que existem provavelmente 30% a mais de casos de Aids e 40% a mais de pessoas infectadas pelo vírus HIV do que mostram as estatísticas existentes na América Latina.
Ajuda
Em setembro de 2003, o Banco Mundial aprovou empréstimos acima de US$ 550 milhões para financiar a implementação dos programas de controle e prevenção do HIV/Aids em vários países da América Latina.
No Brasil, o Banco Mundial já financiou três grandes projetos, sendo o maior parceiro do banco na região.
Segundo o mais recente relatório da Unaids, o Programa das Nações Unidas para o Combate ao HIV/Aids, estima-se que 42 milhões pessoas no mundo vivem com HIV/AIDS.
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