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21/11/2003 - 08h24

Após criar polêmica, ministro Roberto Amaral visita a Argentina

Marcia Carmo
da BBC, em Buenos Aires

O ministro brasileiro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, cancelou sua visita à Argentina depois de criar polêmica no país vizinho com declarações de que o Brasil pretende acelerar a construção de um submarino nuclear.

O ministro fez a afirmação durante entrevista ao jornal argentino "La Nación", que anunciava a sua chegada para a quinta-feira (20) na capital argentina. No último momento, porém, a visita foi cancelada.

A Embaixada do Brasil não confirmou à "BBC Brasil" se o ministro cancelou a viagem por causa da má repercussão de suas declarações.

Na entrevista, Amaral também destacou que o Brasil já está produzindo urânio enriquecido para as centrais nucleares brasileiras. "O Brasil tem a maior reserva de urânio do mundo. Em vez de enriquecê-lo no Canadá, já começamos a enriquecê-lo aqui", afirmou.

"Se somos responsáveis ou se isso vai cair nas mãos dos terroristas, não são coisas que perguntam ao Canadá, por exemplo. Perguntam aos da América do Sul. Por quê?", indignou-se frente à pergunta do repórter.

Em janeiro deste ano, o ministro já havia criado polêmica ao dizer, em entrevista à "BBC Brasil", que "concordava" com a idéia de que o país tem de buscar o conhecimento necessário para a fabricação da bomba atômica.

Submarino


Sobre o submarino nuclear, Roberto Amaral disse que o Brasil pretende ter um pronto até 2010. "No ritmo atual, seria concluído em 15 anos. Queremos que seja finalizado em 7", afirmou o ministro, segundo o jornal argentino.

Amaral desembarcaria na Argentina para uma reunião com o ministro da Educação, Ciência e Tecnologia, Daniel Filmus. Na pauta do encontro, estavam previstos temas como satélites e o projeto nuclear brasileiro.

Funcionários do Ministério das Relações Exteriores argentino não revelaram preocupação com os avanços nucleareas do Brasil. Mas parlamentares como o deputado Carlos Raimundi, da base governista, reprovou a idéia de um submarino nuclear.

"Nós sabemos que a aliança com a Argentina é uma prioridade do Brasil. E um projeto nuclear não significa perigo. Porém, me preocupo com a idéia de um submarino porque pode significar uma arma de guerra", disse.

O próprio "La Nación", no entanto, destaca em sua reportagem que o submarino em questão não tem poder de ataque nuclear.
Na opinião do cientista político Rosendo Fraga, do Centro de Estudos União para a Nova Maioria, com estas medidas, o Brasil está dando "mais um passo" para ser o líder da região.
 

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