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16/12/2003 - 00h56

Cúpula deve ser marcada por adesão do Peru ao Mercosul

DENIZE BACOCCINA
enviada especial da BBC a Montevidéu

A 25ª reunião de cúpula do Mercosul, que acontece nesta terça-feira, deve ser marcada pela adesão do Peru ao bloco, na qualidade de membro-associado.

O encontro em Montevidéu também deve ter a assinatura de diversos acordos entre os membros em áreas como a de serviços, a de investimentos e de compras governamentais.

Outro destaque deve ser a revisão de um documento chamado Objetivo 2006, proposto pelo Brasil na reunião anterior, em junho.

O Objetivo 2006 estabelece esse ano como limite para a entrada efetiva em vigor da união aduaneira, acabando com as exceções à Tarifa Externa Comum (TEC) no bloco. O documento também traça metas institucionais, como a integração política, social e cultural.

Função política

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega à capital uruguaia nesta segunda-feira à noite.

Participam da reunião, junto com ele, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan (que já estão na cidade), da Fazenda, Antonio Palocci, e da Agricultura, Roberto Rodrigues.

A entrada do Peru no Mercosul como membro associado, status atual do Chile e da Bolívia, era prevista em um acordo assinado pelo presidente Lula em agosto, em Lima.

A diferença entre membro pleno e associado é que os associados não adotam a TEC, para importação de produtos de países de fora do bloco.
Os associados têm também uma função política, já que podem participar das reuniões do bloco como convidados.

Lamy

O comissário da União Européia para Comércio, Pascal Lamy, que também estará presente ao encontro, criticou nesta segunda-feira o Mercosul por não utilizar os 40 milhões de euros disponíveis para projetos de aperfeiçoamento do Mercosul.

"O dinheiro poderia ser usado para os estudos de coordenação macroeconômica que darão origem à moeda única", disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Argentina, Martín Redrado.

As sucessivas crises nos países-membros acabaram arrastando os vizinhos e quase sepultaram o bloco até o esforço político do presidente Lula de relançá-lo, na reunião anterior, em junho.

Martín Redrado disse que, agora, o bloco vive um momento muito bom. "Há um processo de construção de confiança como não se via há muito tempo", afirmou Redrado.

A ministra das Relações Exteriores do Paraguai, Leila Rachid, foi além, e disse que o Mercosul vive um momento histórico, com o reconhecimento, por parte de Brasil e Argentina, das assimetrias em relação às economias menores --Paraguai e Uruguai.

"Há um princípio de solidariedade com as economias menores", disse a ministra.

Agenda

A agenda de Lula em Montevidéu começa com um café da manhã com o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, antes da reunião com os outros presidentes do Mercosul.

Participam da reunião, como convidados especiais, o primeiro-ministro de Angola, Fernando da Piedade dos Santos, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Igor Ivanov, o comissário de Comércio da União Européia, Pascal Lamy, o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, o presidente da Corporação Andina de Fomento (CAF), Enrique Garcia e o secretário-geral da Aladi, Juan Francisco Rojas Penso.

Depois da reunião de cúpula, os presidentes recebem a Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul. A delegação argentina na comissão vai propor aos presidentes a negociação conjunta das dívidas externas dos quatro países do bloco.

Os presidentes se encontram depois com o Foro Consultivo Econômico e Social e com a Coordenadora das Centrais Sindicadis do Cone Sul.

A organização, que reúne centrais sindicais do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Bolívia, vai entregar aos presidentes uma carta defende uma maior integração nas áreas sociais, política e conômica dos seis países. Os sindicalistas também defendem a livre movimentação de pessoas entre os países do bloco.

Depois da assinatura dos acordos fechados na reunião e do almoço com os outros presidentes, Lula participa da cerimônia de entrega das chaves da cidade de Montevidéu, na Prefeitura da cidade.

Em seguidas, às 16h50 do horário local (17h50 de Brasília) parte para o Brasil.
 

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