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19/02/2004 - 18h08

Genoino procura imprensa estrangeira para explicar caso Diniz

DENIZE BACOCCINA
da BBC, em São Paulo

O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoino, convidou os correspondentes estrangeiros para uma entrevista coletiva nesta quinta-feira para explicar a posição do partido sobre a denúncia de corrupção envolvendo Waldomiro Diniz, ex-assessor do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.

Esta semana vários órgãos da imprensa internacional noticiaram o fato, inclusive com análises questionando os danos para a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O contato foi feito na terça-feira à noite, com a Associação dos Correspondentes Estrangeiros de São Paulo, que se encarregou de divulgar a informação aos associados.

Durante uma hora e meia, o presidente do PT respondeu perguntas sobre a resistência do partido à criação de uma CPI para investigar o caso, as repercussões na economia e tentou convencer os jornalistas de que o país continua funcionando normalmente e que não há crise no governo.

CPI
O presidente do PT insistiu que o governo agiu rápida e corretamente ao exonerar o ex-assessor assim que as denúncias foram publicadas pela revista Época, na sexta-feira passada, e disse que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é desnecessária. "Já existe uma investigação da Polícia Federal e uma sindicância para apurar as denúncias de irregularidades", afirmou.

Ele ressaltou, no entanto, que até agora "nem mesmo os adversários mais radicais do PT" levantaram qualquer suspeita contra José Dirceu e disse que Diniz está sendo investigado e tem que responder pelos crimes que praticou.

Apesar de questionado diversas vezes sobre o assunto, ele evitou responder se o PT apoiaria uma CPI se houvesses indícios de que Diniz continuou agindo no ano passado, durante o governo Lula.

"Não falo sobre "'se'"

O presidente do PT também repetiu várias vezes que Waldomiro Diniz não era militante e nunca foi filiado ao partido, mas lembrou que outros filiados envolvidos em casos de corrupção foram expulsos e que esse seria o destino de Diniz se ele pertencesse ao partido.

E, embora ocupasse um cargo elevado e de importância política no governo, disse que o governo não sabia das denúncias contra Diniz antes da semana passada. "As gravações mostram fatos ocorridos em 2002. Mas querem fazer uma ligação com 2004", afirmou o presidente do PT.

Genoino tentou desvincular as CPIs propostas pelo PT quando o partido estava na oposição da CPI proposta agora, para investigar o governo petista e tentar apurar se Diniz praticou algum ato ilegal durante o período em que esteve no governo.

Mercado

"O PT nunca assinou nenhum pedido de CPI para investigar atos ocorridos antes da posse do governo. Essa CPI que estão propondo não tem paralelo na história do PT", afirmou. O presidente do PT também afirmou que o partido "não fez uma política revanchista" quando assumiu o governo federal e creditou a pressão pela CPI a "certos setores da oposição". "A luta política não permite ingenuidade. A CPI interessa a setores da oposição", afirmou.

Questionado sobre os efeitos da crise no mercado financeiro --a Bovespa acumula queda esta semana e o risco-país subiu mais de 50 pontos desde sexta-feira-- Genoino tentou mostrar aos correspondentes estrangeiros que o governo continua trabalhando normalmente e que a turbulência na economia era "questão de dias".

"O presidente da República está tranqüilo, cumprindo sua agenda normalmente. O governo está caminhando sem sobressaltos. É natural que o mercado fique alterado, mas logo vai perceber que isso não vai atrapalhar em nada e que as decisões continuam sendo tomadas", afirmou.

O presidente do PT negou que tivesse conhecimento do pedido de demissão do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. "Eu fiquei em Brasília até terça-feira e conversei com ele todos os dias por telefone. Nunca passou nos contatos com ele qualquer informação sobre renúncia ou entrega de cargo", afirmou. "Não existe esta possibilidade. O companheiro José Dirceu merece total apoio."
 

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