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07/03/2004
-
16h05
da BBC, em Londres
O mundo olha cada vez mais para a remota região tribal do Waziristão do Sul, no Paquistão, à medida que prosseguem os esforços para a captura de Osama bin Laden e outros líderes da rede terrorista Al Qaeda e do Taleban.
No entanto, nenhum deles foi capturado até agora, nessa região semi-autônoma, onde o Exército paquistanês conseguiu penetrar só após a invasão americana no vizinho Afeganistão, em outubro de 2001.
Existem relatos contínuos de que líderes tribais de etnia Pashtum estariam fornecendo abrigo e apoio aos fugitivos.
Na última medida do governo para tentar capturá-los, a tribo Ahmadzai Wazir foi multada em cerca de R$ 300 mil, segundo a lei local de responsabilidade coletiva.
A alegada ofensa da tribo foi ter falhado ao prevenir ataques de morteiro contra o Exército paquistanês e o grupo paramilitar Frontier Corps, em operação na área.
Casas demolidas
O relacionamento entre os líderes tribais e o Exército foi abalado recentemente por causa da morte de civis em um incidente, no dia 28 de fevereiro, atribuído a soldados, e referido pelo governo paquistanês, como um caso de "fogo equivocado".
Por causa da reação irada da comunidade local, o governo instaurou um comitê de três integrantes para investigar o ocorrido.
O inquérito não deve satisfazer a população já que os integrantes do comitê são membros do governo ou militares, e segundo os líderes tribais, não forneceriam um relatório independente.
A morte dos civis, seis deles integrantes de tribos paquistanesas e seis refugiados afegãos, alimentou as tensões na região e tornou mais difícil para o Exército conquistar corações e mentes da população tribal, para auxiliá-los na caça à rede Al Qaeda e o Taleban.
O Paquistão vem empregando uma série de artifícios para convencer as sete regiões independentes a apoiar a Guerra ao Terrorismo liderada pelos Estados Unidos.
Um número sem igual de projetos de desenvolvimento, alguns patrocinados pelos EUA, foram iniciados nessas áreas pouco desenvolvidas, para melhorar a educação, saúde e a comunicação.
As tribos que se recusam a cooperar, no entanto, vêm sendo punidas com a demolição de casas, o fechamento de lojas e empresas, a cassação de veículos e o fim de empregos governamentais.
Osama
Líderes tribais já entregaram 60 da lista de 123 nativos que integram a lista dos acusados de abrigar suspeitos. Eles prometeram entregar o resto.
A estratégia do governo parece ser interrogar os suspeitos e localizar fugitivos da Al Qaeda e do Taleban com a informação extraída deles.
Ao mesmo tempo, o Exército equipado com helicópteros e artilharia pesada já realizou quatro operações no Waziristão do Sul.
Um porta-voz militar disse que oito suspeitos da Al Qaeda foram mortos em uma operação e outubro, inclusive um aliado de Osama Bin Laden, o árabe-canadense Ahmad Saeed Khadar.
O Exército já perdeu 16 homens em encontros com militantes. Desconhecidos lançaram ataques de morteiros quatro vezes contra campos militares nos últimos dois meses.
Desde a invasão americana de 2001, mais de 70 mil soldados e integrantes de milícias paquistanesas entraram nas áreas tribais do país, que fazem uma fronteira de 2.500 km com o vizinho Afeganistão.
A mobilização militar foi um pedido dos Estados Unido para impedir que integrantes da Al Qaeda e do Taleban escapassem pelas fronteiras, a princípio da região onde está o complexo de cavernas de Tora Bora, em dezembro de 2001, e depois de outras Províncias do Afeganistão.
Em julho, tropas do Paquistão entraram no vale de Tirah, uma região tribal do Waziristão do Norte, pela primeira vez desde a fundação do país, em 1947.
Agora, o Waziristão do Sul é que se encontra sob o microscópio.
Até que essa operação leve à captura de Bin laden, o Waziristão do Sul deve permanecer na mídia internacional.
Artigo: Waziristão, o esconderijo de Bin Laden?
RAHIMULLAH YUSUFZAIda BBC, em Londres
O mundo olha cada vez mais para a remota região tribal do Waziristão do Sul, no Paquistão, à medida que prosseguem os esforços para a captura de Osama bin Laden e outros líderes da rede terrorista Al Qaeda e do Taleban.
No entanto, nenhum deles foi capturado até agora, nessa região semi-autônoma, onde o Exército paquistanês conseguiu penetrar só após a invasão americana no vizinho Afeganistão, em outubro de 2001.
Existem relatos contínuos de que líderes tribais de etnia Pashtum estariam fornecendo abrigo e apoio aos fugitivos.
Na última medida do governo para tentar capturá-los, a tribo Ahmadzai Wazir foi multada em cerca de R$ 300 mil, segundo a lei local de responsabilidade coletiva.
A alegada ofensa da tribo foi ter falhado ao prevenir ataques de morteiro contra o Exército paquistanês e o grupo paramilitar Frontier Corps, em operação na área.
Casas demolidas
O relacionamento entre os líderes tribais e o Exército foi abalado recentemente por causa da morte de civis em um incidente, no dia 28 de fevereiro, atribuído a soldados, e referido pelo governo paquistanês, como um caso de "fogo equivocado".
Por causa da reação irada da comunidade local, o governo instaurou um comitê de três integrantes para investigar o ocorrido.
O inquérito não deve satisfazer a população já que os integrantes do comitê são membros do governo ou militares, e segundo os líderes tribais, não forneceriam um relatório independente.
A morte dos civis, seis deles integrantes de tribos paquistanesas e seis refugiados afegãos, alimentou as tensões na região e tornou mais difícil para o Exército conquistar corações e mentes da população tribal, para auxiliá-los na caça à rede Al Qaeda e o Taleban.
O Paquistão vem empregando uma série de artifícios para convencer as sete regiões independentes a apoiar a Guerra ao Terrorismo liderada pelos Estados Unidos.
Um número sem igual de projetos de desenvolvimento, alguns patrocinados pelos EUA, foram iniciados nessas áreas pouco desenvolvidas, para melhorar a educação, saúde e a comunicação.
As tribos que se recusam a cooperar, no entanto, vêm sendo punidas com a demolição de casas, o fechamento de lojas e empresas, a cassação de veículos e o fim de empregos governamentais.
Osama
Líderes tribais já entregaram 60 da lista de 123 nativos que integram a lista dos acusados de abrigar suspeitos. Eles prometeram entregar o resto.
A estratégia do governo parece ser interrogar os suspeitos e localizar fugitivos da Al Qaeda e do Taleban com a informação extraída deles.
Ao mesmo tempo, o Exército equipado com helicópteros e artilharia pesada já realizou quatro operações no Waziristão do Sul.
Um porta-voz militar disse que oito suspeitos da Al Qaeda foram mortos em uma operação e outubro, inclusive um aliado de Osama Bin Laden, o árabe-canadense Ahmad Saeed Khadar.
O Exército já perdeu 16 homens em encontros com militantes. Desconhecidos lançaram ataques de morteiros quatro vezes contra campos militares nos últimos dois meses.
Desde a invasão americana de 2001, mais de 70 mil soldados e integrantes de milícias paquistanesas entraram nas áreas tribais do país, que fazem uma fronteira de 2.500 km com o vizinho Afeganistão.
A mobilização militar foi um pedido dos Estados Unido para impedir que integrantes da Al Qaeda e do Taleban escapassem pelas fronteiras, a princípio da região onde está o complexo de cavernas de Tora Bora, em dezembro de 2001, e depois de outras Províncias do Afeganistão.
Em julho, tropas do Paquistão entraram no vale de Tirah, uma região tribal do Waziristão do Norte, pela primeira vez desde a fundação do país, em 1947.
Agora, o Waziristão do Sul é que se encontra sob o microscópio.
Até que essa operação leve à captura de Bin laden, o Waziristão do Sul deve permanecer na mídia internacional.
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