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27/03/2004 - 00h47

'Furacão' pode chegar à costa do Brasil em três dias

RAFAEL GOMEZ E ISCAR BLANCO
da BBC, em Miami

Um meteorologista americano disse à BBC que a tempestade que se formou perto do litoral de Santa Catarina é provavelmente um furacão, e que deve chegar à terra firme em cerca de três dias.

"Estamos ainda debatendo se é ou não um furacão (mas), de acordo com nossas estimativas, com certeza é", disse Wally Barnes, meteorologista do Instituto Nacional de Furacões dos Estados Unidos, com sede em Miami.

"Segundo nossas projeções matemáticas, (a tempestade) vai chegar à costa do Brasil, e provavelmente (...) em uns três dias", advertiu.

"A área de impacto (em terra) é uma área possivelmente muito rasa, de pouca elevação. Por isso, ela tem muito potencial de inundação e, obviamente, de muitos estragos, de forma que estamos muito preocupados."

Inédito

O aparente furacão categoria 1 se formou a cerca de 442 km da costa sul do Brasil, surpreendendo meteorologistas --que nunca viram a ocorrência de tal fenômeno na região.

Imagens de satélite mostram uma grande espiral, aproximadamente do tamanho do Uruguai, perto do litoral de Santa Catarina.

"A característica, pela foto de satélite, é de furacão, porque tem um olho bem definido, a circulação circular, está totalmente desprendido da frente fria", disse a meteorologista Odete Marlene Chiesa, do Instituto Nacional de Meteorologia, em Brasília.

"Se nós formos definir esse sitema de acordo com a temperatura do mar, ele não poderia estar se formando, principalmente porque já estamos do outono. Então, não seria um furacão. Dependendo do ponto de vista de análise, vamos classificar como furacão, como ciclone extratropical e... no momento, não temos uma definição final", completou.

Tanto ela quanto Barnes confirmaram o espanto com a descoberta da tempestade que, caso seja declarara de fato um furacão, representará um fato inédito no Atlântico Sul desde que o monitoramento climático por satélite começou, nos anos 60.

"Temos uma divergência total de estimativas sobre o fenômeno, porque é uma coisa que nunca vimos antes, é totalmente histórico nesse sentido. Os brasileiros nunca tiveram essa experiência", disse Barnes.

Monitorando o monitoramento

Um furacão categoria 1 teria ventos de entre 119 km/h e 152 km/h.

Mas barcos que passaram pela região da tempestade no final da tarde desta sexta-feira (hora de Brasília) informaram ao Instituto Nacional de Meteorologia ter registrado ventos mais fracos, de cerca de 70 km/h.

Odete Chiesa admitiu que o Brasil não teria todas as condições adequadas para acompanhar a evolução da tempestade.

"Como é mar, não temos estação de monitoramento, nem temos vôos de reconhecimento, como acontece nos Estados Unidos", explicou.

Segundo ela, os Estados Unidos já estão ajudando o Brasil, fornecendo informações atualizadas sobre o fenômeno.

"Já estamos vendo o monitoramento deles, inclusive a posição exata desse centro de baixa pressão ou furacão. Já estamos em contato e monitorando o monitoramento dos Estados Unidos."
 

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