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01/06/2007 - 12h29

Lula quer aumentar comércio com Índia e discutir biocombustíveis no G8

DENIZE BACOCCINA
da BBC Brasil, em Brasília

Numa viagem de oito dias a partir desta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai à Índia para "consolidar a parceria bilateral" e aumentar o comércio entre os dois países e à Alemanha para tentar convencer os membros do G8 da importância dos biocombustíveis para combater as mudanças climáticas e reduzir a pobreza no mundo.

Na Alemanha, o presidente terá ainda vários encontros bilaterais com chefes de Estado, como o presidente americano George W. Bush, o russo Vladimir Putin e o francês Nicolas Sarkozy, além do secretário-geral da Onu, Ban Ki-Moon.

Depois de uma parada em Londres para assistir ao amistoso Brasil e Inglaterra nesta sexta-feira, o presidente parte no sábado à noite para a Índia, o principal parceiro do Brasil na cooperação política sul-sul.

É a segunda visita do presidente Lula ao país. Em 2004, ele foi convidado especial do governo indiano nas comemorações do Dia da República e em setembro do ano passado recebeu em Brasília o primeiro ministro indiano, Manmohan Singh.

De acordo com uma fonte do Itamaraty, a cooperação dos dois países em âmbito multilateral já é considerada bastante avançada, mas a relação bilateral ainda precisa ser incrementada.

Brasil e Índia atuam de forma conjunta no G4 (junto com Alemanha e Japão), para pressionar pela reforma do Conselho de Segurança da ONU, e no G20, que reúne os países em desenvolvimento nas negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Os dois países também formam junto com a África do Sul o Ibas.

Comércio

Na visita do primeiro-ministro indiano os dois governos assumiram o compromisso de elevar o intercâmbio comercial dos atuais US$ 2,4 bilhões para US$ 10 bilhões em 2010.

Faz parte da programação da visita um seminário empresarial sobre comércio e investimento que terá a participação de 108 empresários e executivos de 60 empresas brasileiras, na segunda e terça-feira. O presidente faz um discurso na abertura do evento.

Serão assinados acordos de governo nas áreas aduaneira, de energias renováveis, educação, ciência e tecnologia, defesa, cultura e tecnologia da informação.

Brasil e Índia estão negociando também um acordo para aumentar a produção de etanol na Índia, que já é um grande produtor de açúcar e produz o combustível em pequena escala.

A cooperação nuclear entre os dois países, em discussão, não deverá ser tratada nesta viagem, de acordo com o governo. Mas o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, disse nesta semana que o assunto não está descartado. "Não existe previsão de acordo na área nuclear. O que não impede que isso seja acrescentado à agenda", afirmou, numa entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

O Itamaraty diz que o governo brasileiro vai aguardar a decisão do Grupo de Supridores Nucleares sobre o status da Índia antes de dar continuidade às negociações para cooperação nesta área. A cooperação estudada, de acordo com o governo brasileiro, é na área de pesquisa e uso medicinal da energia nuclear.

O presidente Lula vai receber também o prêmio Nehru, concedido pelo governo indiano para personalidades que se destacaram pela sua contribuição à paz e à aproximação dos povos.

Alemanha

O Brasil participa da reunião ampliada do G8, em Heiligendamm, na Alemanha, junto com outros quatro países - Índia, China, África do Sul e México.

"O principal interesse do presidente está centrado nessa questão dos biocombustíveis, da relação entre mudanças climáticas, biocombustíveis e combate à pobreza. É para isso que o presidente deseja chamar a atenção", afirmou o porta-voz.

Integram a comitiva do presidente na primeira parte da viagem os ministros Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Celso Amorim (Relações Exteriores) e Franklin Martins (Comunicação Social), além do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli. Outros ministros podem viajar diretamente para a reunião do G8.

 

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