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08/06/2007 - 10h21

Em jornal chinês, Lula defende mecanismos para "ajudar excluídos"

MARINA WENTZEL
da BBC, de Hong Kong

Um artigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicado nesta sexta-feira no jornal chinês "China Daily" defende a criação de impostos internacionais e novos mecanismos financeiros para ajudar "milhões de excluídos".

Segundo Lula, é necessário buscar novas formas de arrecadar fundos para financiar as metas do milênio propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU), que incluem acabar com a miséria no mundo e combater doenças epidêmicas.

"É essencial multiplicar os mecanismos financeiros inovadores capazes de assegurar os recursos necessários para mudar as condições de vida de milhões de excluídos", escreveu Lula aos chineses.

No artigo, Lula retoma uma idéia já defendida em outros encontros internacionais: a taxação de passagens aéreas.

Prioridade ética

O presidente diz que essa é uma boa forma de arrecadar fundos para iniciativas sociais e cita o exemplo do Unitaid, Fundo Internacional para Compra de Remédios, que obtém recursos através desse tipo de imposto.

O órgão ligado à ONU e à Organização Mundial de Saúde surgiu de uma iniciativa conjunta do Brasil, França, Noruega e Chile e financia a compra de medicamentos para combater Aids, tuberculose e malária em países pobres.

Referindo-se a um outro assunto também relacionado a saúde, Lula definiu o acesso a remédios baratos como uma "prioridade ética" frente a proteção de propriedade intelectual.

A mensagem é uma clara justificativa da sua polêmica decisão de quebrar as patentes dos medicamentos contra Aids.

Biocombustíveis

Assim como fez recentemente em artigo assinado no jornal britânico "The Guardian", Lula volta a defender a produção global de álcool dos "mitos" que tem sido usados para criticar a iniciativa.

Lula rechaça a idéia de que os biocombustíveis possa ter um impacto negativo na oferta de alimentos ou piorar o aquecimento global. O argumento "é baseado em falsas premissas", escreve o presidente.

De acordo com Lula, basta que cada país adote um tipo de plantio adequado às suas necessidades agrícolas para que os biocombustíveis não afetem na colheita de alimentos e não agridam o meio-ambiente.

No texto aos chineses, o presidente defende a criação de um sistema de certificação para os biocombustíveis baseado em acordos multilaterais como forma de proteger o meio ambiente e garantir que as condições de trabalho dos agricultores sejam boas.

De acordo com Lula, o plantio de biocombustíveis "abre novos caminhos" para nações em desenvolvimento com pouco dinheiro, mas com "terra e sol" em abundância.

"É possível encontrar um equilíbrio entre pequenas fazendas familiares e grandes plantações industriais, como está previsto na legislação brasileira", diz.

Emergentes unidos

O texto assinado por Lula sugere que os países em desenvolvimento que participam da reunião do G8 (Brasil, China, Índia, África do Sul e México) nesta semana em Heiligendamm na Alemanha devem aproveitar a oportunidade para debater com os países ricos as prioridades da agenda política internacional.

"Estou convencido de que esta é a grande hora em que economias emergentes são ouvidas, particularmente sobre mudança climática, desenvolvimento sustentável, fontes de energia renováveis e financiamento para o desenvolvimento"

O presidente ainda destaca a "necessidade urgente de distribuir custos e responsabilidades" entre os países nos tempos de globalização e reforça que é preciso avançar com as negociações multilaterais de liberalização do comércio, numa menção à rodada Doha.

"Não é possível atingir desenvolvimento sustentável, harmonia ambiental ou segurança duradoura se não formos capazes de erradicar fome e extrema desigualdade", afirma.

 

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