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19/04/2004 - 15h35

Dylan, James Brown e Sex Pistols lideram ranking de canções de protesto

RODRIGO COELHO
da BBC, em Londres

A revista de música britânica "Mojo" elegeu as cem maiores canções de protesto da história do pop. Em primeiro lugar, ficou a canção "Masters Of War", de Bob Dylan, gravada em 1963 para o segundo álbum do compositor americano.

Vivendo um momento de crise por causa do fracasso comercial de seu primeiro disco, Dylan teria impresso na gravação uma ira até então desconhecida, e que lhe valeu o status de "James Dean" da música folk.

A canção não é um "lamento pacifista" mas sim um "desabafo agressivo no qual Dylan enumera as falsas justificativas para os conflitos".

A longa letra termina desejando a morte dos responsáveis pela guerra, dizendo "vou pisar em seu túmulo até ter certeza de que você está morto".

Embora gravada apenas com voz e violão, a música seria uma amostra de toda a turbulência política que a música pop abraçaria nos anos seguintes. A "Mojo" considera que "Masters of War" permanece mais atual do que nunca.

Lennon

Das cem canções eleitas, apenas duas não são cantadas em inglês: a versão reggae de Serger Gainsbourg para o hino francês, "Aux Armes Et Caetera", que ficou em 24º lugar e "Preguntas Por Puerto Montt", em 81º lugar, o hino ao presidente chileno Salvador Allende, que levou Victor Jara a ser preso e morto pela ditadura de Pinochet.

O racismo e a luta por igualdade social nos Estados Unidos geraram duas canções que figuram respectivamente em segundo e terceiro lugares na lista.

A canção "We Shall Overcome", de Pete Seeger, e "Say It Loud - I Am Black And I Am Proud", de James Brown, escritas no ano da morte do ativista Martin Luther King, 1968, ocupam essas posições.

O ataque frontal dos Sex Pistols à monarquia em "God Save The Queen", de 1977, ocupa a quarta posição, e o hino pacifista de John Lennon "Give Peace a Chance", de 1969, ficou com o sexto lugar.

Lennon foi também o autor da música que ficou com a 17ª posição, "Revolution", gravada com os Beatles para o "Álbum Branco", de 1968. A música fala do levante estudantil que ocorreu na França em maio daquele ano.

Autor de várias músicas de protesto ao longo de sua carreira, Bob Marley ficou com a oitava posição com "Get Up, Stand Up".

A música mais recente a figurar entre as dez primeiras, foi "Fuck The Police", de 1989, com o NWA, a canção de Ice Cube que critica violentamente a polícia de Los Angeles.

Outras canções a figurarem na lista da "Mojo" foram "Do They Know It's Christmas?", com o Band Aid (11ª lugar), "White Riot", do Clash (30ª), "Biko", de Peter Gabriel (32ª), "My Generation", com o Who (35ª), "Fight The Power", do Public Enemy (47ª), "Pride", do U2 (63ª), e "Trouble Every Day", de Frank Zappa (73ª).

Uma das principais bandas da contracultura os Rolling Stones, ficou apenas com a 90ª posição com "We Love You", de 1967, que se refere ao apoio dos fãs durante o período em que a banda teve problemas com a lei por causa de drogas.

A música mais recente a entrar na lista foi "In A World Gone Mad", dos Beatie Boys (95ª), de 2003. "Strange Fruit", gravada por Billie Holiday, em 1939, foi a mais antiga.
 

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