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25/04/2004 - 12h58

Barrichello recorda Senna nas pistas e na Disneylândia

JONATHAN LEGARD
ALEXANDRE MATA TORTORIELLO

da BBC

Para o piloto da Ferrari Rubens Barrichello, Ayrton Senna foi um herói. E as melhores recordações com seu herói são as de um passeio na Disneylândia.

Na época, em 1993, Barrichello era um piloto em início de carreira na pequena equipe Jordan. Senna já era tricampeão mundial e uma das maiores lendas da história do automobilismo.

Barrichello ficou empolgado quando, em uma ocasião em que ambos estavam no Japão e tinham uma folga de dois dias, Senna pediu para ir junto com ele em uma viagem de recreação aos Estados Unidos. "Eu era apenas um garoto, e foi incrível. Nem em sonho eu poderia imaginar uma coisa dessas."

Uma vez na Disneylândia, o jovem piloto teve uma amostra de como seu ídolo encarava as responsabilidades profissionais. Os dois foram juntos ao parque, mas, na volta, o mestre colocou o aprendiz para trabalhar.

"Para compensar, tive que correr com ele às oito da noite. Afinal de contas, ele tinha deixado de fazer ginástica para ir à Disney, e ainda comemos um hambúrguer."

No ano seguinte, a situação era bem diferente. Barrichello considerou especialmente difícil assimilar a notícia de que Senna havia morrido durante o GP de Ímola.

"Todo mundo achava que ele era um super-herói, e super-herói nunca morre. Super-herói voa, ajuda todo mundo e faz a gente sorrir", diz o atual piloto da Ferrari.

Pilotar uma Ferrari, aliás, era um dos maiores sonhos de Senna.

Fã e ídolo

A temporada de 1993 marcou a estréia de Barrichello na categoria máxima do automobilismo. Ele conta que era muito estranha a sensação de dividir o mesmo território com o piloto que era um verdadeiro herói para ele.

"No começo era difícil. Eu era um garoto e não conseguia encontrar o meu lugar. Eu pensava: Vou tentar vencê-lo? Mas ele é meu herói!", lembra Barrichello.

A possibilidade de enfrentar o ídolo veio logo na sua sua terceira corrida na Fórmula 1. O Grande Prêmio da Europa foi disputado no circuito de Donnington Park, na Inglaterra, debaixo de chuva muito forte.

Ainda hoje, a corrida é lembrada por especialistas e torcedores britânicos como uma das mais emocionantes já disputadas no país. Senna largou em quarto e fez uma prova memorável, deixando Michael Schumacher, Nigel Mansell e Alain Prost para trás em menos de uma volta.

Mais atrás, Rubinho, que havia largado em 12º, também ganhava posições.
"Num dado momento da prova eu estava em segundo, a placa mostrava que Senna estava 20 segundos na minha frente, e eu estava dando duro para ganhar a corrida".

Infelizmente para Barrichello, sua Jordan não chegou ao fim da prova, vencida por Senna, que aplicou uma volta de vantagem sobre seu maior rival, o francês Alain Prost, que chegou em terceiro.

Barrichello também se lembra da época em que tinha que se contentar em ver as corridas em casa pela televisão e Senna era o grande astro delas.

"Quando o Ayrton carregava a bandeira brasileira, todo mundo sorria", afirma o companheiro de Michael Schumacher na Ferrari.

"Ele fez do domingo um dia especial, em que todo mundo ia para a frente da televisão para ver a bandeira brasileira."

"O começo da semana para aquelas pessoas era diferente, mais feliz."
 

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