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31/05/2004
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06h08
enviado especial da BBC a Porto Príncipe
Os 47 soldados brasileiros que já estão no Haiti dividem o pensamento entre saudade de casa --com o acompanhamento de um violão-- e ansiedade para entrar em ação.
"Desde 1994, o meu batalhão está treinando para alguma missão no exterior, mas a gente esperava uma oportunidade e ela nunca vinha. Agora aconteceu, e a gente vai poder colocar em prática aquilo que a gente tanto treinava", diz o cabo Evandro Rodrigues da Silva, do batalhão do Exército de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
"Vai ser difícil passar saudades de casa, ficar longe da família, dos amigos e do churrasquinho todo dia. Mas a gente ganha experiência, ganha um pouco mais de dinheiro e louros que vão ser colhidos mais tarde", diz o cabo.
Nos momentos de descanso, os soldados tocam músicas típicas de seus Estados no violão que um deles trouxe, e os vários gaúchos não esquecem do chimarrão.
Sem telefone
"Mas o que faltava mesmo era poder falar com o pessoal em casa. É difícil ficar aqui sem um telefone para conversar com o família", reclama o cabo Colares, também do batalhão de São Leopoldo.
Há entre os militares alguns já veteranos em missões da ONU, como o tenente coronel Carlos Vivaldo, que participou da operação de paz em Timor Leste.
"O que mais ficou na minha lembrança daquela missão foi o trabalho muito bonito que o (representante da ONU no país, morto em 2003 em um atentado em Bagdá, no Iraque) Sérgio Vieira de Mello realizou lá, e a grande melhora que nós vimos no país", conta o coronel.
"Quando cheguei lá, vi aquilo destruído, em chamas, e, quando saímos, os índices sociais e de criminalidade já estavam melhores", acrescenta Vivaldo.
O coronel espera que o mesmo se repita no Haiti. "Acho que são missões que tem muitas semelhanças. Os dois países são ilhas com graves problemas sociais e de violência", diz.
Primeira vez
Mas a maioria dos soldados brasileiros está em sua primeira missão --muitos, na primeira viagem-- fora do Brasil.
O mais jovem é o soldado Tiago, um gaúcho do batalhão de São Leopoldo, de 19 anos de idade.
Como devem ser todos os participantes de missões de paz da ONU, ele é voluntário para o trabalho.
"É uma grande realização pessoal e profissional, e quero ajudar este povo que é tão sofrido e tão simpático", afirma o jovem soldado.
"Quase não saímos ainda à rua, mas todos os haitianos com quem tivemos contato nos trataram muito bem. Eles nos viam e gritavam Ronaldô, Ronaldô", conta Tiago.
Brasileiros no Haiti vivem entre ansiedade e saudade
PAULO CABRALenviado especial da BBC a Porto Príncipe
Os 47 soldados brasileiros que já estão no Haiti dividem o pensamento entre saudade de casa --com o acompanhamento de um violão-- e ansiedade para entrar em ação.
"Desde 1994, o meu batalhão está treinando para alguma missão no exterior, mas a gente esperava uma oportunidade e ela nunca vinha. Agora aconteceu, e a gente vai poder colocar em prática aquilo que a gente tanto treinava", diz o cabo Evandro Rodrigues da Silva, do batalhão do Exército de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
"Vai ser difícil passar saudades de casa, ficar longe da família, dos amigos e do churrasquinho todo dia. Mas a gente ganha experiência, ganha um pouco mais de dinheiro e louros que vão ser colhidos mais tarde", diz o cabo.
Nos momentos de descanso, os soldados tocam músicas típicas de seus Estados no violão que um deles trouxe, e os vários gaúchos não esquecem do chimarrão.
Sem telefone
"Mas o que faltava mesmo era poder falar com o pessoal em casa. É difícil ficar aqui sem um telefone para conversar com o família", reclama o cabo Colares, também do batalhão de São Leopoldo.
Há entre os militares alguns já veteranos em missões da ONU, como o tenente coronel Carlos Vivaldo, que participou da operação de paz em Timor Leste.
"O que mais ficou na minha lembrança daquela missão foi o trabalho muito bonito que o (representante da ONU no país, morto em 2003 em um atentado em Bagdá, no Iraque) Sérgio Vieira de Mello realizou lá, e a grande melhora que nós vimos no país", conta o coronel.
"Quando cheguei lá, vi aquilo destruído, em chamas, e, quando saímos, os índices sociais e de criminalidade já estavam melhores", acrescenta Vivaldo.
O coronel espera que o mesmo se repita no Haiti. "Acho que são missões que tem muitas semelhanças. Os dois países são ilhas com graves problemas sociais e de violência", diz.
Primeira vez
Mas a maioria dos soldados brasileiros está em sua primeira missão --muitos, na primeira viagem-- fora do Brasil.
O mais jovem é o soldado Tiago, um gaúcho do batalhão de São Leopoldo, de 19 anos de idade.
Como devem ser todos os participantes de missões de paz da ONU, ele é voluntário para o trabalho.
"É uma grande realização pessoal e profissional, e quero ajudar este povo que é tão sofrido e tão simpático", afirma o jovem soldado.
"Quase não saímos ainda à rua, mas todos os haitianos com quem tivemos contato nos trataram muito bem. Eles nos viam e gritavam Ronaldô, Ronaldô", conta Tiago.
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