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15/08/2007 - 03h16

Cristina Kirchner apresenta chapa eleitoral em meio a polêmico caso da mala

da BBC Brasil

A primeira-dama da Argentina e senadora Cristina Fernández de Kirchner lançou nesta terça-feira sua chapa para as eleições presidenciais, em meio ao polêmico caso da mala com quase US$ 800 mil apreendida há dez dias no aeroporto de Buenos Aires.

No discurso, ao contrário do esperado, Cristina (como ela prefere ser chamada) não falou de "combate à corrupção" ou de "tolerância zero à corrupção", como se especulou nos principais jornais do país.

A chapa oficial é lançada num momento em que o governo do presidente Néstor Kirchner iniciou uma queda-de-braço com o governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, para definir a responsabilidade no caso da mala, que envolve argentinos e venezuelanos.

Vestida de branco e rosa, Cristina voltou a defender o governo do marido, o presidente Kirchner, sentado na primeira fila do estádio Luna Park, na capital argentina, ao lado de ministros e governadores de diferentes partidos políticos.

Cristina e o governador da província de Mendoza, Julio Cobos, da União Cívica Radical (UCR), candidato à vice-presidente, formam a chapa "Frente para Vitória", que disputará as eleições presidenciais de 28 de outubro.

A chapa simboliza uma aliança entre setores dos principais movimentos políticos do país e historicamente adversários - "peronismo" e "radicalismo", como é chamada a UCR.

Na platéia, os cerca de 6 mil presentes gritavam: "Se sente, se sente, Cristina presidente".

Ela, imediatamente, corrigiu seus seguidores: "Presidenta, presidenta, é bom que se acostumem. Sei que estão acostumados aos homens, mas é bom que se acostumem às mulheres (no poder)".

Segundo Cristina, as mulheres podem ser melhores governantes porque "vêem coisas que os homens não vêem".

Analistas especulam que esta pode ter sido uma "indireta" ao caso da mala.

O comício terminou com Cristina e Kirchner abraçados e aplaudidos pelos presentes. Antes, no seu discurso, Cobos disse que é hora de a Argentina ser governada por uma mulher. Cristina ouvia enquanto usava um leque para tentar combater o calor no estádio Luna Park.

Os dois destacaram o papel do ex-líder argentino Juan Domingo Perón, três vezes presidente do país (1946, 1955, 1973), e sua mulher, a primeira-dama Eva Perón.

Num telão, foram mostradas imagens do casal Perón e de um dos líderes do "radicalismo", Ricardo Balbín, candidato a presidente que perdeu duas vezes para Juan Domingo Perón.

As pesquisas de opinião continuam dando preferência para Cristina nas urnas.

Mas o caso da mala passou a preocupar setores do governo, em meio à campanha eleitoral e a apenas dois meses e meio do pleito.

Nesta quarta-feira, a Justiça pediu a captura internacional do empresário venezuelano Guido Antonini Wilson, que carregava a mala com os dólares no desembarque no aeroporto de Buenos Aires (Aeroparque).

Wilson estava acompanhado por funcionários da petroleira venezuelana PDVSA e duas autoridades da equipe do ministro do planejamento da Argentina, Julio de Vido, homem forte do governo Kirchner.

Nas últimas horas, o chefe de gabinete da Presidência da Argentina, Alberto Fernández, insistiu que o governo venezuelano investigue e castigue os responsáveis pelo caso.

O ministro do Interior e Justiça da Venezuela, Pedro Carreño, disse que nem o presidente Chávez e nem seu governo deveriam assumir culpa por irregularidades que considerou terem sido cometidas por "cidadãos e trabalhadores" de empresas estatais venezuelanas.

Para ele, trata-se de um caso de "responsabilidade individual".

Carreño disse ainda que não está comprovado que a mala tenha saído da Venezuela, já que o avião alugado pela estatal argentina Enarsa teria feito escala na Bolívia.

O governo argentino desmente e entende que o vôo partiu diretamente do território venezuelano para chegar a Buenos Aires dois dias antes da visita de Chávez ao país.

 

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