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Argentina aumenta barreiras para importações
MARCIA CARMO
da BBC Brasil, de Buenos Aires
O presidente argentino, Néstor Kirchner, e o ministro da Economia, Miguel Peirano, anunciaram nesta sexta-feira o aumento de barreiras tarifárias e alfandegárias para limitar a importação de diferentes produtos.
Peirano disse que aumentará a fiscalização das faturas apresentadas no desembarque das mercadorias e adotará as chamadas "licenças não-automáticas de importação" --uma medida burocrática que hoje é usada para restringir as importações de eletrodomésticos brasileiros como geladeiras e fogões.
O ministro afirmou ainda que o objetivo é "limitar" principalmente as importações da China, mas também de outros países. "São medidas universais", avisou Peirano.
Kirchner e Peirano não disseram se as novas medidas afetam a indústria brasileira. Mas há cerca de dois anos, quando foram lançadas, as "licenças não-automáticas" geraram crise entre industriais dos dois países - e voltaram a ser adotadas em fevereiro passado.
Entre os setores argentinos beneficiados com as restrições oficiais de importações anunciadas nesta sexta-feira estão calçados, têxteis, brinquedos, pneus, bicicletas, couro, informática e autopeças.
Saúde
O pacote inclui ainda medidas de restrições por questões de segurança e saúde, como no caso dos pneus e dos brinquedos fabricados na China, que deverão passar por um controle de qualidade.
"Antes, aqui na Argentina, os governos deixavam os produtores nervosos. Agora, é diferente, os importadores é que devem ficar nervosos, graças a estas medidas que protegem e estimulam nossa indústria", disse o empresário José Ignácio de Mendiguren, ex-presidente da UIA (União Industrial Argentina).
Mendiguren ficou conhecido por criticar, no início da década, a "invasão" de produtos brasileiros no mercado argentino.
O ministro Miguel Peirano informou que as medidas entram imediatamente em vigor e que algumas terão prazo para adaptação.
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