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11/06/2004 - 10h05

Liderança de Blair pode ser questionada com derrota em eleição

NICK ASSINDER
da BBC, em Londres

Somente o mais pessimista dos dirigentes do Partido Trabalhista esperava que o resultado das eleições fosse tão ruim assim.

Com cerca de metade dos votos locais apurada, o partido está caminhando para seu pior desempenho em toda a história.

O primeiro-ministro Tony Blair se depara com a possibilidade real de que sua liderança vai ser agora objeto de debate entre os congressistas trabalhistas, no momento em que eles consideram as conseqüências para seus próprios mandatos em uma eleição-geral.

As projeções da BBC indicam que o Partido Trabalhista vai ficar em terceiro lugar, atrás do Partido Conservador e dos liberais-democratas.

Conservadores

Vai ser a primeira vez que o partido da situação fica em terceiro lugar.

E enquanto Blair vai refletir melancolicamente sobre o resultado, Michael Howard, o líder dos conservadores, vai festejar o fato de que ele conseguiu exatamente o tipo de vitória de que precisava para ajudar seu partido a se fortalecer para as eleições gerais, que devem ocorrer dentro de um ano.

Pode não ser o suficiente para indicar que ele poderia vencer aquelas eleições.

Mas ele tem procurado por sinais de que os conservadores poderiam estar de volta e com um desempenho que os levaria a avançar pouco a pouco.

Os partidos menores, incluindo o Partido Independente do Reino Unido e o Partido Verde, também tiveram um desempenho melhor. O BNP não registrou sinais de avanço.

O primeiro-ministro sabia que seria atingido, principalmente por causa de sua posição em relação à guerra contra o Iraque e por suas conseqüências. Mas ele não esperava um resultado tão ruim.

Iraque

Se ele estiver procurando por migalhas de conforto, vai ficar desapontado. Insatisfação em relação a ele --ou pelo menos em relação a sua decisão de ir à guerra contra o Iraque-- foi um fator de peso no voto trabalhista.

Ministros imediatamente tentaram indicar que foi simplesmente um descontentamento tradicional de meio de mandato, com eleitores usando o voto para protestar.

Eles vão insistir que os conservadores não conseguiram fazer o progresso de que necessitavam --particularmente em áreas urbanas-- para indicar que poderiam ganhar as eleições-gerais.

Da mesma forma, eles vão dizer que os liberais-democratas --que devem terminar em segundo lugar-- tiveram um desempenho pior do que esperavam, principalmente porque contavam com um grande número de votos de protesto contra a guerra.

Pânico

As notícias podem ser melhores para Blair se se confirmar a reeleição do prefeito de Londres, o trabalhista Ken Livingstone.

Todos os olhos vão estar voltados agora para o Partido Trabalhista, para ver se seus membros vão entrar em pânico e se esses resultados marcam o começo de algo mais significante para o primeiro-ministro.

Se os membros do partido entrarem em pânico, as coisas podem ficar muito piores para Blair -que estava fora do país, nos Estados Unidos, onde participou da reunião do G8--, quando os resultados começaram a sair.

Já houve relatos de que Blair pode renunciar se ele se mostrar um fardo para o partido nas eleições.

Se o primeiro-ministro vai dar ou não a volta por cima é a grande pergunta ainda a ser respondida.
 

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