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Brown e Sarkozy fazem apelo por trégua em Darfur
da BBC Brasil
Em um artigo conjunto publicado na imprensa de seus países nesta sexta-feira, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, fazem um apelo por uma ação intensa para garantir um cessar-fogo na região de Darfur, no Sudão.
No artigo, publicado no jornal britânico "The Times" e no francês "Le Monde", Brown e Sarkozy se comprometem "como líderes, a redobrar os esforços para garantir futuros progressos" na região.
Há um mês, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou o envio à região de uma força de paz em conjunto com a União Africana (UA).
O conflito em Darfur, uma província no oeste do Sudão que tem um território maior do que o da França, já dura quatro anos.
Pelo menos 200 mil pessoas morreram e mais de 2 milhões foram obrigadas a deixar suas casas desde 2003.
Milícias formadas por africanos muçulmanos de origem árabe, denominadas Janjaweed, são acusadas de crimes de guerra, assassinatos, estupros e roubos contra a população negra africana da região. O governo do Sudão é acusado de apoiar essas milícias.
Brown e Sarkozy afirmam que a força de paz conjunta, que terá cerca de 26 mil soldados, deve ser o marco inicial dos esforços internacionais para levar a paz à região.
"O sofrimento do povo de Darfur exige ação rápida e decisiva da comunidade internacional", afirmam.
O premiê britânico fez do conflito em Darfur uma das prioridades de seu governo na área de política internacional.
O acordo na ONU para autorizar o envio da força de paz à região foi resultado de uma resolução conjunta entre a Grã-Bretanha e a França.
As primeiras tropas devem começar a chegar à região em outubro. A resolução da ONU permite que elas usem a força para defender civis e funcionários de agências humanitárias.
A missão será chamada de Unamid (sigla em inglês para Missão das Nações Unidas e da União Africana em Darfur) e deverá custar em torno de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 3,9 bilhões) por ano.
Segundo os dois líderes, a combinação de um cessar-fogo, da presença das tropas de paz, da reconstrução econômica e da ameaça de sanções ao governo sudanês pode trazer uma solução política para a crise na região.
Brown e Sarkozy também pedem ao governo do Sudão e a todos os grupos rebeldes de atuam em Darfur que deponham suas armas, respeitem um cessar-fogo e interrompam imediatamente os bombardeios aéreos contra civis.
Os dois líderes pedem ainda que todos os lados se empenhem nas negociações de paz que serão iniciadas em outubro, com mediação internacional.
No artigo, Brown e Sarkozy alertam que irão se empenhar por novas sanções contra aqueles que continuarem a lutar ou atrapalharem os esforços em busca de uma solução política para o conflito.
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