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Na Suécia, Lula deve assinar acordo para pesquisa de etanol
da BBC Brasil
Como um dos países do mundo mais interessados em biocombustíveis, a Suécia é o lugar perfeito para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defender suas ideais sobre o etanol.
Ao desembarcar na capital sueca, Estocolmo, nesta terça-feira para a segunda escala da viagem aos países nórdicos, o presidente já tem na bagagem um memorando de entendimento no setor de biocombustíveis.
Segundo fontes diplomáticas, o acordo a ser assinado no país será semelhante ao memorando de entendimento firmado entre Brasil e Estados Unidos em março deste ano, que estabelece a cooperação bilateral para a pesquisa de biocombustíveis de nova geração, o incentivo da produção em países em desenvolvimento e a criação de um mercado mundial de etanol.
A meta da Suécia é se preparar para um mundo sem petróleo, e o país é atualmente o quinto maior importador de etanol do Brasil --depois de Estados Unidos, países do Caribe, Países Baixos e Japão.
Em 2006, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, a Suécia importou um total de 202 milhões de litros de etanol brasileiro.
O embaixador do Brasil em Estocolmo, Antonino Lisboa Mena Gonçalves, afirma que há grande convergência entre Brasil e Suécia na área de biocombustíveis, e que uma cooperação entre os dois países no setor será um passo importante para o desenvolvimento do mercado internacional de etanol.
"A Suécia diz em alto e bom som que a forma de produzir etanol mais barata e eficiente do ponto de vista ecológico é a partir da cana-de-açúcar, e também defende tarifa zero para o álcool no âmbito da Organização Mundial do Comércio", disse o embaixador em entrevista à BBC Brasil.
A cooperação científica para o desenvolvimento de novas e mais eficientes tecnologias para o setor é outro aspecto da parceria entre os dois países.
"Tanto o Brasil como a Suécia desenvolvem pesquisas para a produção da próxima geração de biocombustíveis. Um campo promissor para esta cooperação bilateral é a pesquisa do álcool celulósico, produzido a partir de resíduos, como bagaço de cana e cascas de árvore", disse o embaixador.
A agenda do presidente na Suécia vai incluir um passeio pelas ruas de Estocolmo, a bordo de um ônibus movido a etanol. Está prevista ainda uma visita à central sindical sueca IF Metall, que na década de 80 recebeu a visita de Lula ainda como sindicalista.
A Suécia é o décimo maior investidor estrangeiro no Brasil. Cerca de 180 empresas suecas estão instaladas no país --algumas há quase um século. Segundo dados do governo sueco, Volvo, Scania, Ericsson e outras empresas do pais movimentam cerca de R$ 13 bilhões no Brasil anualmente e geram cerca de 40 mil.
O presidente deve ficar 28 horas no país. Ele será recebido pelo rei Carl Gustaf 16º e pela Rainha Silvia, que é filha de mãe brasileira. O presidente e dona Marisa ficarão hospedados no Palácio Real, no centro da capital sueca.
Silvia nasceu na Alemanha, mas junto à mãe brasileira e ao pai alemão, viveu em São Paulo dos 4 aos 13 anos de idade e vai com freqüência ao Brasil para visitar parentes.
O Rei Carl Gustaf 16º e a Rainha Silvia estiveram em visita oficial ao Brasil há mais de 20 anos, em 1984.
Do lado brasileiro, nunca havia sido realizada uma visita de Estado à Suécia. D. Pedro 2º visitou o país em 1876, mas em caráter não oficial e em 2002, o então presidente Fernando Henrique Cardoso esteve em Estocolmo para participar de uma reunião sobre governança progressiva.
Da Suécia, o presidente Lula e sua comitiva seguirão na tarde desta quarta-feira para a capital dinamarquesa, Copenhague.
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