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07/07/2004
-
12h31
da BBC Brasil, em Buenos Aires
O Ministério da Economia da Argentina confirmou que as barreiras que o país impôs contra produtos importados do Brasil já estão em vigor.
As medidas protecionistas foram publicadas no equivalente ao Diário Oficial na Argentina na última terça-feira e, segundo funcionários do Ministério da Economia do país, "já estão valendo".
As declarações contrariam nota divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil de que as barreiras ainda precisavam de regulamentação e não entrariam em vigor antes de negociações entre os dois países.
Reunião
O anúncio das barreiras está ofuscando o início da reunião de cúpula dos países do Mercosul, nesta quarta-feira em Puerto Iguazú, segundo a opinião de especialistas dos dois lados da fronteira.
"Atitudes como essas só servem para manchar a imagem do bloco no exterior", reagiu Alberto Alzueta, da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira, falando a uma rádio argentina.
Na opinião do ex-secretário de Indústria da Argentina, Dante Sicca, medidas protecionistas e de emergência, como as que foram anunciadas por Lavagna, não ajudam a fortalecer o Mercosul e muito menos a solucionar os problemas, que classificou de "estruturais".
"Em 1994, toda a indústria de eletrodomésticos do Brasil era sete vezes maior que a da Argentina. Hoje, essa indústria brasileira é dezessete vezes maior que a da Argentina. Algum problema temos aqui", disse Sicca.
Ele diz que a Argentina é dependente, por exemplo, das importações de geladeiras, já que possui apenas uma pequena fábrica do setor. "O problema é que em muitos casos a Argentina ou não produz ou precisa da compra externa para complementar sua demanda."
Leia também: Brasil descarta 'guerra comercial' com Argentina
Defesa
Membros do governo argentino e alguns industriais defenderam as medidas.
Segundo o vice-ministro das Relações Exteriores argentino, Martín Redrado, as barreiras estariam ajudando a "equiparar o campo de jogo" comercial entre os dois países, que seria desfavorável à Argentina.
A União Industrial Argentina (UIA) divulgou uma nota de apoio às medidas, informando que a decisão foi adotada após reunião dos industriais com o presidente Néstor Kirchner, há cerca de dez dias.
A nota diz que as barreiras são "a melhor maneira de aprofundar o Mercosul, sobre a base de acordos comerciais e a união entre Estados que permita o desenvolvimento industrial harmônico de todos e cada um dos países integrantes do bloco".
Segundo dados oficiais, as importações globais da Argentina aumentaram 71% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. As importações do Brasil aumentaram 75%.
O Centro de Estudos Bonaerenses (CEB), especializado em questões de comércio exterior, disse que nos últimos 13 meses a Argentina vem acumulando déficits seguidos na balança comercial com o Brasil, que somam US$ 1,1 bilhão.
São dados que contrastam com os dos registrados na década de 1990, quando o Mercosul tinha números recordes de comércio, mas era o Brasil que apresentava um grande déficit.
Clique aqui para saber mais sobre as barreiras anunciadas por Lavagna
Barreiras contra o Brasil já estão em vigor, diz ministério argentino
MARCIA CARMOda BBC Brasil, em Buenos Aires
O Ministério da Economia da Argentina confirmou que as barreiras que o país impôs contra produtos importados do Brasil já estão em vigor.
As medidas protecionistas foram publicadas no equivalente ao Diário Oficial na Argentina na última terça-feira e, segundo funcionários do Ministério da Economia do país, "já estão valendo".
As declarações contrariam nota divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil de que as barreiras ainda precisavam de regulamentação e não entrariam em vigor antes de negociações entre os dois países.
Reunião
O anúncio das barreiras está ofuscando o início da reunião de cúpula dos países do Mercosul, nesta quarta-feira em Puerto Iguazú, segundo a opinião de especialistas dos dois lados da fronteira.
"Atitudes como essas só servem para manchar a imagem do bloco no exterior", reagiu Alberto Alzueta, da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira, falando a uma rádio argentina.
Na opinião do ex-secretário de Indústria da Argentina, Dante Sicca, medidas protecionistas e de emergência, como as que foram anunciadas por Lavagna, não ajudam a fortalecer o Mercosul e muito menos a solucionar os problemas, que classificou de "estruturais".
"Em 1994, toda a indústria de eletrodomésticos do Brasil era sete vezes maior que a da Argentina. Hoje, essa indústria brasileira é dezessete vezes maior que a da Argentina. Algum problema temos aqui", disse Sicca.
Ele diz que a Argentina é dependente, por exemplo, das importações de geladeiras, já que possui apenas uma pequena fábrica do setor. "O problema é que em muitos casos a Argentina ou não produz ou precisa da compra externa para complementar sua demanda."
Leia também: Brasil descarta 'guerra comercial' com Argentina
Defesa
Membros do governo argentino e alguns industriais defenderam as medidas.
Segundo o vice-ministro das Relações Exteriores argentino, Martín Redrado, as barreiras estariam ajudando a "equiparar o campo de jogo" comercial entre os dois países, que seria desfavorável à Argentina.
A União Industrial Argentina (UIA) divulgou uma nota de apoio às medidas, informando que a decisão foi adotada após reunião dos industriais com o presidente Néstor Kirchner, há cerca de dez dias.
A nota diz que as barreiras são "a melhor maneira de aprofundar o Mercosul, sobre a base de acordos comerciais e a união entre Estados que permita o desenvolvimento industrial harmônico de todos e cada um dos países integrantes do bloco".
Segundo dados oficiais, as importações globais da Argentina aumentaram 71% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. As importações do Brasil aumentaram 75%.
O Centro de Estudos Bonaerenses (CEB), especializado em questões de comércio exterior, disse que nos últimos 13 meses a Argentina vem acumulando déficits seguidos na balança comercial com o Brasil, que somam US$ 1,1 bilhão.
São dados que contrastam com os dos registrados na década de 1990, quando o Mercosul tinha números recordes de comércio, mas era o Brasil que apresentava um grande déficit.
Clique aqui para saber mais sobre as barreiras anunciadas por Lavagna
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