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Brasil quer vender calçados de luxo para a China
da BBC Brasil
Após perder empregos para a China e entrar com ações anti-dumping contra o gigante asiático na Organização Mundial de Comércio, a indústria calçadista brasileira muda de estratégia a agora tenta vender sapatos de luxo à emergente classe média chinesa.
Uma missão de empresários de pequeno e médio porte organizada pela Associação Brasileira das Indústrias Calçadistas, ABICalçados, visita a China nesta semana para desbravar o novo segmento na pauta de exportação brasileira.
"Chega de reclamar que perdemos empregos frente aos preços baixos da China. Agora nós vamos sair da passiva e ir ao ataque vendendo para eles", disse à BBC Brasil o consultor sênior da ABICalçados Ênio Klein.
Os sapatos a serem exportados deverão chegar às lojas chinesas com preço médio de US$150 (R$273). Os fabricantes justificam o preço alto dizendo que calçados são de couro com acabamento artesanal, e que serão transportados via aérea.
A rápida urbanização e a ascensão da emergente classe média alimentam as expectativas da aposta brasileira. O público alvo do produto será a mulher de classe-média de 25 a 45 anos que trabalha, possui celular e pensa em comprar um carro próprio.
Em 2010 haverá na China mais de 370 milhões de mulheres economicamente ativas na faixa dos 25 a 45 anos, segundo projeções da divisão de estatísticas das Nações Unidas.
Essas mulheres "precisam consumir moda de qualidade sem pagar o preço das marcas famosas como Prada e Gucci. Nós estamos aqui pra oferecer estilo a preços mais acessíveis", resume Heitor Klein, diretor Executivo da ABICalçados.
Nas principais regiões urbanas como Pequim, Xangai, Hangzhou, Chongqing, Guangzhou e Shenzen, a renda média disponível para consumo já é superior a 17 mil yuans (R$ 4 mil) ao ano, segundo estatísticas do governo chinês.
Apesar de os chineses serem conhecidos como poupadores, eles gostam de sapatos. Possuem em média 4,5 pares per capita e gastam 2% da renda anual na compra desse tipo de produto, revela uma pesquisa da China Shoeexpo.
No Brasil, a média é de 3,4 pares per capita, segundo números da ABICalçados.
O país tem importado cada vez mais sapatos, especialmente os de qualidade superior, pois consumidores exigentes não simpatizam com as marcas nacionais. Em cidades como Xangai, há um explícito favoritismo pelos produtos estrangeiros, diz o estudo da China Shoeexpo.
Num primeiro momento os produtores brasileiros não pretendem produzir calçados desenhados especialmente para os consumidores chineses.
"Vamos vender peças que já temos em catálogo e depois, se der resultado, aí sim já vamos adaptar ao gosto do cliente local, com modelos e cores conforme eles preferirem", diz Fábio Spohr da Calçados Q Sonho.
Os empresários esperam que o estilo da moda brasileira caia no gosto das chinesas. "É aquele charme da nossa garota de Ipanema que vamos vender", diz Ênio Klein.
Após Hong Kong, a missão segue para Guangzhou, Pequim, Chengdu e Xangai.
"E essa viagem é apenas o começo. Daqui pra frente vamos ter que participar cada vez mais de feiras para ter contato freqüente com os compradores chineses", completa otimista Anderson Spier da Biondini Calçados.
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