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25/07/2004
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08h19
da BBC Brasil, em Darfur
Eu estou sentada no escuro à beira de um acampamento de refugiados em Darfur. Ouço o choro persistente de uma criança se impondo sobre o murmúrio das pessoas se preparando para dormir.
Hoje, as estrelas são visíveis no céu --o que significa que não teremos chuva. A noite passada não foi nada parecida.
Dá para ver a chuva chegando quando é de tarde. O céu começa a ficar escuro, e o horizonte ganha um tom amarelo amarronzado, que é como um presságio.
Então, o vento começa e o deserto do Saara se levanta com rapidez, jogando suas areias em todas as direções. As pessoas começam a correr com suas longas roupas esfarrapadas e as cabeças curvadas contra o vento.
Falta de abrigos
Depois, o céu simplesmente despenca, com o vento lançando sem piedade as pesadas cortinas d'água sobre tudo e todos.
Mães com seus filhos, com os rostos contorcidos de sofrimento, se agacham agarrando as paredes de seus abrigos improvisados que quase nada colaboram para mantê-las secas.
O plástico gasto que constitui as paredes das barracas balança ferozmente com o vento. O chão sob meus pés se transforma numa poça de lama.
Eu e minha equipe de TV fugimos para nosso abrigo, que fica a 15 metros dali. A noite inteira, a chuva castiga nosso teto. Eu acordo às 3h da manhã --e ela continua.
Fome mata lentamente refugiados de Darfur
HILARY ANDERSSONda BBC Brasil, em Darfur
Eu estou sentada no escuro à beira de um acampamento de refugiados em Darfur. Ouço o choro persistente de uma criança se impondo sobre o murmúrio das pessoas se preparando para dormir.
Hoje, as estrelas são visíveis no céu --o que significa que não teremos chuva. A noite passada não foi nada parecida.
Dá para ver a chuva chegando quando é de tarde. O céu começa a ficar escuro, e o horizonte ganha um tom amarelo amarronzado, que é como um presságio.
Então, o vento começa e o deserto do Saara se levanta com rapidez, jogando suas areias em todas as direções. As pessoas começam a correr com suas longas roupas esfarrapadas e as cabeças curvadas contra o vento.
Falta de abrigos
Depois, o céu simplesmente despenca, com o vento lançando sem piedade as pesadas cortinas d'água sobre tudo e todos.
Mães com seus filhos, com os rostos contorcidos de sofrimento, se agacham agarrando as paredes de seus abrigos improvisados que quase nada colaboram para mantê-las secas.
O plástico gasto que constitui as paredes das barracas balança ferozmente com o vento. O chão sob meus pés se transforma numa poça de lama.
Eu e minha equipe de TV fugimos para nosso abrigo, que fica a 15 metros dali. A noite inteira, a chuva castiga nosso teto. Eu acordo às 3h da manhã --e ela continua.
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