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04/08/2004 - 13h46

Entenda as razões da alta no preço do petróleo

da BBC Brasil

O preço do petróleo subiu cerca de 35% neste ano, atingindo níveis recordes.

A situação preocupa os principais países importadores. A alta no valor dos combustíveis pode provocar inflação, restringir o crescimento econômico e é muito impopular entre os eleitores.

O valor negociado do barril superou os US$ 44 nos Estados Unidos e os US$ 40 em Londres, nesta quarta-feira.

Entenda quais são os principais fatores que estão pressionando os preços:

Aumento da demanda

A expansão econômica global tem provocado o que a Agência Internacional de Energia considera o maior aumento na demanda por petróleo em 16 anos.

Além da demanda maior do que a esperada em países industrializados, o crescimento acelerado da China ampliou ainda mais essa necessidade de combustível.

A recuperação econômica e o alto consumo de gasolina pelos motoristas americanos provocam o aumento da demanda nos Estados Unidos.

Na China, a demanda hoje é 20% maior que no ano passado. Analistas apostam que esse aumento continuará por muitos anos, até que o ritmo de expansão da economia chinesa seja reduzido.

Baixos estoques

As companhias petrolíferas tentaram se tornar mais eficientes nos últimos anos, operando com estoques menores de petróleo.

Isso significa que há menos sobra para proteger o mercado contra interrupções no fornecimento.

Acontecimentos como a violência no Oriente Médio, tensões étnicas na Nigéria, greves na Venezuela e a crise da empresa de petróleo Yukos, na Rússia, tiveram um efeito maior sobre os preços do que teriam se os estoques fossem maiores.

Estratégia da Opep

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) é responsável por cerca de metade do petróleo exportado no mundo e costuma manter os preços nos níveis que deseja por meio de cortes ou aumento da produção.

No passado, os ministros da Opep costumavam esperar os preços baixarem antes de entrarem em acordo para reduzir a produção.

Mas agora a Opep tem agido de forma mais agressiva, anunciando cortes de produção preventivos quando sente que os preços vão cair.

O cartel decidiu por reduções na produção com base em previsões equivocadas sobre a demanda feitas por especialistas do mercado.

Mais recentemente, o presidente da Opep, Purnomo Yusgiantoro, disse que a Organização não tem meios de aumentar a produção.

Ação de especuladores

A combinação de baixos estoques com ações (ou a falta de ações) da Opep deixa o mercado exposto a súbitas altas de preço quando o fornecimento é ameaçado.

Isso não passou despercebido pelos especuladores profissionais do mercado.

Fundos de investimento e outros especuladores que apostavam na possibilidade de preços mais altos atuaram para elevar a pressão sobre os preços.

Violência no Oriente Médio

Os maiores consumidores de petróleo continuam dependentes do Oriente Médio para conseguir o produto. A recente violência no Iraque e na Arábia Saudita elevam os temores de interrupção no fornecimento.

As exportações iraquianas foram dificultadas por ataques que vêm sabotando a infra-estrutura do país. Os problemas de fornecimento foram pequenos, mas colocaram em dúvida as chances de o Iraque voltar a ser no futuro um grande exportador com estabilidade.

Ações da Al-Qaeda contra trabalhadores estrangeiros na Arábia Saudita também aumentaram as tensões.

Qualquer ação de grande porte contra alvos do petróleo na Arábia Saudita afetaria muito o mercado internacional, já que o país é o maior produtor e exportador do produto.

Já a possibilidade de que a Yukos possa ser obrigada a decretar falência em sua disputa sobre pagamento de impostos na Rússia também deixa os mercados nervosos.

Limitações de refino

Os baixos estoques de gasolina nos Estados Unidos e a pressão sobre as refinarias americanas para aumentar a produção de novos tipos de gasolina também ajudaram a elevar os preços internacionais.

As regulamentações ambientais no país exigem gasolinas de nova graduação, o que pode variar de um Estado a outro.

A construção de indústrias para atender tantos mercados distintos é cara.

As empresas de refino estão lutando para atender a demanda. Mas o verão no hemisfério norte é caracterizado pelo aumento do número de pessoas que viajam de carro, especialmente nos Estados Unidos.
 

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