Publicidade
Publicidade
06/08/2004
-
11h43
da BBC Brasil em São Paulo
O representante do Escritório das Nações Unidas contra a Drogas e Crimes para o Cone Sul, Giovanni Quaglia, afirmou que a sociedade civil tem um papel fundamental na redução da violência no Brasil.
"É muito fácil culpar a polícia por tudo que há de errado. A polícia deve ser um último recurso" disse. "Mas se a população continua comprando todos os produtos que o crime organizado oferece, é obvio que o crime organizado vai se fortalecer. Por isso, temos que sensibilizar a população."
Para Quaglia, a criminalidade no Brasil corresponde aos padrões internacionais, com exceção dos números de homicídios. "A grande diferença está na taxa de homicídio, que aqui no Brasil está entre as mais altas do mundo. No entanto, no resto dos crimes, estamos dentro da média internacional."
Segundo o representante da ONU, a média européia é de cinco homicídios para cada 100 mil habitantes, enquanto no Brasil o número aumenta para 30 --mesmo patamar da Colômbia e de algumas cidades da África do Sul. Na Argentina, a taxa fica entre 10 e 15 homicídios por 100 mil habitantes.
Desarmamento
Quaglia disse que o quadro pode melhorar com o sucesso da campanha do desarmamento, mas advertiu que a iniciativa tem um alcance limitado, já que atinge o cidadão comum, que eventualmente tem uma arma em casa, mas não o crime organizado.
"A idéia é que essa campanha seja um primeiro passo, mas só uma pequena parte das armas será entregue. Como segundo passo será preciso oferecer outro tipo de incentivo", afirmou. "É uma excelente iniciativa, mas terá apenas resultados parciais. Ela não vai funcionar com quem mais queremos desarmar, que são os traficantes e outras organizações criminosas."
Para Quaglia, programas como o do governo do Rio de Janeiro, que dá prêmios em dinheiro para policiais que apreendem armamentos, são considerados mais eficazes.
Drogas
Quaglia disse acreditar que o crime tem ramificações em vários setores, como tráfico de drogas, armas, lavagem de dinheiro, seqüestros, entre outros.
"O bandido é como qualquer empresário, ele procura as atividades que dão lucro. Quando você deixa espaço vazio, é aí que a criminalidade toma conta", afirmou. "Pensar que o crime organizado desaparecerá no momento em que você, eventualmente, legalizar as drogas é pura ilusão, porque os criminosos traficam diferentes bens. Eles se voltarão para outras atividades como roubo, tráfico de seres humanos e seqüestros."
O representante da ONU disse que a conscientização da população é importante para que o crime seja combatido pelo lado da demanda, já que a oferta de produtos ilícitos é mais difícil de ser controlada.
"Tráfico de armas e drogas é uma questão muito complicada. Mesmo os países de primeiro mundo, que têm muito mais recursos e pessoal bem pago e treinado, têm limitações no trabalho da repressão", disse. "E o ponto fraco em todo mundo hoje é na redução da demanda por drogas, bem como de todos os produtos que alimentam o crime organizado."
Especial
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre projetos de combate à violência
Para ONU, redução da violência no Brasil depende da sociedade
ALEXANDRE MATA TORTORIELLOda BBC Brasil em São Paulo
O representante do Escritório das Nações Unidas contra a Drogas e Crimes para o Cone Sul, Giovanni Quaglia, afirmou que a sociedade civil tem um papel fundamental na redução da violência no Brasil.
"É muito fácil culpar a polícia por tudo que há de errado. A polícia deve ser um último recurso" disse. "Mas se a população continua comprando todos os produtos que o crime organizado oferece, é obvio que o crime organizado vai se fortalecer. Por isso, temos que sensibilizar a população."
Para Quaglia, a criminalidade no Brasil corresponde aos padrões internacionais, com exceção dos números de homicídios. "A grande diferença está na taxa de homicídio, que aqui no Brasil está entre as mais altas do mundo. No entanto, no resto dos crimes, estamos dentro da média internacional."
Segundo o representante da ONU, a média européia é de cinco homicídios para cada 100 mil habitantes, enquanto no Brasil o número aumenta para 30 --mesmo patamar da Colômbia e de algumas cidades da África do Sul. Na Argentina, a taxa fica entre 10 e 15 homicídios por 100 mil habitantes.
Desarmamento
Quaglia disse que o quadro pode melhorar com o sucesso da campanha do desarmamento, mas advertiu que a iniciativa tem um alcance limitado, já que atinge o cidadão comum, que eventualmente tem uma arma em casa, mas não o crime organizado.
"A idéia é que essa campanha seja um primeiro passo, mas só uma pequena parte das armas será entregue. Como segundo passo será preciso oferecer outro tipo de incentivo", afirmou. "É uma excelente iniciativa, mas terá apenas resultados parciais. Ela não vai funcionar com quem mais queremos desarmar, que são os traficantes e outras organizações criminosas."
Para Quaglia, programas como o do governo do Rio de Janeiro, que dá prêmios em dinheiro para policiais que apreendem armamentos, são considerados mais eficazes.
Drogas
Quaglia disse acreditar que o crime tem ramificações em vários setores, como tráfico de drogas, armas, lavagem de dinheiro, seqüestros, entre outros.
"O bandido é como qualquer empresário, ele procura as atividades que dão lucro. Quando você deixa espaço vazio, é aí que a criminalidade toma conta", afirmou. "Pensar que o crime organizado desaparecerá no momento em que você, eventualmente, legalizar as drogas é pura ilusão, porque os criminosos traficam diferentes bens. Eles se voltarão para outras atividades como roubo, tráfico de seres humanos e seqüestros."
O representante da ONU disse que a conscientização da população é importante para que o crime seja combatido pelo lado da demanda, já que a oferta de produtos ilícitos é mais difícil de ser controlada.
"Tráfico de armas e drogas é uma questão muito complicada. Mesmo os países de primeiro mundo, que têm muito mais recursos e pessoal bem pago e treinado, têm limitações no trabalho da repressão", disse. "E o ponto fraco em todo mundo hoje é na redução da demanda por drogas, bem como de todos os produtos que alimentam o crime organizado."
Especial
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice