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17/08/2004 - 18h41

'Tive que transformar meu bronze em ouro', diz Flávio Canto

BRUNO GARCEZ
da BBC Brasil

O judoca Flávio Canto afirmou nesta terça-feira que a medalha de bronze na categoria meio-médio (até 81kg) na Olimpíada de Atenas "teve sabor de ouro".

"Deu uma desanimada quando perdi (para o russo Dmitri Nossov, nas quartas-de-final). Então, tive de transformar o meu bronze em ouro", disse o judoca à BBC Brasil.

Canto disse que permaneceu focado durante toda o combate com o polonês Robert Krawczyk. "Medo você sente apenas antes. Durante a luta, você age meio por instinto", afirmou.

"Eu estava muito focado e pensava que só não podia tomar ippon (pontuação que define um combate no judô). Se não tomasse ippon, poderia até ganhar, porque estava com muita vontade", contou Canto.

"Estava com a cabeça boa. Tomei um yuko (terceira maior pontuação do judô) logo no primeiro minuto e continuei tranqüilo e acabei virando."

Início

Canto iniciou sua carreira em 1989, aos 14 anos. No ano anterior, Aurélio Miguel tinha conquistado a medalha de ouro na Olimpíada de Seul. Ter visto a conquista de Miguel foi um incentivo a mais.

O brasileiro afirma que, na época, pensou: "Se um brasileiro conseguiu, quem sabe eu também não consigo."

Depois disso, os dois integraram a delegação brasileira na Olimpíada de Atlanta, em 1996. Aurélio Miguel declarou que Canto seria um dos favoritos à medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

"Até agradeço ao Aurélio, mas tanta água ainda vai rolar. Não dá para fazer planos tão ousados", diz Canto.

Diploma

O judoca ainda busca patrocínio já que foi para a Olimpíada de Atenas por conta própria.

"O atleta amador no Brasil é um herói. Houve melhora com a adoção da Lei Agnelo Piva, mas a gente não tem nenhuma lei de incentivo fiscal."

Sancionada em 2001, a lei estabelece que 2% da arrecadação bruta de todas as loterias federais do país seja repassada ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB).

Nascido em Oxford, na Inglaterra, Flávio Canto é formado em Direito. "Demorei oito anos para me formar, troquei de faculdade, tranquei a matrícula duas vezes, mas acabei conseguindo me formar", conta o medalhista.
 

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