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19/08/2004 - 10h34

ONU afirma que permance alvo potencial no Iraque

MÁRCIA FREITAS
da BBC Brasil

O vice-representante da ONU (Organização das Nações Unidas) para o Iraque, Ross Mountain, diz acreditar que a organização continua sendo um potencial alvo para os insurgentes no país.

"Infelizmente, nós sabemos que somos ainda um alvo importante, seja porque alguns nos associem com os Estados Unidos, mas mais ainda porque eles vêem que nós estamos trabalhando pela estabilidade", afirma Mountain.

O representante da ONU lembra que o ataque do dia 19 de agosto do ano passado, que deixou 22 mortos, incluindo o enviado especial da ONU ao Iraque, Sérgio Vieira de Mello, foi e continua sendo um evento sem precedentes na história da organização.

"Nós nunca tínhamos passado por uma experiência desse tipo", diz Mountain. Ele afirma ainda que "infelizmente", 12 meses depois, a possibilidade de ataque contra a organização ainda existe.

"Nós temos de enfrentar a situação, porque o Iraque merece a nossa atenção", afirma o representante da ONU, que coordena os trabalhos em Amã, na Jordânia.

Para Mountain, pesquisas recentes indicam que a população iraquiana vê com bons olhos a presença da ONU no país.

O novo enviado da ONU, o paquistanês Ashraf Jehangir Qazi, chegou ao Iraque na semana passada, acompanhado por apenas 30 pessoas.

Na época do ataque, a organização tinha cerca de 300 funcionários estrangeiros, que foram depois transferidos para a Jordânia e para o Chipre.

Mountain faz questão de ressaltar, no entanto, que a ONU nunca abandonou o Iraque. "Nós continuamos com uma presença no país, com os nossos funcionários iraquianos", afirma.

Dor

Veronic Taveau, que era porta-voz da missão da ONU no Iraque quando o atentado ocorreu, diz que, apesar do choque sentido com o ataque, lembra-se de um grupo de iraquianos pedindo para que eles ficassem no país.

"Dois dias depois, um grupo de iraquianos veio até nós, espontaneamente, com flores, pedindo para que a gente ficasse", afirmou.

Veronic afirma que o choque e a dor sentidos pelos funcionários da ONU ainda estão muito vivos. "Essas pessoas que morreram eram não só nossos colegas de trabalho, elas eram nossos amigos", diz.

A porta-voz diz que a cerimônia que será realizada em Genebra nesta quinta-feira será uma oportunidade para que os sobreviventes do ataque se encontrem.

"Nós precisamos estar juntos, compartilhar a sensação do que a família ONU significa para nós. Pela a memória daqueles que morreram", afirma.

"Nós fomos ao aeroporto receber 15 iraquianos que sobreviveram ao ataque e estão sendo tratados em Londres. Foi muito bom ver como eles estão conseguindo seguir em frente", acrescentou Veronic.

"Nós estamos esperando por esse momento (da cerimônia). Será difícil, mas também muito dignificante", completou.

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