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03/09/2004
-
08h30
da BBC Brasil, em Paris
No primeiro dia da aplicação da lei que proíbe os símbolos religiosos ostensivos nas escolas públicas da França, 240 alunas muçulmanas voltaram às aulas usando o véu e apenas 70 se recusaram a retirá-lo.
No ano passado, houve 1.260 casos de estudantes usando o véu islâmico no primeiro dia de retorno às aulas.
Uma possível razão da diminuição no número de casos e a ausência de grandes protestos nesta quinta-feira seria o seqüestro de dois jornalistas franceses pelo grupo Exército Islâmico do Iraque, que exige a supressão da "lei do véu islâmico".
O seqüestro dos jornalistas, ameaçados de execução, teria inibido possíveis contestações e, provavelmente, um número maior de alunas usando o véu.
Radicais
Em Mantes La Jolie, cidade na periferia de Paris, oito alunas foram à aula usando o véu islâmico, mas aceitaram retirá-lo para poder entrar na escola.
No norte de Paris, em um bairro de maioria muçulmana, a dona de casa Alam Jumad, usando o véu, levou sua filha de dez anos à escola. A criança ainda não usa o véu (a prática é comum a partir da adolescência), mas Alam garante que se sua filha decidir usá-lo mais tarde na escola "caberá a ela a decisão".
Nos últimos dias, representantes religiosos muçulmanos, que ficaram em uma posição delicada por causa desse seqüestro no Iraque, multiplicaram apelos para que a lei fosse cumprida.
Até mesmo as associações mais radicais, como os "Irmãos Muçulmanos", pediram que os alunos se vestissem de "forma discreta" e também para que eles privilegiassem o diálogo com os diretores de escola em caso de conflito.
O presidente da UOIF (União das Organizações Islâmicas da França), Lhaj Thami Breze, um dos braços mais ativos do Conselho Francês do Culto Muçulmano, declarou que "a lei, já que foi votada, deve ser agora respeitada".
Debate
A lei sobre os símbolos religiosos nas escolas gerou um grande debate na França durante o último ano passado em relação à pertinência dessa lei.
O governo defendeu sua criação alegando a necessidade de manter os valores de um estado secular laico.
Sindicatos de professores afirmam que o objetivo da lei é permitir a melhor integração entre os alunos na sala de aula.
No entanto, alguns especialistas afirmam que em vez de melhor integrar esses estudantes, normalmente de origem árabe, a lei pode acabar permitindo que essa comunidade se sinta ainda mais vítima de racismo e de uma segregação social.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a lei do véu
Crianças muçulmanas respeitam "lei do véu" na França
DANIELA FERNANDESda BBC Brasil, em Paris
No primeiro dia da aplicação da lei que proíbe os símbolos religiosos ostensivos nas escolas públicas da França, 240 alunas muçulmanas voltaram às aulas usando o véu e apenas 70 se recusaram a retirá-lo.
No ano passado, houve 1.260 casos de estudantes usando o véu islâmico no primeiro dia de retorno às aulas.
Uma possível razão da diminuição no número de casos e a ausência de grandes protestos nesta quinta-feira seria o seqüestro de dois jornalistas franceses pelo grupo Exército Islâmico do Iraque, que exige a supressão da "lei do véu islâmico".
O seqüestro dos jornalistas, ameaçados de execução, teria inibido possíveis contestações e, provavelmente, um número maior de alunas usando o véu.
Radicais
Em Mantes La Jolie, cidade na periferia de Paris, oito alunas foram à aula usando o véu islâmico, mas aceitaram retirá-lo para poder entrar na escola.
No norte de Paris, em um bairro de maioria muçulmana, a dona de casa Alam Jumad, usando o véu, levou sua filha de dez anos à escola. A criança ainda não usa o véu (a prática é comum a partir da adolescência), mas Alam garante que se sua filha decidir usá-lo mais tarde na escola "caberá a ela a decisão".
Nos últimos dias, representantes religiosos muçulmanos, que ficaram em uma posição delicada por causa desse seqüestro no Iraque, multiplicaram apelos para que a lei fosse cumprida.
Até mesmo as associações mais radicais, como os "Irmãos Muçulmanos", pediram que os alunos se vestissem de "forma discreta" e também para que eles privilegiassem o diálogo com os diretores de escola em caso de conflito.
O presidente da UOIF (União das Organizações Islâmicas da França), Lhaj Thami Breze, um dos braços mais ativos do Conselho Francês do Culto Muçulmano, declarou que "a lei, já que foi votada, deve ser agora respeitada".
Debate
A lei sobre os símbolos religiosos nas escolas gerou um grande debate na França durante o último ano passado em relação à pertinência dessa lei.
O governo defendeu sua criação alegando a necessidade de manter os valores de um estado secular laico.
Sindicatos de professores afirmam que o objetivo da lei é permitir a melhor integração entre os alunos na sala de aula.
No entanto, alguns especialistas afirmam que em vez de melhor integrar esses estudantes, normalmente de origem árabe, a lei pode acabar permitindo que essa comunidade se sinta ainda mais vítima de racismo e de uma segregação social.
Especial
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