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30/11/2007 - 08h10

Exército da Colômbia encontra prova de vida de reféns das Farc

da Folha Online

O Exército colombiano achou provas de que vários reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), entre eles a franco-colombiana Ingrid Betancourt e três americanos, ainda estão vivos.

As provas foram encontradas após a detenção de três membros das redes urbanas da guerrilha, em Bogotá. Eles tinham em seu poder vídeos, fotografias e cartas de 16 reféns do grupo, anunciou o governo colombiano na madrugada desta sexta-feira.

O alto comissário para a Paz na Colômbia, Luis Carlos Restrepo, falou à imprensa pouco depois da 1h do horário local (4h de Brasília). Ele anunciou a captura dos rebeldes e a apreensão do material, que está à disposição das autoridades judiciais.

Além de ler um comunicado na Casa de Nariño, sede da Presidência, Restrepo apresentou um vídeo "doloroso e impactante" com imagens da ex-candidata à Presidência Ingrid Betancourt e de outros seqüestrados.

A gravação não tem som. Betancourt aparece sentada, com as mãos sobre os joelhos, abatida e olhando para o chão. As Farc não divulgavam provas de vida da ex-candidata presidencial havia mais de quatro anos, desde 30 de agosto de 2003.

O alto comissário explicou que a detenção de "três pessoas, aparentemente membros das redes urbanas em Bogotá das Farc" aconteceu às 18h30 desta quinta (21h30 em Brasília).

Eles estavam com cinco vídeos, "quatro deles dos dias 23 e 24 de outubro" e outro de 1 de janeiro, além de sete cartas de alguns dos seqüestrados e uma memória digital, cujo conteúdo não foi revelado.

O vídeo que mostra Betancourt, seqüestrada em fevereiro de 2002, tem data de 24 de outubro de 2007, assim como o de dois cabos da polícia, Juan Carlos Buitrago e Jairo Durán.

Outra gravação, de 23 de outubro, mostra o sargento Erasmo Romero e o tenente Dianel Rodríguez. Os três reféns americanos, Keith Stansell, Marc Gonsalves e Thomas Howes, além de outros oito policiais e militares e do político Luís Eladio Pérez, aparecem em um vídeo de 1 de janeiro.

Uma das sete cartas encontrada foi escrita por Betancourt para sua mãe, Yolanda Pulecio. As outras seis são endereçadas também por reféns das Farc a seus parentes, ao chefe militar da guerrilha, Jorge Briceño, e ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Todo o material "por se tratar de provas judiciais" segundo Restrepo, foi levado para análise e está sob custódia das autoridades judiciais.

O comissário acrescentou que, "por razões estritamente humanitárias", o material foi posto à disposição das famílias. Serão enviadas cópias à França e aos Estados Unidos, por causa de Betancourt, que também tem nacionalidade francesa, e dos reféns americanos.

"Esperamos que estas provas de sobrevivência aliviem em parte o sofrimento das famílias dos seqüestrados", disse Restrepo. Ele acrescentou que "logo que o governo tomou conhecimento das provas achou conveniente entregá-las".

O alto comissário disse que o governo "não tem maiores informações sobre as pessoas capturadas" nem sabe se a intenção dos rebeldes era entregar as provas à senadora Piedad Córdoba ou ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que negociavam com as Farc a libertação dos seqüestrados.

No dia 21, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, suspendeu a mediação. Chávez reagiu "congelando" as relações com a Colômbia. Uribe e Chávez poderão se encontrar hoje no Equador. Os dois assistirão à instalação da Assembléia Constituinte, a convite do presidente equatoriano, Rafael Correa.

Em Paris, o vídeo foi recebido como "uma grande notícia" e "um primeiro passo" pelo governo francês, segundo o porta-voz presidencial, David Martinon. "É um primeiro passo importante. O presidente Nicolas Sarkozy continua determinado a conseguir a libertação de todos os reféns", afirmou Martinon.

O porta-voz do presidente francês não revelou se o governo pediu informações complementares à Colômbia sobre a autenticidade do vídeo.

O comitê de solidariedade de Ingrid Betancourt em Paris manifestou alívio ao tomar conhecimento das provas de vida e disse que isso demonstra a eficácia da mediação de Chávez e da senadora colombiana Piedad Córdoba.

"Agora, é urgente que ela seja libertada", disse a entidade por meio de comunicado.

Com France Presse e Efe

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