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23/09/2004 - 14h52

Imagens do Hubble indicam Universo com menos estrelas do que o esperado

da BBC Brasil

Cientistas que estudam as imagens mais remotas do Universo, obtidas pelo telescópio Hubble, supreeenderam-se ao perceber que menos estrelas teriam nascido no período logo após o Big Bang.

A descoberta traz à tona, segundo especialistas, um verdadeiro quebra-cabeça cósmico. Muitos estão se perguntando onde estariam todas as estrelas que, como mostram os cálculos, existiriam no Universo.

As imagens, de galáxias e estrelas apenas alguns milhões de anos posteriores ao Big Bang, foram obtidas através do campo ultraprofundo do telescópio Hubble.

"Estamos intrigados. A quantidade de estrelas é muito inferior à esperada pelas teorias astrofísicas", disse Andrew Bunker, da Universidade de Exeter, na Grã-Bretanha.

Acontecimentos

O cientista, que participou da análise dos dados obtidos pelo Hubble, pede que a Nasa (agência espacial americana) aprimore o telescópio, com o objetivo de resolver o mistério.

Em questão, de acordo com os especialistas, estão acontecimentos-chaves ocorridos nos estágios mais primários do Universo.

Os cientistas acreditam que a temperatura extremamente elevada que tomou conta do Universo depois do Big Bang eventualmente esfriou o suficiente para permitir que prótons, neutrons e elétrons formassem átomos neutros de hidrogênio e hélio.

A transição também foi caracterizada por um mergulho do cosmos em uma escuridão profunda, já que as estrelas que iluminariam o Universo ainda não tinham acendido.

Quando as estrelas acenderam, a partir de nuvens de hidrogênio e hélio, a era da escuridão deu origem a um "renascimento cósmico".

Além disso, essas estrelas jovens e quentes passaram a produzir uma intensa irradiação ultravioleta que "fritou" o gás do Universo, produzindo o plasma intergalático que é detectado até os dias de hoje.

Problemas

O campo ultraprofundo do Hubble apresenta um problema para essa teoria. Quando Blunker e sua equipe mediram a proporção da formação de estrelas nas imagens mais remotas do Universo, eles perceberam que era insuficiente para criar os níveis de radiação necessários para produzir o plasma intergalático.

"Não há atividade o suficiente. Pode ser que a atividade estelar tenha sido mais intensa mais cedo ainda na formação do Universo. Outra possibilidade, ainda mais interessante, é que o comportamento físico do Universo era bem diferente da receita que temos atualmente", explica Bunker.

Alguns cientistas, no entanto, discordam, afirmando que as estrelas podem ter tido a mesma capacidade de produzir o plasma porque continham elementos mais leves naquela época.

O que todos os especialistas acreditam é que o Hubble, que sofre com problemas de falta de investimentos e manutenção, deve ter suas funções recuperadas para tentar resolver o quebra-cabeça.

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